Levei o Carlos para o meu quarto e a Rosa tomou um susto quando o viu. Contei brevemente o que tinha acontecido, enquanto pegava um pano molhado, para limpar os ferimentos dele.
Carlos nem prestava atenção na nossa conversa, ele estava entretido, observando o nosso quarto e um painel que tinha posto, com algumas fotos da minha infância.
Eu o fiz sentar em uma cadeira que usava para estudar e pedi a Rosa para encher uma tigela de água. Ela assentiu, e eu comecei o trabalho.
Passei o pano sobre a sua boca, já que era o local que mais sangrava.
— Ai! Isso arde, sabia? — Ele resmungou.
— Desculpe. Sou de humanas, não da saúde. — Falei, sem graça.
— Nota-se. Não tem nem um kit de primeiro socorros...
— Está reclamando demais, sabia? Já estou fazendo o favor de limpar seus ferimentos. — Fingi estar zangada com ele.
— Não faz mais que sua obrigação, já que brigamos por sua causa. — Ele parecia se divertir com a situação.
Olhei para ele assustada e ele só riu.
— Nem ligo. Você vai me contar toda a história mesmo. — Dei de ombros.
A Rosa chegou com a tigela cheia e logo terminei de limpar todo o seu rosto.
Ele ficou me encarando, enquanto dava uns retoques finais na sua sobrancelha, que tinha sofrido um pequeno corte.
Ele só fez uma careta, parecendo segurar a dor.
A Rosa só ficou rindo da cara dele. Logo, ele se enfezou e resolveu falar algo.
— Garanto que o outro cara está bem pior. — Ele sorriu, vitorioso.
— E quem era o outro cara? — Ela perguntou, rindo abertamente.
— Nathan. — Ele falou quase cuspindo, como se aquele nome fosse um palavrão.
— O-o quê? O N-Nathan não é de brigar. Ele e-está b-bem? — A Rosa se assustou e, então, ficou com a expressão séria e preocupada.
Não falamos nada, o silêncio foi incômodo por um tempo. Até a Rosa se levantar, como se tivesse tomado uma decisão difícil, e dizer que ia verificar se o Nathan estava bem.
Quando ela saiu, eu e o Carlos nos olhamos, até eu ficar constrangida e me levantar para colocar todo o meu material de emergência, um pano e uma tigela de água, na pia.
Porém, nas pressas, acabei batendo meu mindinho no pé da cama e soltei um grito de dor, derrubando a água da tigela. Muito bem, Lila. Sua desastrada.
Carlos teve uma crise de risos, mas logo perguntou se eu estava bem.
— Eu vou sobreviver. Não é como se eu tivesse entrado numa briga. — Zoei.
Ele riu — Muito engraçada você.
Rapidamente limpei a poça de água que tinha se formado com um pano de chão. Lavei as mãos e olhei para o Carlos que estava me observando.
— Hum... Isso vai ficar roxo... — Apertei de leve em cima do seu olho direito. — Dói?
— Não! — Ele disse, trincando os dentes.
—Tou vendo que não. — Estava me divertindo com isso. Mesmo com dor, ele não queria dar o braço a torcer. Bem típico desse ruivo mesmo.
— Toma. — Entreguei um remédio e um copo d'água a ele para aliviar a dor.
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Aconteceu na faculdade
RomanceLila é uma garota que sonha com os clichês das histórias românticas que ela passou a vida toda lendo e assistindo. Ao se mudar para sua nova faculdade, para cursar Letras, ela se vê de frente com situações e pessoas que ela não sabe como lidar. Ela...