Capítulo 46

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SOFIA MARTINS

Eu já estava no baile, as meninas havia me deixado aqui o baile e depois voltaram pra casa. Não tinha muito o que fazer aqui já que eu estava sozinha, fui até o barzinho e pedi uma água.

— Sofia — chegou Matheus por trás de mim — cadê as meninas?

— não vieram — pego a água — obrigado! — digo ao Barmen com um sorriso — mel ficou pra fazer companhia a Mia.

— é melhor assim mesmo, aqui seria perigoso de mais pra ela com aquele barrigão e Mel teria que lidar com Vitor e acho que ele só está esperando ela chegar — disse Matheus olhando pro camarote. — vamo lá pra cima pô!

— ah não, depois eu dou uma passadinha lá — digo lembrando de Nando — vou curtir um pouco e depois vou ir lá.

— beleza então, se cuida hein, qualquer coisa estamos lá em cima.

Dou um legal pra ele e vou pra pista de dança e comedie a dançar sozinha mesmo e ao ritmo da música.

NANDO

Havia acabado de abrir uma latinha de cerveja quando Matheus chega. Vitor chegou logo depois.

— já viu Mia hoje?

— não! Não a vejo desde ontem, mas é melhor assim! Mia não tem que se envolver comigo. — diz Matheus acedendo um cigarro.

Neguei com a cabeça! Se Mia não contar logo a Matheus que a filha é dele, pode acabar virando uma bola de neve. E eu só sei da história porque Sofia deu com a língua pra mim. Vitor só ficava no celular, provavelmente deve estar tentando falar com Mel.

Me levantei e fui até a grade do camarote. Olhei para baixo, e logo a vi. Dançando sozinha. Alguns caras mexia e outros apenas a encarava.

— iiihh... complicado hein — falou Matheus ao meu lado — logo Sofia que tem uma mãe que te odeia.

— não é só a mãe dela que complica as coisas entre a gente, Sofia não quer nem aqui e nem na China. E não vou desrespeitar isso, posso tá louco pra tê-la porém...

Ela me encarou e deu um sorriso, e logo fui até a escada e veio subindo. Fui seguindo-a com o olhar até que ela estava bem próxima a nós.

— só de boa, Sofia? — perguntou Matheus.

— sim! É meio chato vir sem as meninas! E as outras lá de baixo só me olham com cara feia — diz ela indo sentar ao lado de Vitor curiando o celular dele — desista! Ela te arquivou no WhatsApp. Se tu tá arrependido diz a ela, pô!

— acontece Sofia que não aconteceu porra nenhuma, eu nunca trair mel. Só tô arrependido da merda que eu fiz.

— pois é querido! É essa merda que tu fez que faz ela não te querer mais. Tu foi injusto com ela.

— será que fui mesmo? Eu a estava protegendo e protegendo tu e Mia juntas. — Vitor levantou e saiu todo estressado pro banheiro.

— já ouvi essa história antes — diz ela se levantando e vindo até nos. — Matheus?

— nada boa Sofia, não me enche com essas coisas não! Se tu não me diz o motivo que o babaca do Paul deixou Mia só e grávida ou me falar que porra que tá rolando.... Eu não direi nada a tu também — diz Matheus pegando um cigarro e se afastando.

— quanta ignorância — diz ela cruzando os braços.

— tá divulgando as roupas novas que chegou na sua loja — digo olhando pra seu conjunto de saia e top verde.

"Tá gata pra porra!"

foi o único jeito que fez minha mãe me deixar vir sozinha, e é claro aproveitar e divulgar. Pois são vários looks maravilhosos.

— não tenho dúvida que são — fitei seus peitos e fui subindo o olhar pros lábios dela.

— para com isso — diz Sofia ficando envergonhada e olhando pro outro lado do camarote.

— parar com o que? — dou um gole da cerveja e dou um sorriso de lado pra ela.

— me olhar dessa forma.

— é? E como é a forma que eu estou te olhando? — me aproximei mais perto dela fazendo ela me encarar.

— se der mais um passo eu te jogo daqui de cima, e não duvide da minha capacidade pra fazer isso.

— coé, Sofia? Baixa a porra da guarda.

— e me ceder a você, pra depois tu me tratar como uma qualquer? — ela se afastou e saiu andando pisando fundo, e fui indo atrás dela — e no dia seguinte minha mãe me enchendo a paciência por ter ficado contigo... eu não quero ter problemas Nando.

— Sofia... — sigo ela descendo a escada e indo pra fora do baile.

— eu não quero Nando! — ela foi descendo a rua do morro em paços rápido, alcançei ela e a puxo pelo braço prendendo na parede.

— então diga na minha cara que não me quer da mesma forma que eu te quero — apoio com a mão na parede atrás dela a encarando fixamente.

— se me verem contigo vão direito contar pra minha mãe, todos do morro sabe que ela não gosta de tu.

— eu não tô nem aí se tua mãe gosta de mim ou não, eu quero saber o que tu quer porra, o que tu sente... — digo sério pra ela.

— eu quero muito também, mas tenho medo — diz ela abaixando o olhar — sei o que rola quando se envolve com traficante, não é fácil e da medo e outra tenho medo também pela minha mãe, não quero decepcion...

— tô ligado! — coço a nuca — quer ir comer um podrão?

— acho que os cara das barracas já meteram o pé, normalmente eles ficam por aqui.

Eu estava com muito desejo de beija-la mas não ia fazer isso sem autorização dela. E cada vez que Sofia mordia lábio inferior a vontade crescia mais. Ela se encolheu passando a mão pelos braços.

— tá com frio? — perguntei e ela confirmou, tirei minha jaqueta corta vento e a entreguei — como é que não sente frio com esse pedaço de roupa.

— lá vem você, quem está vestida sou eu — diz pegando a jaqueta e vestindo. — segura minha bolsa. — Sofia tira a bolsa do ombro jogando pra mim e logo depois pegando de volta.

— fiz um macarrão cremoso hoje no almoço lá em casa e sobrou muito, quer ir lá comer?

— essa história aí já é velha, comigo não rola.

— eu não vou fazer nada contigo porra, ou tu quer ficar a noite toda aqui no baile com fome?

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