O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1

Capítulo 55 - Parte II

Eu havia ficado sozinho com a Bianca por alguns instantes e pudemos conversar sobre algumas coisas. Fazia um certo tempo que não conversávamos a sós como hoje. Ela é de fato uma garota muito legal e eu realmente achei legal ter conhecido ela, assim como o Victor, obviamente.

Eu ainda sinto extrema tristeza por ele ser hétero, mas infelizmente eu não posso fazer absolutamente nada sobre isso.

— Deixa eu perguntar uma coisa a você — Bianca me olhou, coçando a cabeça — Como está o andamento do seu trabalho de história?

— Apenas demos um pontapé inicial, mas ainda precisamos discutir sobre muitas coisas. Por quê?

— Aquele tapado, imprestável, horrível e maldito Italo está me dando nos nervos, ele parece estar pouco se importando com o trabalho e não responde as minhas mensagens. Se até o dia da entrega do trabalho ele não se manifestar sobre nada, eu não vou colocar o nome dele — Bufou — Que garoto ridículo, não é à toa que ele anda com aquela trupe de palhaços sem graça. Se ele não me ajudar a fazer nada, eu espero realmente que ele se dê muito mal até nas provas.

— Achei que o Henrique fosse um completo imbecil, ridículo e sem conteúdo, mas ele parece ser bem inteligente — Disse baixinho — Isso me surpreendeu, mesmo ele sendo um completo grosseiro a maioria do tempo, isso realmente me deixou bem surpreso.

— Como assim? — Ergueu as sobrancelhas e parecia estar bem surpresa — Você está elogiando-o e disse que ele é inteligente? Isso é sério? — Ela riu — Acho que o dia hoje está cheio de surpresas..., primeiro soubemos que o Victor bateu naquele idiota tinha, resto de placenta do Henrique e agora você faz elogios a ele?

— Sim, eu acho..., ou não — Balancei a cabeça negativamente — Eu não disse isso!

— Disse sim — Ela riu — Talvez haja uma grande possibilidade de ele ser assim apenas para evitar mostrar quem ele realmente é de verdade, assim como falei com você quando nos conhecemos. Ele realmente parece ser esse tipo de pessoa, que está se escondendo atrás de uma máscara, para evitar mostrar a sua verdadeira face, com medo do mundo.

— É tudo tão estranho — Disse baixinho — Às vezes nem eu mesmo consigo me decidir sobre o que pensar ou sobre o que fazer ou até mesmo como tenho que agir.

— Mas o que é estranho? Tudo isso?

— Muitas coisas. Na verdade, as suas atitudes são tão estranhas.

— A que ponto? Ah, você está falando dele?

— Ele sempre parece estar demonstrando que talvez queira mudar, mas no mesmo instante ele volta a ser a mesma pessoa horrível que conheci.

— Talvez ele sinta muito medo. É muito provável que o medo dele seja bem maior que a sua vontade de mudar. Por isso, sempre que ele parece estar dando um passo rumo à mudança, ele se sente amedrontado e volta ao ponto de partida.

— Talvez seja realmente isso.

— Quem sabe um dia ele não mude, não é?

— Quem sabe — Suspirei.

Lembrei de quando conversamos de fato pela primeira vez no colégio e falamos sobre algumas coisas, incluindo as ações do Henrique, que eu havia basicamente acabado de conhecer.

— Tem acontecido algo de diferente? — Ela perguntou curiosa.

Antes que eu pudesse responder, Victor havia retornado.

— Chegaram três pessoas — Ele disse ao passar por nós, indo em direção a lateral da casa.

— Quem será que chegou? — Isso me deixou bem curioso, porque o Victor estava parecendo ansioso e agitado.