Capítulo 29

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Talvez tudo isso ainda seja meio difícil de eu acreditar. Eu estou em sua casa, eu poderia ter feito dupla com qualquer outra pessoa, mas estou aqui na casa desse idiota e sou a sua dupla..., parece que o destino quer me levar de mal a pior!

— Destino, por que você está fazendo isso comigo? — Digo para mim mesmo, apenas mexendo os meus lábios, mas sem emitir nenhum som.

Bati na porta do seu quarto e chamei o seu nome:

— Henrique? Sou eu, o Gabriel — Eu não sei como consegui dizer isso sem gaguejar ou me tremer de medo.

Em minha mente passou as cenas de quando tivemos o nosso primeiro ''encontro'' — na verdade, isso nem foi um encontro, foi mais um acaso horrível —, ao qual ele apertou tão forte o meu braço que ficou marcado e também quando eu estava voltando para casa e ele me jogou no chão. Por que ele é tão idiota?

Ao mesmo tempo que eu o acho idiota, algo em mim me faz querer que ele mude. Mas, por que estou dizendo isso? Ele mudaria? Com certeza seria um dos meus mais perturbados pensamentos.

— Espera! — Ouvi ele dizer.

Esperei alguns instantes até que ele pudesse abrir a porta. Mas antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, ele abriu a porta e eu o encarei, olhando bem em seus olhos e eu pude sentir um frio passando por todo o meu corpo — não só o frio do ar condicionado no quarto, mas também um frio de dentro para fora.

— Finalmente! — Ele disse, me olhando bem sério e deu passagem para que eu entrasse em seu quarto.

Desviei o meu olhar e olhei rapidamente para baixo e percebi que ele estava usando um pijama, com calças folgadas e confortáveis, assim como a camisa preta e de mangas compridas, com uma estampa de desenho animado. Ele está descalço e por seu cabelo não ser grande, parece que sempre está arrumado.

— Então, você tem alguma ideia do que faremos? — Perguntei ao parar no meio do quarto. Eu tenho algumas ideias sobre possíveis temas aos quais nós podemos cogitar usar. Mas, eu também quero saber sobre o que ele estaria pensando.

— Eu quem deveria perguntar isso a você — Sinto quando ele deu uma leve tapinha em meu ombro e passou por mim, se jogando em sua cama. Ele se ajeitou na cama, se sentando com as pernas cruzadas e as costas apoiadas na parede. A sua cama é uma cama de casal e parece muito confortável.

— Eu até tenho, mas gostaria de saber a sua opinião — Voltei a olhar discretamente para ele.

— Então deixa eu pensar... — Ele disse, levando sua mão ao queixo e fazendo uma expressão pensativa — Hum.... — Ouço ele dizer.

Olhei ao redor e eu realmente achei que o seu quarto seria um caos total — se tratando de quem é, eu realmente pensei que o seu quarto poderia ser uma bagunça do chão ao teto. Mas muito pelo contrário, o seu quarto tem um papel em listras azuis e brancas. Vejo uma janela e uma cortina um pouco ao lado da sua cama. Bem do lado da janela, de frente para a sua cama tem uma cômoda de madeira e uma grande televisão em cima.

— Vai ficar aí parado feito uma estátua? — Tirou a mão do queixo e continuou me olhando — Senta aí — Ele apontou para trás de mim — Você já está me irritado, parado aí no meio do quarto e me olhando feito um bobalhão — Revirou os olhos.

Rapidamente olhei para trás e vi que quase ao lado da porta há uma escrivaninha com um computador e alguns livros. Na parte de cima da parede há uma prateleira com mais alguns livros e alguns carrinhos de brinquedo — eu acho que são de coleções.

Fui até a escrivaninha e me sentei e girei a cadeira, voltando a olhar para ele.

— O seu quarto... — Continuei olhando, ainda um pouco abismado com o quão organizado ele é.

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora