Capítulo 41

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SOFIA MARTINS

...𝙰𝙽𝚃𝙴𝚂

Ruan me encarava de uma forma estranha, não de uma forma de amor ou admiração... outro tipo de olhar que me deixava incomodada.

— por que está me olhando assim? — perguntei a ele enquanto eu limpava o balcão de sua cozinha — preciso ir embora, os uber não gosta de ir pro lado de morro muito tarde da noite.

— tu vai ir embora? — me questionou zangado.

— sim!

— porra, a gente só ficou abraçados e só no beijo e olha lá que as vezes tu virava o rosto!

— pois é, você quer o que mais se não me sinto preparada?

— foder a noite toda contigo! Não tem essa de estar preparada. É dar e pronto.

— muito fácil pra você que não sente dor e nem nada. Mas eu não me sinto preparada e tenho que estar em casa as 19:00.

— e eu com isso? Depois não me vem chorando se procurar fora o que eu não encontro dentro.

— não está falando sério né? Eu só tenho 16 anos! Da pra entender que eu não me sinto preparada.

— tu é do morro, porra, lá não tem essa de estar preparada.

— ah, e só porque eu moro no morro quer dizer que sou uma vadia?

— não...

— quer saber? Vai te lascar!

Ia caminho até a porta de saída até que sinto sua mãos agarrarem meu cabelo com força me puxando pro chão, e com força ele puxou pra cima fazendo eu olhar pra ele.

— achou que ia sair assim? Enganada!

— me solta, pro favor! Está doendo... — começo a chorar.

Ele me pegou e foi me puxando para o seu quarto, e assim que chegamos ele me jogou na cama e veio pra cima querendo tirar minha roupa. E tudo que eu fazia era chuta-lo e chuta-lo, até que meu pé pegou com força na sua boca.

Ele me olhou e passou a mão na boca, que estava sangrando. Ele saiu de cima de mim, trancou a porta do quarto e foi pro banheiro que fica no quarto mesmo.

— eu preciso sair daqui... — digo chorando.

Pego meu celular e ligo para a primeira pessoa que vi.

𝑳𝒊𝒈𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 📱

me ajuda...
𝙎𝙤𝙛𝙞𝙖?
Nando.. por favor, me ajuda... — digo aos choros.
caralhoo.. onde tu tá? O que tá rolando?
tô na casa do Ruan, e... ele tá no banheiro porque eu chutei ele com força.. eu não queria.. — eu só conseguia chorar em meio às palavras.
se esse arrombado encostar um dedo em tu sem a tua permissão eu mato ele, manda a porra da localização que eu vou aí te buscar. E escuta só... essa foi a última vez, a última vez que esse cara faz algo contigo, tu nunca mais vai voltar pra casa dele ou se encontrar com ele. Pegou o papo?
sim!
manda aí que eu colo aí agorinha.

Ligação of

Minutos depois Ruan saiu do banheiro só de bermuda.

— tu acha que vai ficar assim?

— só me deixa ir embora, por favor — fui me afastando.

— eu vou deixar, mas antes eu quero que tu me dar o que eu venho querendo.

— não me sinto preparada! Já falei, e eu quero que você me entenda. Quando eu estiver será o...

— eu quero agora — me puxou — Se não me der já sabe o que vai acontecer.. vou achar uma melhor e capaz de me dar o que eu quero.

Ele começou a passar a mão pelo meu braço, e logo arrancou a blusa que eu estava vestida. Com isso é o empurrei e corri pra porta, mas ele me puxa com velocidade e me loja no chão. Pegou uma corda e amarrou minhas mãos e os meus pés.

— quero vê tu escapar agora.

— por favor, não faz isso... eu imploro — começo a chorar, e logo ele começou a distribuir beijos em meu pescoço e ia descendo.

Quando ele ia colocando sua mão na minha parte íntima, e escuto um estrondo forte no quarto me fazendo assustar. Ruan ergueu sua cabeça e fechou a cara e logo me encarou.

— vadia! — diz ele se levantando — pode dar o fora daqui seu...

— cala a porra da tua boca seu arrombado do caralho! — diz Nando com a voz grossa, e logo vejo Ruan ser jogado com força no chão — eu só não te mato agora porque Sofia tá aqui... eu já tinha vontade de quebrar tua cara antes, imagina hoje a vontade que eu tô de te matar com minhas próprias mãos seu cretino.

Nando pegou com força no pescoço de Ruan o deixando desacordado, sem saber se havia matado ou não. Depois de uns segundo ele me encarou e veio correndo me desamarrar, e assim jé estava livre das cordas ele me puxou para um longo abraço apertado.

SOFIA MARTINS

...𝙰𝚐𝚘𝚛𝚊

Já fazia alguns minutos que Nando foi embora, minha mãe chegou logo depois, mas não conseguir almoçar.

— àquele traficantezinho esteve aqui? — me encarou — tu só fica assim depois que vê ele ou algo do tipo.

— não o chama assim, o cargo dele não definem quem ele é de verdade.

— tu é muito nova pra ele, aliás sempre foi! E eu não quero tu relacionando com alguém como ele.

— é, mãe, mas é esse traficante que conseguiu esse canto pra nossa loja e te ajudou mesmo quando você o odiou.

— se eu descobrir que tu anda se agarrando com ele por ai, já sabe o que vai acontecer. E eu não quero mais ele na minha loja.

Diz minha se levantando e indo por balcão.

— tá, eu vou dar uma passada na casa das meninas.

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