Você é MINHA

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- Eu disse - falei sem desgrudar nossos olhares.

- Só quero que fique claro, que eu não sou um objeto, pra te pertencer.

Coff...coff...coff
Tossiu

- Mas eu não falo "minha" como objeto. - falei fazendo expressão de apas com os dedos

- Eu digo "minha" como minha bela adormecida, minha garota.
MINHA MULHER - disse a última em alto e bom som para que fique claro.

Ela não disse nada, só ficou me encarando.

- Você é minha e ninguém vai me fazer pensar ao contrário - falei.

- Eu Sinto falta dos meus pais - disse com os olhos cheios de lágrimas - me deixa ir ver meus pais.

- Mary,eu não posso te deixar.

- Eu não preciso ir sozinha - falou- você me leva e me traz de volta, eu juro que eu vou voltar com você, só quero ver meus pais.

- Se eu pudesse eu te levava, mas a gente teria que inventar uma história, de como você sumiu, e eu não tô com paciência. - expliquei

Então ela começou a chorar, mais do que já estava, eu não sabia o que fazer.

Como foi que tudo se complicou pelo amor de Deus?
primeiro a gente estava brigando porque ela fugiu, agora a gente tem que discutindo, se ela pode ver os pais.
O que um assunto tem a ver com o outro?

Então fui até ela em passos lentos, sentei na ponta da cama e  comecei a falar:

- Me desculpa - disse - eu não tinha o direito de zombar de você, eu tinha que respeitar a sua decisão.

Mesmo sendo boba, eu já tinha visto ela sem nada.

Fique quieto por alguns segundos,então olhei para ela.
Ela estava me encarando atentamente. É agora Erik, Aproveita que a fera tá  Domada

- Mesmo que para mim,Ela não tenha sentido,era tão simples, eu só tinha que respeitar. Mas resolvi rir de você. Me  perdoa.

Ela ficou calada por um tempo.

E em poucos segundos se pronunciou.

- E você, me desculpa por ter ficado chateada? - perguntou com a maior carinha de cachorrinho pidão. - e ser imatura?

Como dizer não essa garota?

- É que foi assim que eu começou os abusos psicológicos da minha tia. - falou se derramando cada vez mais em lágrimas - ela ria e não concordava com as minhas decisões.

Parou um tempo para tomar ar

- E eu acabei deixando e quando eu fui ver,a gente estava em um relacionamento familiar abusivo - falou em meio ao choro - eu tinha medo dela,ela me batia, me trancava  no guarto e gritava comigo.

A única coisa que sentia quando ela parou de falar, foi um ódio enorme.

Uma vontade de pegar aquela mulher  e torturar das piores  maneiras possíveis.

- Eu não tô falando que você tá certo,em rir das minhas decisões ou desrespeitá-las - falou.

- Eu só quero dizer: que fique com medo da gente ter o mesmo relacionamento abusivo, eu só queria cortar o mal pela raiz antes de ser tarde.

De uma jeito bem imaturo, bom, eu também não foi tão maduro.

E de tudo do que aquela Pituchinha falou,eu só prestei atenção no "relacionamento"

Não sei porque mas fiquei todo bobo quando ela falou:  "a gente ter um relacionamento".

Ele Jamais seria abusivo,sei muito bem como é sofrer em um relacionamento assim, principalmente familiar.

 Saboroso VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora