Capítulo 39

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MIA ALBUQUERQUE

ᴅɪᴀ sᴇɢᴜɪɴᴛᴇ...

— que saudade que eu estava do cheiro do seu café — disse Mel saindo do quarto toda sorridente e vindo dar um beijo na minha barriga — oi titia, como você está? — e logo voltou pra me abraçar — espero que esteja se alimentando direito.

— eu estou! — dou um sorriso — preciso comprar algumas coisas no mercado. Frutas, verduras, e mingau de aveia.

— eu vou contigo pra não pegar peso e não caminhar sozinha. Sofia foi pra loja hoje mas vai sair cedo.

— tá bom, você está trabalhando Mel? — perguntei indo no meu quarto buscar minha bolsa.

— não — diz ela de boca cheia.

— não? E quem está te sustentando? — cruzei os braços pra ela.

— bom... — ela sorriu sem graça — Matheus disse que ia continuar a colocar dinheiro no correio porque eu estava morando contigo e não seria justo ele parar de ajudar.

— você é esperta! Agora vamos?

Saímos de casa e fomos indo no mercador mais próximo. Hoje estava nublado o que era um pouco estranho.

— parece que vai chover — comento com Mel.

— é Barão!

— como assim? Ele tá aqui? — olho pros lados assustada.

— não. Sofia tem mania de dizer que toda vez que Barão está nervoso ou algo do tipo, o céu do Rio fica nublado parecendo que vai chover.

— espero não encontrá-lo antes que o beber nasce, o que pode ser impossível. É impossível não encontrá-lo. — entro dentro do mercado e sinto quase todos me encarando — tem algo no meu rosto? — encarei Mel.

— não, mas tem algo gigantesco na sua barriga que chama bastante atenção ainda mais que todos sabem do teu caso com Matheus.

— Droga!!

BARÃO

Quando acordei já era mais de 09:00 horas, tomei um banho rápido e vestir uma roupa. Desci a escada e fui direto pra cozinha.

— Bom dia, Teresa.

— Bom dia, Matheus! Como dormiu esta noite?

— bem, graças a Deus! A senhora fez a lista que eu pedi pra fazer das coisas que estavam faltando? — tomei um gole de café.

— sim, está debaixo do enfeito de gato. Irá voltar pra almoçar hoje?

— sim, eu vou lá no mercador e vou pediram pra fazer a entrega. — pego no celular procurando pelo contato de Mia, mas eu ainda estava bloqueado — inferno.

— você hoje parece diferente — disse Teresa — esta noite não escutei você gemer de frio, ou assaltar a geladeira com insônia. Teve uma ótima noite mesmo e olha que eu vi a hora que chegou ontem.

Sim, Teresa dormiu esses últimos meses aqui. A situação em que eu me encontrava era um pouco preocupante.

— na verdade, parece tenso.

E claro, esses últimos meses Teresa foi como uma mãe pra mim.

— droga — me sentei na cadeira respirando — fiquei sabendo ontem que Mia voltou. E está aqui no morro. Eu sei que ela ainda deve me odiar pela coisas que eu disse a ela, e...

— fique calmo, Mia não parece do tipo que guarda mágoas. Se vocês se encontrarem, conversa com ela e explica que teve que fazer aquilo para o próprio bem dela.

— quem dera se fosse fácil assim — me levanto — já tô atrasado, vou pedir pros caras fazer a entregar rápido.

Fui pra sala, peguei minha chave e meu capacete e sair.

[...]

Entrei no mercado mais próximo que era perto da boca, entrei e fui entregar uma lista para a menina do caixa.

— pede pra entregar tudo isso aqui lá em casa, e não demore! — mandei o papo pra ela e sair ligeiro do mercador até que me esbarro em uma moradora.

— me des... merda!

E lá estava Mia, me minha frente parecendo uma defunta de tão branca... e com a barriga enorme. Encarei sua barriga com a sobrancelha franzida sem compreender, depois eu encarei de volta. Mel parecia que ia morrer, pois não respirava.

— é... vamos Mia? — por fim, Mel diz puxando Mia para o lado oposto do morro.

Mas antes eu a puxo de volta pelo braço.

— me solta — disse Mia puxando seu braço da minha mão — eu preciso ir. — Mia se virou pra ir com Mel.

— de quem é? — perguntei fazendo ela parar de andar.

Mia ficou parada, sem sem se mover por alguns segundos. Ela respirou fundo e me olhou.

— de quem você acha que seria? — ela se virou e saiu puxando Mel com força.

Fechei o punho com força e dei um murro no banco da moto com força.

— porra! Aquele... — preguei o capacete e fui direito pra boca.

Chegando na boca subir direto pra minha sala, entrei e fui me sentando. Mandei uma mensagem pra Nando me encontrar na minha sala, e alguns minutos depois ele já estava aqui.

— o que tu quer? — ele foi entrando.

— tu sabia que Mia tava grávida do idiota do Paul?

— grávida? Do Paul? — ele fez uma careta — ela que te disse?

— sim. E quero saber que porra ela tá fazendo aqui, sabendo que tá grávida de outro? Ou o infeliz a dispensou?

— olha, eu não vou me meter nessa história de vocês, me deixa fora disso! E conversa com ela sobre isso, agora já vou!

MIA ALBUQUERQUE

— tu é doida? Ele vai pensar que o filho é do Paul!!! — disse Mel.

— deixa ele pensar. Não quero que ele saiba desse filho nem por tão cedo, e isso agora foi um descuido meu.

— tu sabe que não dá pra esconder que esse filho é dele! Uma hora ele vai descobrir Mia, e tu sabe como ele fica.

— ele só vai descobrir se uma de vocês falarem, e eu sei que não vão!!!

Entrei em casa e deixei as coisas na mesa.

— eu vou tomar um banho, fiquei com calor.

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