Capítulo 35 - Capítulo Final

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Não pude ver o Theo durante o seu período de recuperação, pois ''o seu sentimental estava muito abalado''. Além disso, ele não podia ter nenhum esforço e estava super sensível à luz.

Hoje é o dia em que ele irá sair do hospital. Estou muito ansiosa! Eu preparei, junto com todo o pessoal, uma festinha, no quarto dele mesmo da faculdade, de boas-vindas. O local não era muito espaçoso, mas era o que tínhamos, uma vez que a fazenda de sua família ficava muito longe dali.

Durante todo o tempo de recuperação dele, eu recebi alguns poemas. A maioria tinha a letra do Pedro, mas, nos últimos, eram a letra dele - o que fez meu coração saltitar de alegria. Ele estava se recuperando. Nem acredito que vou revê-lo a qualquer momento.

Escutamos um ruído e todos se calaram e apagaram as luzes. O escuro me fez lembrar de como o Theo se sentia na sua cegueira. Lágrimas de felicidade queriam invadir os meus olhos, mas eu as contive. Respirei fundo.

A porta se abriu bruscamente, e a claridade ofuscou minha visão por alguns segundos. Vi o Theo, com sua família a tira colo. Ele estava usando um óculos escuro. Nunca tinha o visto usar um, até então.

As pessoas ao meu redor começaram a gritar ''bem-vindo'' e a abraçá-lo. Mas, eu simplesmente não conseguia sair do meu canto. Finalmente ele estava aqui. Ele estava bem. Estava vivo e enxergando.

Depois da euforia inicial, dele já ter falado com todos, o Theo parecia estar procurando alguém. Então, ele me viu. No fundo do quarto.

Ele tirou os seus óculos e eu pude jurar que essa cena passou em câmera lenta. Pude ver os olhos que eu tanto amava. Os olhos heterocromáticos que conseguiam me hipnotizar e tirar meu fôlego. E, como conseguiam! Não tinha notado que prendia a respiração.

Soltei o ar e corri para abraçá-lo. Ele me abraçou forte também.

Não ligávamos se alguém estava olhando.

Não estávamos ali, estávamos no nosso mundo. Dentro do abraço dele, nada mais importava para mim.

— Que saudade de você. — Minha voz saiu abafada pelas lágrimas que eu já não conseguia mais conter.

— Como eu rezei para ter esse momento mais uma vez. — Ele me respondeu, enquanto enxugava as minhas lágrimas. Notei que seu rosto também estava molhado — Como eu queria ver esse rosto. Seus olhos, seu nariz, sua boca. — Ele ia beijando cada região citada. Quando chegou na minha minha boca, ele me olhou, pedindo permissão. Meus lábios já estavam secos naquele curto espaço de tempo, esperando o seu beijo. E, ele veio! Carregado de paixão. Como eu estava com saudade disso!

Todos começaram a aplaudir. E, eu senti meu rosto esquentar. Voltamos a terra.

Nos separamos e ficamos um tempo conversando com nossos amigos.

Mais tarde, à custo, deixei o Theo descansando e fui para o meu quarto. No caminho, avistei o Carlos e a Juliana conversando ao longe. A curiosidade falou mais alto, não me contive, e cheguei um pouco mais perto.

— Isso é só medo, Ju. Você está acostumada a gostar de mim. Você se sentia segura porque era um amor platônico. Não se machucava. — Carlos tentava acalmá-la.

— E-eu não sei, Carlos... — Ela estava... chorando?

— Eu sei. Agora que você realmente gosta de alguém e ele corresponde o que você sente... É assustador! Mas, confia em mim, ele não vai te magoar. O Diego também gosta de você. Ele gosta de verdade.

— Será? — Ela olha para o chão.

Carlos sorri — Vamos fazer assim: Viva sua paixão. Se ele te magoar, eu vou ter uma conversinha com ele. De homem pra homem.

Aconteceu na faculdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora