Máscara

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Mary Jackson:
Sábado 14:00 da tarde.

Fazia quatro dias, desde meu sonho horripilante. Já havia tido alta do hospital, estávamos no carro, a caminho da casa do Lago.

Tínhamos acabado de pegar o resto das nossas coisas, na grande mansão da Fazenda.

Sei que deveria estar feliz com isso, estávamos voltando para o nosso cantinho. Mas o clima do carro estava pesado.

Erik permanecia Calado e sério ao volante, ele tinha discutido com seus tios, com a Camila e com a nona.

Por parte de seus tios, a discussão foi sobre, ele não ter sido um bom anfitrião,  e não ter recepcionado eles  da maneira correta, está saindo da casa, e deixando seus visitantes lá, sozinhos. Com a Camila não sei direito o motivo. Ele não me contou, e eu não consegui ouvir direito.

Mas tenho certeza, que não foi pela sua prima nem pelos seus tios, o motivo dele está tenso, nervoso e calado.

Foi a discussão com a nona, Não consegui ouvir muito, mas, percebi que foi séria, Os dois pareciam  totalmente alterados e fora de si.

Tenho certeza que isso o abalou bastante.

- Mi amor... - chamei tímida.

- Si - respondeu seco

- Você está... - fui interrompida

- Estou ótimo -  disse, ele parecia incomodado - não se preocupe...

- Mas...

- Mas nada, estou bem..

Não responde nada, apenas permanece calada, não queria prolongar aquela conversa, ele não parecia confortável e eu não queria força-lo a falar.

- Agora tenho que te levar ao Perfect Fashion. - disse sem desviar seus olhos da estrada.

- Pra onde? -  perguntei sem entender.

- Perfect Fashion - repetiu - minha empresa de moda, vou te levar para escolher meus melhores vestidos para o baile dessa noite,  ou melhor, vou fazer um vestido diferenciado para você, em cima da hora fica difícil,mas eu acho que as minhas melhores costureiras conseguem.

Foi aí que me lembrei, de uma vaga conversa, no dia que fui parar no hospital.

Amélia e Roger haviam dito que Camila iria fazer um baile beneficente, para ajudar um orfanato, e que ela fazia questão do meu homem comparecer.

- Quem disse que eu vou? - perguntei intrigada.

Não estou com a mínima paciência, de olhar para cara de Camila se fazendo de boazinha, ajudando crianças necessitadas.

Não estou com a mínima paciência de aturar ela .

- Eu disse - seu Tom era de autoridade.

- Ela convidou você,não eu, e mesmo se me convidasse, não estou com a menina paciência de olhar para a cara daquela baranga - disse - e você não manda em mim - concluir.

- Sim, ela não te convidou. Mas você vai como minha acompanhante - rebateu - por favor Mary, eu te peço,eu não quero enfrentar isso sozinho, não depois da discussão de hoje, das suspeitas que eu tenho para cima dela.

Que suspeitas?

- Que suspeitas? -perguntei

- Como disse, são só suspeitas, quando eu tiver certeza, pode ter certeza que irei compartilhar com você - disse - agora,voltando ao que interessa, por favor, me acompanha?

Suplicou, ele parecia desesperado, aflito.

Sei bem como ele se sente, eu tinha que ir para os bailes beneficências idiotas, que a minha tia programava com meu ex-noivo. Eu sempre ficava trancada no meu quarto, quando era lá em casa, eu sempre me fiz está doente ou qualquer outra coisa, para não ser acompanhante do meu ex-noivo.

 Saboroso VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora