Acordei no outro dia assustada, meio perdida. Onde eu estava mesmo? Era estranho estar em casa depois de 6 meses longe. Pode parecer até pouco tempo, mas me acostumei a abrir os olhos e dá de cara com a Rosa do outro lado do quarto.
Me espreguicei e continuei deitada na cama, olhando para o nada. Recordando tudo o que tinha vivido nas últimas semanas.
Minha mãe veio me acordar e se surpreendeu deu já está com os olhos abertos, pois sempre ficava dormindo até bem tarde, tipo... eu era de acordar no horário do almoço!
— Até que essa Focus te fez bem. — Ela sorriu satisfeita.
Me levantei da cama, fiz minha higiene pessoal e fui tomar café da manhã com meus pais. Acho que faz anos que não faço isso. Até que foi legal.
Logo que terminamos de comer, meus pais anunciaram que íamos passar o natal na casa dos meus avós, como todos os anos. Grande novidade! Mas, eu gostava de lá, da família reunida. Ao contrário da maioria, me dou muito bem com meus tios e primos. Principalmente com meus primos. Eles são os irmãos que eu nunca tive.
À tarde, fui às compras com a mamãe. Compramos nossa roupa de natal e ano novo, e os presentes do amigo secreto que eu nem sabia que estava participando.
...
O dia da festa chegou e eu estava feliz em poder rever todos que eu tanto amava. Me diverti bastante, brincando de mimica. Nada das tias perguntando sobre os namoradinhos, ainda bem. Comi bastante, devo ter engordado uns 30 quilos, mas não pude evitar. Amo coxinha e sorvete e refrigerante e torta de frango e caixas de chocolate, haha! Ah, bati muuuuuitas fotos!
Quando deu 00:00, recebi uma ligação de um número confidencial. Fiquei em dúvida se atendia ou não, porém achei melhor atender, vai que era importante.
— Alô? — Cumprimentei no automático.
— Lila? Feliz natal! — Falou uma voz que eu conhecia muito bem.
Estava muito barulho do outro lado da linha e eu me concentrava em escutar o que o garoto falava, mas só entendia trechos soltos como ''você tem que me escolher'' e ''mais um copo''.
— Carlos! Você está bêbado? — Notei que sua voz estava meio lenta e embargada.
— Eu? Que é isso, meu docinho? Vem pra cá, vem. Você tem que estar comigo. O Theo não é homem pra você. Eu que vou te fazer feliz.
— Carlos, eu vou desligar. Nós falamos depois, quando você estiver sóbrio.
— Eu quero dançar. Você tem que vim augora, quer dizer, agoooora. — Ele riu, falando totalmente bêbado.
— Boa noite! — Falei zangada.
Desliguei o celular e cerrei os punhos. Carlos fumava, bebia e ainda estava em uma festa. Como ele espera que eu goste dele assim? Eu odeio todas essas coisas! Meu pai vivia fazendo isso, quando eu era criança, e só eu sei como minha mãe sofria. Quase que eles se separavam. Senti meu sangue ferver.
Meu celular tocou novamente e eu atendi, sem nem olhar o número dessa vez.
— JÁ DISSE QUE NOS FALAMOS QUANDO VOCÊ ESTIVER SÓBRIO! — Briguei, falando no pequeno telefone.
— Ué, mas eu não coloquei uma gota de álcool na boca hoje. — A voz do outro lado respondeu, rindo.
— ROSAAAA!!! — Estava feliz dela ter me ligado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aconteceu na faculdade
RomanceLila é uma garota que sonha com os clichês das histórias românticas que ela passou a vida toda lendo e assistindo. Ao se mudar para sua nova faculdade, para cursar Letras, ela se vê de frente com situações e pessoas que ela não sabe como lidar. Ela...