GABRIEL:
Eu não estava sabendo de absolutamente nada sobre o presente que o Henrique vai me dar. Mas por que ele vai me dar algum presente? Ainda nem o meu aniversário. E, mesmo assim, ele não precisa gastar dinheiro comprando algum presente para me dar. Talvez com esse presente, eu passe a imaginar coisas que eu não deveria nem cogitar — eu acho.
Sei que ele não teve a intenção de dizer isso na frente da minha mãe e com toda a certeza é culpa do seu pai, já que no momento em que ele chegou, o Henrique se mostrou estar visivelmente desconfortável. Espero que ele não se complique em nada.
Acho que de um certo tempo para cá, todas as coisas têm estado fora de série. Não sei como a minha vida pôde mudar tanto em um período de tempo tão curto assim. Apenas espero que nada piore ainda mais, mas tendo em vista as circunstâncias, acho que a tendência é piorar ainda mais.
Logo que eles foram embora, a minha mãe me encheu de perguntas, sobre do que se tratava o presente ou qual motivo ele teria para me dar um presente e depois de muitas e muitas perguntas, ela se convenceu de que eu não estava sabendo de nada e me deixou em paz por um tempo.
Acho que isso não irá complicar a minha relação com o Henrique. O meu maior medo segue sendo o fato de que ela chegue a nos impedir de mantermos contato — acho que está tudo bem.
Eu estava quase pedindo para morrer, para poder me livrar de todo aquele interrogatório sem nexo.
Embora isso quase tenha complicado toda a situação, agora estou curioso para saber qual é o presente que ele vai me dar, mesmo que isso não seja preciso. Além disso, também estou um pouco ansioso para amanhã. Iremos os quatro a um restaurante, mas não sei se isso pode ser uma boa ideia ou não, mas de certa forma, será bom para todos nós. De fato, é sempre bom sair da mesmice e da zona de conforto.
GABRIEL: Pessoal, pessoal
IGOR: Já conta as novidades, pq quando vc aparece aqui, é sempre pra contar algo de novo
MARIA: Q ignorância, Igor
IGOR: Nem é
GABRIEL: É sim, me senti atingido agora, vc nunca foi assim
IGOR: Pessoas mudam
GABRIEL: Vou começar a tratar vc com ignorância também
BRUNA: Ihhhhh, crise no paraíso
BRUNA: Sabia que um dia ia dar pane
BRUNA: Não fale assim com seu boyzinho
BRUNA: Seu não, né..., do outro
GABRIEL: Tô me sentindo um objeto
MARIA: Mas às vezes vc demonstra ser um
MARIA: Manipulável na maioria das vezes
GABRIEL: Ei
GABRIEL: Mas eu acho que mudei
BRUNA: Será?
IGOR: Vamos direto ao ponto, o que vc tem pra nos contar?
GABRIEL: Nem sei se devo contar, depois dessa...
IGOR: Ah, não finja que está ofendido
GABRIEL: Pq vc tá assim hoje?
BRUNA: Ele tá com raiva pq uma menina deu um fora nele
BRUNA: Aí ele tá assim com todo mundo
BRUNA: Como se nós tivéssemos culpa de os dois serem idiotas e burros
IGOR: Vai a merda, Bruna
BRUNA: Eu já tô nela, eu tô começando a comercializar a merda
MARIA: Aí gente, chega disso
MARIA: Uma hora o Igor se acerta com essa menina, coisa chata
IGOR: Vcs ficam aí falando merda
GABRIEL: E que culpa nós temos se vc tá agindo como um idiota por conta de uma garota?
IGOR: É a mesma coisa de vc ser um burro e tá de 4 pra um cara que só te fez mal
IGOR: Como vc pode falar assim de mim, sendo que você faz pior?
IGOR: Se enxerga
IGOR: Vou é dormir
BRUNA: Já vai tarde, chato demais
BRUNA: Eu hein, ainda bem que passo longe dessa raça nojenta
MARIA: Agora pra gente, Gabriel
MARIA: Quero saber o que foi que houve
GABRIEL: Terminamos nosso trabalho de história, vamos a um restaurante amanhã e ele tem um presente pra me dar
BRUNA: Sei qual é o presente que ele vai te dar
BRUNA: Vai comer calabresa hein bb
MARIA: Mds mulher, para com essas coisas
BRUNA: Mas não é verdade?
GABRIEL: NAAAAO
GABRIEL: Eu acho que não
BRUNA: Mas eu sei que vc bem queria que fosse, né
MARIA: Ignora essa doida e conta que história é essa de restaurante e de presente
Contei para elas tudo o que aconteceu durante a tarde.
BRUNA: Ok, isso foi bem estranho e eu não sei se opino ou não
MARIA: Mas vc vai dar a porra da sua opinião mesmo que ninguém peça
BRUNA: Vou mesmo
BRUNA: Continuo ainda com um pé atrás sobre ele, mas se ele tiver mudado, isso pode ser bom
MARIA: Apenas aproveita amanhã, tem que ser bom de alguma forma
BRUNA: Só tenta não ser mais tão inocente quanto vc costuma ser
BRUNA: Não tô falando isso no sentido de ver maldade ou safadeza, mas sim pra aprender a defender sozinho
GABRIEL: Eu tenho tentado fazer isso
GABRIEL: Não sei se tem surtido um bom efeito, mas tenho gostado
Assim que terminei de conversar com ela, deixei o celular de lado e fechei os olhos. Sempre gosto de conversar com os meus amigos e embora o Igor estivesse bem estranho hoje, tudo o que ele disse não me afetou em nada — embora eu tenha ficado um pouquinho chateado com ele, mas não é algo que eu leve para a frente, não vale a pena ficar chateado com algo tão bobo.
Agora continuo ansioso para amanhã. Mesmo tudo isso ainda sendo bem estranho, espero que seja bom e que seja uma boa noite e que nada de ruim aconteça. Talvez essa seja a hora de deixar o meu pai de lado, pois ele ainda não fez contato e felizmente, também, não deu as caras, isso por si só é ótimo.
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O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1
Romance- ROMANCE GAY - Mudar de cidade é sempre uma tortura, novas pessoas, novos amigos(?). Gabriel Silva, um rapaz de dezessete anos, que acaba de mudar de cidade, com a sua mãe. O jovem está preocupado em como será a nova vizinhança e seu último ano esc...