Rainha vermelha degustação

capitulo 23

Laura está falando do meu lado sem parar, passando informações do que aconteceu nos míseros três dias que passei fora, mas sinceramente não estou prestando atenção na metade do que ela esta falando. Respiro fundo, escorando meu corpo no peitoral da varanda , observando as pessoas andarem pelas ruas, despreocupados com o que vai acontecer a seguir, enquanto estou aqui com a minha mente trabalhando meus próximos passos.

A escuridão da noite é reconfortante, disfarçando meu olhar desinteressado e desatento do que está acontecendo a minha volta, e o que Laura está me dizendo com tanto empenho. Não estou nem um pouco afim de lhe dar explicações sobre a minhas frustrações e esses malditos pesadelos que vem me atormentando nas últimas noites.

Se já não me bastasse os problemas me foram causados na África, ainda tenho que lidar com esses malditos pesadelos, acordar assustada , suada  e ofegante e ver que nada daquilo foi real,  não passou de um maldito pesadelo . Mas uma vez a noite chegou, se aproximando da hora de dormir, qual tenho evitado e lutado contra, eu não consigo tirar esses malditos sonhos da minha cabeça.

- Michela está me ouvindo.?- Laura resmunga do meu lado,coloca sua mão sobre meu ombro chamando a minha atenção - O que está acontecendo com você? Quase não dorme mas, seu sono tem sido agitado.

- Não está acontecendo nada.- respondo desviando meu olhar para as pessoas passando na rua, não estou com a mínima vontade de falar

- Você está precisando de alguém para ter um relacionamento, transar um pouco.- Laura cuspiu as palavras sem se importar em me irritar, e nem com risco com que correria.

- vai para o inferno!- esbravejo me afastando entrando de volta para o quarto,me sentando na poltrona, recostei a minha cabeça e fechei meus olhos, na esperança inútil de aliviar a minha tensão e a maldita dor de cabeça que me acompanha nos últimos dias.

Desde da minha infância a minha vida não foi nada fácil, após a morte da minha mãe, que deixou um grande vazio em mim , sofri nas mãos de Dino, que se aproveitou da minha ingenuidade, destruindo meu psicológico me dizendo que era isso que eu tinha que fazer para sobreviver no mundo da máfia.

Aquele vagabundo se aproveitou em levar a fama, e nunca ergueu um dedo, sempre teve alguém para fazer por ele.

- Por que você está assim?- Laura insistiu - O que deu de errado na África? - pela primeira vez me pergunta sobre esse assunto. - Anda me diga.

- Eu estou apenas cansada apenas isso.- desconversei, mas pelo visto foi uma tentava sem sucesso.

- Michela não minta para mim.- Laura parou na minha frente me encarando, seu sorriso desmanchou ficando a apenas sua frieza

- Eu estou irritada, com essa merda toda.Durante anos sofri, recebendo treinamento pesado no lugar do Dino, aprendi a torturar uma pessoa, antes de completar 11 anos fui obrigada matar uma mulher grávida, eu implorei para não fazer aquilo, eu me imaginei no lugar daquela mulher, eu implorei dia apos dia que nao queria continuar, mas Dino não deixou, com passar do tempo perdi toda a empatia-cuspi as palavras extravasando as minhas mágoas- Me tornei uma pessoa fria sem sentimentos, para no final das contas nosso clã machista não aceite, que eu seja a herdeira do comando, que seja o vagabundo do Dino, que mal sabe segurar uma arma. - apertei com força os braços da

Me levantei da poltrona, me afastando de Laura para extravasar toda minha raiva misturado com a mágoa que vem se acumulando ao longo do tempo.

- Eu jamais terei uma família. - caminhei até Laura coloquei a mão sobre seu ombro - Assim que tiver a primeira oportunidade, fuja desse maldito mundo ao qual vivemos, seja feliz. Para mim só resta duas opções, o comando da casmorra ou a morte.- meu tom de voz mudou ficando sombrio

Laura me olhou com seriedade e começou a gargalhar, seus olhos cravados no meu rosto, expressando sua descrença, em eu ter lhe dito essas palavras que acabou de ouvir.

- Você encontrará alguém, tão determinado e cabeça dura quanto você.- Laura afirmou cheia de confiança - Só espero que não precise continuar te acobertar, que seja alguém do nosso mundo.

Isso que Laura acabou de dizer ,e apenas um desejo , um sonho romantizado da sua parte. Homens nenhum aceitará o jeito que eu sou, odeio ser controlada por esses, sinto prazer em manipula-los. O único homem que respeito é meu pai , os demais não passam de fantoches. Que acham que as mulheres tem que ser submissas as eles e suas vontades e desejos sexual, e sempre estarem a sua disposição.

- Acorda Laura.- estalei os dedos lhe chamando a atenção - Nenhum homem do nosso mundo, envolvido com a máfia, aceitará que eu tenha a posição mas alta que a dele.- argumentei

Nos últimos tempos me rebelei até contra o meu pai, não aceitando sua decisão de passar o comando do clã, para o Dino, trinquei meus maxilar de ódio só em pensar sobre isso.

A minha vida toda, o único homem que me deu carinho é amor foi meu pai , os demais apenas para tirarem proveito, da minha posição ou apenas sexualmente.

Me tornei fria, calculista, arrogante mas moldada pelo sofrimentos e maus tratos, hoje me tornei o monstro que está se rebelando contra o próprio clã que me criou, não aceitando o papel submisso que me levaram a ter.

O deputado apenas aceitei seduzi-lo, que será maneiras de camufla as minhas diversas viagem que farei para alcançar meu objetivo, Ser a próxima que vai mandar nesses bostas arrogantes.

- Quando iremos para a Colômbia?- Laura me perguntou, girei meu corpo para ficar de frente com ela, estava sentada na poltrona que minutos atrás me sentei. - Tenho que tirar algum proveito, afinal é a minha cabeça que estará a prêmio, se Don Campanaro descobrir, que estou encobrindo a querida filhinha dele.- Laura disse zombeteira - Se ainda fosse para encobrir suas aventuras sexuais, mas não a vida tinha que me dar uma amiga, que em suas veias corre o sangue mafioso.- sarcástica deu uma piscadela - Coitada da minha madrinha, achou que tinha dado a luz a uma princesa, só se foi princesa guerreira.

- Chega das suas ironias. - rosnei me irritando

- Me faça um favor?! Quando encontrar seu boy, que com certeza será rico e poderoso, que ele tenha um belo braço esquerdo, para me divertir.- Laura insistiu com seu sarcasmo apesar do meu olhar furioso em sua direção. - Que de feio já me basta o chefe dos seus soldados.- me provocou mas uma vez

- O Chefe dos meus soldados tem que ser competente! Não um modelo.- rebati a provocação - Para que me adianta beleza e músculos definidos e sem cérebro.- ralhei ranzinza

Laura fez uma careta em seguida me mostrou a língua, um dia ainda vou lhe arrancar essa língua, e acabar com seu atrevimento.

- Um estilo ao bonitão do aeroporto, já me basta.- a encarei furiosa

Mas que inferno! Se já não bastasse me atormentar nos meus sonhos Laura precisa ficar me lembrando? Daquele demônio!

- Viajaremos para a Colômbia amanhã bem cedo.- prossegui até o banheiro para tomar um banho e aliviar minha tensões.

Atravessei a porta a bati com força e a tranquei em seguida, o que farei dentro desse banheiro não quero que ninguém interrompa. Quero relaxar meu corpo e minha mente.