Capítulo 51

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BARÃO

Quando cheguei no andar do quarto de Mia, peguei meu celular e mandei mensagem pra Nando pra tirar todas as coisas de Mia de dentro da casa dela e leve pra minha, e arrume um quarto para pérolas. Já estava na frente pro quarto de Mia, e logo abriu a porta encontrando ela deitada olhando pra janela, assim que ela nota minha presença no quarto me encara.

— pérola já recebeu o sangue. — digo sem olhar pra ela.

— já fico mais aliviado que conseguiram achar um doador.

- sim. — mordo a mandíbula, pego uma cadeira e coloco ao lado da cama dela — até quando tu ia me esconder isso? — digo sendo o mais calmo possível. Logo sinto meus bíceps estremecer.

— eu... — ela respirou.

— esse tempo todo tu estava grávida de mim. Escondeu e ainda mentiu falando que era daquele bosta — digo-me alterando um pouco — por que, porra? Quantas vezes eu falei pra tu falar a verdade pra mim do que tava acontecendo.

— por favor... — Mia começa a chorar — eu tentei várias e várias vezes. Quando eu descobri que estava grávida de você, e fui te contar a notícia, você foi lá e me dispensou, me tratou como se eu fosse um nada e...

— desgraça... — me levantei passando a mão no rosto — e por que depois que voltou continuou a esconder a gravidez.

— eu não escondi, só não contei que você era o pai. Olha, eu sei bem disso, mas não conseguir  contar a você que era o pai, e todas as vezes que estávamos juntos...

— eu não vou conseguir ter esse papo com tu agora, tu acabou de sair da sala de parto, está cansada. Mas é o seguinte Mia, tu e Pérola vão ficar lá em casa, tu querendo ou não. E eu vou dar tudo que tiver ao meu alcance pra Pérola. — e mais uma coisa, se tu tiver pensando que as coisas vão naturalmente voltar ao normal, tu está muito enganada! E as coisas que eu te disse quando tu fugiu pra Londres, foi para te proteger das mãos do Alemão, ele estava atras de tu e das meninas.

— como assim?

— vá descansar, eu vou checar se perola já pode receber visita.

[...]
Uma semana depois

MIA ALBUQUERQUE

— tu pegou tudo? — perguntou Barão ao entrar no quarto.

— sim — digo pegando Pérola no colo — oi meu amor, agora vamos para a nossa verdadeira casa. — dou um beijo na testa dela.

Barão pegou as duas bolsa e colocou no ombro, fomos direto pro elevador. Desde aquele dia eu e Barão não conversamos muito, falamos pouquíssimas coisas. Ele estava muito presente com Perola, e tinha todo cuidado possível com ela.  

Quando chegamos na casa dele, estava todos esperando por nós. e tinha uma faixa enorme escrito "Seja bem vinda Perola" e todos batendo palmas.

— me passa essa fofura para cá. — Sofia pegou perola dos meus braços. — Meus jesus!!! É a cara de Matheus mesmo.

— Perola não teve sorte em puxar Mia — disse Mel sorrindo.

Logo Perola  começou a chorar nos braços de Sofia, imediatamente Sofia me entregou ela.

— eu vou subir pra dar  de mamar pra ela — encarei Barão e fui subindo a escada. logo o sinto vir atras de mim. — não precisa vim, eu...

— quero bater um lero contigo.

— se for pra brigamos ou algo do tipo, é melhor nem ir junto. Vou colocar Perola pra dormir. — Barão parou no meio da escada, e eu continuei subindo.

Abrir a porta do quarto de  Perola, e estava lindo.  A decoração. Tudo! Dou um sorriso e fui me sentar na poltrona, comecei a dar de mamar pra Perola e logo ela começou pegar no sono. As meninas abriram a porta lentamente e entrou.

— Barão foi pra boca com os meninos.

— É melhor assim, Barão e eu não conversamos muito.

— Não entendo esse lance de vocês pô, uma hora se gostam ou hora se odeiam. É complicado pra Perola, vê os seus amados pais se odiando dessa forma, ouvir dizer que a criança sente , sabia? — disse Sofia pegando Perola no colo e colocando-a para dormir no berço.

— Ainda bem que esse quarto é virado pro quintal, não tem perigo de nada. — disse Mel. — Vitor falou que no quarto tem câmeras, a pedido de Barão.

— voltou com Vitor? — perguntei me  levando e encarando a câmera fechando a cara.

— não, ele chegou me falando isso. Não dei muita moral pra ele. E acho que ele também não tá muito afim.

— vocês ficam bem juntos, quando é pra ser acontece naturalmente. — disse Sofia arruando algumas coisas de Pérola.

Voltei a encarar a câmera caçando se poderia ter um botão que desligasse ou tomada.

— não gostei dessa ideia de câmera no quarto da minha filha, irei falar com Barão hoje mesmo. — digo irritada. — ele não pode tomar decisões assim sem me consultar.

— epa, vá com calma aí. — Disse Mel — tu e Pérola acabaram de sair do hospital, precisam ir com calma. Não chega brigando ou sei lá, conversem numa boa.

Fiquei encarando por mais alguns minutos a câmera e logo virei de costas, indo ajudar Sofia a organizar as coisas de Pérola. Quando acabamos de ajeitar tudo era 19:30 e logo as meninas foram embora. Ia tomar um banho, mas antes verifiquei se Pérola continuava a dormir. Entrei no banheiro, tirei minha roupa e comecei a tomar meu banho.

[..]

Sair do banheiro enrolada a toalha, e logo dei de cara com Barão segurando Pérola no coloco, e a olhando como se fosse algo único, algo grandioso, um diamante. Assim que ele notou eu no quarto, me encarou e sorriu.

— quando entrei ela tava de olhos abertos, então a peguei pra tentar colocá-la pra dormir — diz ele com a voz rouca e grossa que me deixava toda arrepiada.

— ela dormiu a tarde toda. Acho que estava cansada da vida de hospital — solto um riso fraco e ele sorriu.

— tu também deve tá cansada — falou colocando Pérola de volta no berço — eu vou deixá-las descansar.

Barão passou por mim e saiu do quarto fechando a porta.

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