Capítulo 90 - Parte III

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GABRIEL:

Eu não estava sabendo de absolutamente nada sobre o presente que o Henrique vai me dar. Mas por que ele vai me dar algum presente? Ainda nem o meu aniversário. E, mesmo assim, ele não precisa gastar dinheiro comprando algum presente para me dar. Talvez com esse presente, eu passe a imaginar coisas que eu não deveria nem cogitar — eu acho.

Sei que ele não teve a intenção de dizer isso na frente da minha mãe e com toda a certeza é culpa do seu pai, já que no momento em que ele chegou, o Henrique se mostrou estar visivelmente desconfortável. Espero que ele não se complique em nada.

Acho que de um certo tempo para cá, todas as coisas têm estado fora de série. Não sei como a minha vida pôde mudar tanto em um período de tempo tão curto assim. Apenas espero que nada piore ainda mais, mas tendo em vista as circunstâncias, acho que a tendência é piorar ainda mais.

Logo que eles foram embora, a minha mãe me encheu de perguntas, sobre do que se tratava o presente ou qual motivo ele teria para me dar um presente e depois de muitas e muitas perguntas, ela se convenceu de que eu não estava sabendo de nada e me deixou em paz por um tempo.

Acho que isso não irá complicar a minha relação com o Henrique. O meu maior medo segue sendo o fato de que ela chegue a nos impedir de mantermos contato — acho que está tudo bem.

Eu estava quase pedindo para morrer, para poder me livrar de todo aquele interrogatório sem nexo.

Embora isso quase tenha complicado toda a situação, agora estou curioso para saber qual é o presente que ele vai me dar, mesmo que isso não seja preciso. Além disso, também estou um pouco ansioso para amanhã. Iremos os quatro a um restaurante, mas não sei se isso pode ser uma boa ideia ou não, mas de certa forma, será bom para todos nós. De fato, é sempre bom sair da mesmice e da zona de conforto.

GABRIEL: Pessoal, pessoal

IGOR: Já conta as novidades, pq quando vc aparece aqui, é sempre pra contar algo de novo

MARIA: Q ignorância, Igor

IGOR: Nem é

GABRIEL: É sim, me senti atingido agora, vc nunca foi assim

IGOR: Pessoas mudam

GABRIEL: Vou começar a tratar vc com ignorância também

BRUNA: Ihhhhh, crise no paraíso

BRUNA: Sabia que um dia ia dar pane

BRUNA: Não fale assim com seu boyzinho

BRUNA: Seu não, né..., do outro

GABRIEL: Tô me sentindo um objeto

MARIA: Mas às vezes vc demonstra ser um

MARIA: Manipulável na maioria das vezes

GABRIEL: Ei

GABRIEL: Mas eu acho que mudei

BRUNA: Será?

IGOR: Vamos direto ao ponto, o que vc tem pra nos contar?

GABRIEL: Nem sei se devo contar, depois dessa...

IGOR: Ah, não finja que está ofendido

GABRIEL: Pq vc tá assim hoje?

BRUNA: Ele tá com raiva pq uma menina deu um fora nele

BRUNA: Aí ele tá assim com todo mundo

BRUNA: Como se nós tivéssemos culpa de os dois serem idiotas e burros

IGOR: Vai a merda, Bruna

BRUNA: Eu já tô nela, eu tô começando a comercializar a merda

MARIA: Aí gente, chega disso

MARIA: Uma hora o Igor se acerta com essa menina, coisa chata

IGOR: Vcs ficam aí falando merda

GABRIEL: E que culpa nós temos se vc tá agindo como um idiota por conta de uma garota?

IGOR: É a mesma coisa de vc ser um burro e tá de 4 pra um cara que só te fez mal

IGOR: Como vc pode falar assim de mim, sendo que você faz pior?

IGOR: Se enxerga

IGOR: Vou é dormir

BRUNA: Já vai tarde, chato demais

BRUNA: Eu hein, ainda bem que passo longe dessa raça nojenta

MARIA: Agora pra gente, Gabriel

MARIA: Quero saber o que foi que houve

GABRIEL: Terminamos nosso trabalho de história, vamos a um restaurante amanhã e ele tem um presente pra me dar

BRUNA: Sei qual é o presente que ele vai te dar

BRUNA: Vai comer calabresa hein bb

MARIA: Mds mulher, para com essas coisas

BRUNA: Mas não é verdade?

GABRIEL: NAAAAO

GABRIEL: Eu acho que não

BRUNA: Mas eu sei que vc bem queria que fosse, né

MARIA: Ignora essa doida e conta que história é essa de restaurante e de presente

Contei para elas tudo o que aconteceu durante a tarde.

BRUNA: Ok, isso foi bem estranho e eu não sei se opino ou não

MARIA: Mas vc vai dar a porra da sua opinião mesmo que ninguém peça

BRUNA: Vou mesmo

BRUNA: Continuo ainda com um pé atrás sobre ele, mas se ele tiver mudado, isso pode ser bom

MARIA: Apenas aproveita amanhã, tem que ser bom de alguma forma

BRUNA: Só tenta não ser mais tão inocente quanto vc costuma ser

BRUNA: Não tô falando isso no sentido de ver maldade ou safadeza, mas sim pra aprender a defender sozinho

GABRIEL: Eu tenho tentado fazer isso

GABRIEL: Não sei se tem surtido um bom efeito, mas tenho gostado

Assim que terminei de conversar com ela, deixei o celular de lado e fechei os olhos. Sempre gosto de conversar com os meus amigos e embora o Igor estivesse bem estranho hoje, tudo o que ele disse não me afetou em nada — embora eu tenha ficado um pouquinho chateado com ele, mas não é algo que eu leve para a frente, não vale a pena ficar chateado com algo tão bobo.

Agora continuo ansioso para amanhã. Mesmo tudo isso ainda sendo bem estranho, espero que seja bom e que seja uma boa noite e que nada de ruim aconteça. Talvez essa seja a hora de deixar o meu pai de lado, pois ele ainda não fez contato e felizmente, também, não deu as caras, isso por si só é ótimo.  

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora