Capítulo 4 - Na madrugada

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Acordei meio atordoada, com um barulho, sem saber que horas eram, ou onde eu estava. Quando olhei para a porta, a Rosa estava entrando no quarto.

— Boa noite, dorminhoca. — Ela sorriu para mim.

— Boa noite, turista. Você só chega tarde. — Eu ri com minha própria piada. Rosa riu também. Então, ela perguntou.

— E aí, como foi seu trote?

— Ah, foi tranquilo, eu acho. Só fiquei morta de cansada. Depois dele, vim direto para o quarto, descansar.

— Imagino. O Pedro, meu namorado, não costuma ir nesses trotes justamente porque ele diz que fica com pena dos novatos.

— Estava com ele agora? Inclusive, que horas são? — Falei, procurando meu celular.

— São dez para meia-noite. — ela falou, sentando na minha cama — Sim, estava com ele. Parece um sonho. — Ela suspirou — Estamos juntos há quase quatro anos, e eu ainda sou completamente apaixonada por ele. Loucura, não? — Ela sorriu para o nada.

— Que lindo. Quem dera eu tivesse um amor assim.

Na mesma hora, alguém bate na porta. Rosa deu um pulo da minha cama e foi correndo atender, pensando que o querido Pedro já estava com saudade.

Quando ela abriu a porta, estiquei o pescoço para ver quem era e me surpreendi ao ver o Theo parado em frente ao nosso quarto. Nossa, ainda bem que não estava dormindo de pijama, e sim com uma roupa de casa qualquer.

— O que faz aqui? — perguntei.

Ele pareceu surpreso ao me ver, e quando notou que eu estava dormindo, ele ficou vermelho e se desculpou. Disse que era culpa do casal doçura ele ter me acordado.

— Você não acordou ela, relaxa. — disse Rosa — Eu acordei. — Ela me olhou orgulhosa.

Como ele notou que acordei agora? Devo está toda descabelada, então levantei da cama e fui procurar um pente.

— V-você não me contou que estava dividindo o quarto com a Lila... — ele falou, me acompanhando com o olhar.

— E por que eu deveria? O que veio fazer aqui a essa hora da noite? Já é quase madrugada. — Rosa questionou.

Ele não parava de me olhar, e eu já estava ficando sem jeito. A Rosa olhou para ele e depois para mim. Olhou para ele de novo e ficou acenando na sua cara, chamando a atenção.

— Heloooooo, alguém aí? Terra chamando.

— Ah, oi. — ele falou meio atordoado.

Como a Rosa olhou para ele com cara de interrogação, ele pareceu se lembrar do que estava fazendo ali, no nosso quarto.

— Seu anel. — Ele o entregou à Rosa. O Pedro disse que você acabou esquecendo ele em cima da pia. Como ele já estava com roupa de dormir, tive que vim deixar.

— E por que você ainda não estava na cama, mocinho? Estava com alguém? — Rosa provocou.

— E-eu estava ensaiando com a banda. — ele falou mais pra mim, do que para ela.

— Bom, obrigada. Até mais.

Ela soltou um beijinho no ar e fechou a porta na cara dele, sem mais nem menos.

Na mesma hora, abriu de novo e completou — Já disse mil vezes que você fica mais bonito sem as lentes. — E fechou a porta novamente.

Ela se deitou na cama e ficou admirando o anel no seu dedo.

— Ele... ele é colega de quarto do seu namorado?

— Quê? Ah sim. Mais ou menos. — Ela riu — O Theo é o irmão caçula do Pedro.

Aconteceu na faculdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora