Capítulo 29 - Feliz Ano Novo

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Mais uma noite que não consigo dormir bem. Eu estava feliz pelo que aconteceu entre mim e o Theo, mas, por algum motivo, uma sensação muito ruim tomou conta de mim. Mais uma noite que não consigo dormir direito. Os pesadelos estão me atormentando. Acordei cedo, o céu ainda estava escuro.

Fiquei deitada na cama, passando a noite anterior na minha cabeça várias e várias vezes, com um sorriso bobo, até o despertador tocar.

Me levantei, tomei um banho e abri a porta do quarto. Notei que havia um papel grudado na porta. Peguei e li.


Vai além dos meus sonhos; além da melhor coisa que imaginava; além do que queria, quando via nos livros e filmes. Estar com você é muito mais do que eu desejava e exatamente aquilo que precisava.


Sorri mais ainda com aquilo e guardei em uma pasta, que eu já tinha reservado para os poemas do Theo.

Cheguei na cozinha para tomar café da manhã. Lá, só estavam os donos da casa, seu filho mais velho, Pedro, e o próprio Theo.

— Bom dia. — Falei timidamente, por estar invadindo o momento família.

— Bom dia, flor. — A senhora Roriz me cumprimentou, enquanto o Pedro e o senhor Roriz viravam uma página do jornal, entretidos.

Theo também estava com um, mas ao me ver, se levantou e me deu um selinho de bom dia, sem mais nem menos. E, justo na frente dos pais dele. Quer dizer, da mãe, já que o pai continuava lendo.

Senti uma mistura de surpresa, felicidade e desespero do que ela ia falar.

— Não acredito! Vocês estão juntos? Finalmente uma notícia boa! — Ela veio até mim, e me abraçou. — Fiquei feliz com isso. Eu gosto muito de você, viu? — Ela falou, alisando os meus cabelos.

— O-obrigada. — Disse, sem jeito.

— Meus dois filhos tem muito bom gosto. Puxaram o pai. — O senhor Roriz falou, tirando a cara do jornal e soltando um beijo para a esposa.

O Pedro fez uma careta. Olhei para o Theo e ele estava sorrindo. Radiante. Seus olhos brilhavam mais do que nunca.

Quando todos desceram, resolvemos explorar mais o lugar. Igor e Daniel tinham voltado para as suas respectivas casas, pois iam passar a virada de ano com seus pais.

Eu e a Rosa fomos passear e colocar o papo em dia. Ela me contou que o Pedro tinha personalizado o anel de compromisso dois dois, com seus nomes. E que estava louca para pular no pescoço da Rita, o que me fez rir porque também tive a mesma vontade no outro dia, na cachoeira. Resolvi contar a ela o que tinha acontecido entre mim e o Theo, e ela soltou um grito, ficou dando pulinhos, batendo palmas e falando algo sobre sermos irmãs agora.

Eu só ria e tentava, em vão, fazer com que ela gritasse o mínimo possível.

Depois, fui em direção a casa, pegar meu celular para contar a novidade para o Nathan. Ele pareceu aliviado com a minha escolha e eu pedi a permissão dele para contar a história da Carol para o Carlos. Ele reclamou, bufou, mas acabou concordando. Tive uma certa pena dele, quando comentei que a Rosa e o Pedro tinham voltado. Ele tentou disfarçar a voz triste, porém eu o conheço muito bem. Ele avisou que também tinha novidades e me contaria quando eu voltasse. Fiquei curiosa. Desliguei, avisando que estaria em casa novamente depois da virada do ano.

Já estava saindo da casa, quando ouvi vozes conhecidas na sala de estar. Fiquei em dúvida se escutava ou não. Resolvi não bisbilhotar, até ouvir meu nome. Dei meia volta e fiquei escutando no corredor. Não me atrevi a olhar. Apenas fechei os olhos para me concentrar melhor no que estava sendo dito.

Aconteceu na faculdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora