Caminhamos em uma trilha no meio do mato, por cerca de meia hora. Eu, como uma boa sedentária, já estava super ofegante e esgotado toda a minha garrafinha de água. Carlos já tinha ido o mais longe de mim possível, pois não aguentava mais eu falando que a qualquer momento poderíamos ser mortos por uma cobra assassina. Tanto o Theo como o Pedro me garantiram que não havia perigo, mas não adiantou nada na minha paranoia. Rosa só ficava rindo de mim, Rita revirava os olhos e os dois meninos, Daniel e Igor, ficavam me dando sustos.
Finalmente chegamos ao local. E, nossa, como valeu a pena.
A cachoeira não era muito grande, porém o jorro de água era forte e constante. Ela era coberta por grandes pedras e vegetações. O ar era o mais limpo possível e eu fiquei apreciando aquela maravilha da natureza. Quer dizer, fiquei apreciando até sentir dois vultos passar por mim correndo, e causar quase que uma tsunami na água. Eu ri desses dois, Igor e Daniel. Logo depois foi a vez da Rosa e o Pedro, que pularam de mãos dadas.
Rita tirou sua roupa e ficou só de biquíni. Tentei puxar assunto com ela, mas ela não iria entrar na água.
— Então, pra que tirou a roupa? — Perguntei confusa.
— Para me bronzear, é claro. — Ela me olhou como se eu viesse de outro mundo.
Beleza que o tempo estava nublado, mas nem disse nada.
Carlos olhou com malícia para mim — Não vai tirar a blusa, meu docinho?
Suspirei.
— Você tem certeza que não é perigoso tomar banho aqui, né? — Perguntei, me virando para o Theo.
Pode parecer que sou uma garota fresca e mimada, mas, para falar a verdade, só sou paranoica com bicho mesmo.
— Tenho sim. — Ele riu da minha preocupação. — Eu venho aqui desde pequeno.
— Ok... — Respondi tirando a minha roupa, meio incomodada que o Carlos pudesse estar olhando.
O Theo era totalmente o seu oposto. Quando tirei a blusa, ele olhou para o outro lado desajeitadamente. Pude notar que ele estava super vermelho, o que me fez ficar tímida também.
Carlos só riu de nós, tirou a blusa e entrou na cachoeira.
Igor e Daniel saíram da água e vieram me abraçar, me molhando toda, e depois me jogaram na água. Theo pareceu um pouco... incomodado?
Notei que lá não era muito fundo e comecei a nadar.
Olhei ao redor e percebi que Rita estava conversando com o Theo.
Senti meu coração disparar e minha mente fervilhar por dentro. Desviei o olhar.
Eu estava com ciúmes?
Para a sorte dela e o meu alívio, ele logo se afastou para entrar na água.
Quando ele tirou a blusa, eu fiquei sem fôlego. O ar me faltou por uns 2 segundos, que mais pareceram horas.
O Theo tinha uma tatuagem nas costas! Uma tatuagem de um par de asas estilizadas. Me surpreendi. Ele é tão clássico... Esperava isso do Carlos, não dele.
Ficamos conversando e nadando. Fizemos um piquenique e o Theo fez todo mundo procurar o seu bloco de notas desaparecido. Estava dentro da bolsa. Ele não tinha olhado direito.
Voltamos para a fazenda já no meio da tarde. No caminho, fiquei mais para trás e o Daniel veio falar comigo.
— Você gostou do dia? — Ele me perguntou, enquanto andávamos.
— Sim. Foi ótimo. — Dei um sorriso amarelo.
— Quer que fique melhor? — Ele me parou, segurando meus braços.
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Aconteceu na faculdade
RomanceLila é uma garota que sonha com os clichês das histórias românticas que ela passou a vida toda lendo e assistindo. Ao se mudar para sua nova faculdade, para cursar Letras, ela se vê de frente com situações e pessoas que ela não sabe como lidar. Ela...