Capítulo 46

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Olá, como estão? 

Esse capítulo já volta a ser pela versão normal do Gabriel e o capítulo seguinte também será. O capítulo 47 será como uma cena extra, digamos assim, será um capítulo de diálogos entre o Gabriel e os seus amigos (Igor, Bruna e Maria). Já o capítulo 48 será na versão do Henrique. 

Espero que tenham uma ótima leitura, que gostem e deixem seus votos e comentários. Quero aproveitar para agradecer novamente a quem está lendo, votando e comentando.

Até logo O/

...N...

Eu apenas queria ter ido para a minha casa, mas ao invés disso, estou sentado na cama do Henrique, em pleno escuro e esperando ele voltar para o quarto. Em outras circunstâncias isso seria meramente normal se nós fossemos amigos, mas nós não somos. Isso tudo tem sido tão estranho.

Não consigo entender o porquê de o pai do Henrique querer que eu fique aqui, nada iria me acontecer se eu fosse para casa, afinal de contas, moro de outro lado da rua. Talvez o mais estranho disso tudo tenha sido o fato de a minha mãe não ter impedido de eu dormir fora de casa, na casa de um 'colega' do colégio. Mas, eu acho que tendo em vista as circunstâncias, ela não poderia fazer nada.

Antes de sair de casa eu achei que nós conseguimos assistir ao filme e seria tudo tranquilo, certamente isso foi tão pior quanto da última vez. Parece que ultimamente tudo tem contribuído contra mim, me sinto como se estivesse nadando contra a correnteza de uma enchente.

Eu tento não pensar muito, mas quanto mais eu me esforço para não pesar, mas coisas eu penso. Desta vez eu penso em como foi diferente esbarrar nele, eu sei que ele é um pouco fortinho, mas esbarrando em seu peito eu consegui sentir a rigidez do seu corpo, que estava quente, assim como a sua respiração.

Isso foi bem diferente e eu não sei o que consegui sentir no momento, mas mesmo que estivesse um pouco assustado por conta de todo o alvoroço, eu poderia dizer que não foi algo tão ruim.

É estranho me ver nessa situação e pensando em coisas como essas. Se tratando desse desgraçado e infame, eu jamais deveria imaginar isso ou sequer cogitar qualquer outra coisa do tipo. É tão difícil não pensar em nada que eu chegue a me sentir perturbado — talvez bem mais do que eu já seja normalmente.

— Gabriel? — Ouvi ele me chamar — Estou entrando no quarto.

O vi entrar no quarto sendo guiado pela lanterna do celular e pude perceber que embaixo do seu braço há um colchonete enrolado, junto com um travesseiro e em seu ombro tem um lençol pendurado.

— A luz ainda não voltou? — Perguntei — Isso me deixa ansioso.

— O meu pai me contou que deve voltar pela manhã — Respondeu — Infelizmente não teremos o ar condicionado e o quarto ficará um pouco abafado — Ele bufou.

— O que houve? — Fiquei curioso em saber o que havia acontecido.

— Pelo que o meu pai me falou, roubaram três carros de bairros diferentes, mas bem próximo a esse e polícia está perseguindo dois deles, pois um dos ladrões bateu em um poste de luz que se liga a nossa rua, então metade do bairro ficou sem energia por conta deles — Explicou e andou até o centro do quarto, estendendo o colchonete no chão e pondo o travesseiro e o lençol em cima dela — Parece ruim, mas é confortável — O vi ir até a janela do quarto, afastar a cortina e abri-la. Logo ele retornou e sentou-se na cama, um pouco afastado de onde eu me sentei.

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora