Capítulo 7

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Assim que entrei em casa e fechei a porta, tentei ao máximo disfarçar que estava um pouco agitado. Aquele encontro com aquele idiota me deixou bem assustado, agora eu temo pelo que ele possa me fazer. Não sei o que ele é capaz de fazer contra mim. Talvez o melhor a se fazer seja evitar ele ao máximo.

Me encosto na porta e respiro fundo. Acho que aconteceram coisas demais para um dia só.

- Mãe, cheguei! - Digo um pouco alto, indo em direção a cozinha e vejo que ela está lá, sentada à mesa.

- Finalmente - Diz sorrindo - Eu já estava preocupada - Se levanta e vem até mim, me dando um beijo na testa - Aliás, o que foi isso no seu braço? - Se afasta um pouco o segura o meu braço - Parece machucado, o que aconteceu?

Eu sabia que esse momento chegaria, mas acho que vou dizer o que eu já havia planejado antes.

- Eu acho que devo ter esbarrado em alguma coisa - Larguei a sacola em cima da mesa e direciono meu olhar para o meu braço - Talvez quando eu estava dormindo ou até mesmo no caminho de volta para casa - Digo com toda a calma, tentando ao máximo não transparecer que estou nervoso.

- Então é melhor passar gelo, ao menos para suavizar e depois esperar que a mancha suma - Diz indo em direção a geladeira, abrindo e pegando uma bandeja de gelo.

Eu me sento na cadeira, estou um pouco cansado. Na verdade, não fazem nem muitas horas que nós mudamos isso já está acontecendo comigo. Eu preferiria muito ter ficado na nossa antiga casa, assim esse tipo de coisa não estaria acontecendo.

- Pegue isso e passe em cima da região manchada por alguns instantes - Me entrega umas pedrinhas de gelo, enroladas em um pano - Então, correu tudo bem lá com o diretor?

Assim que peguei o pano com as pedras de gelo, comecei a passar no meu braço.

- Sim - Respondi sorrindo - Acho que foi melhor do que eu imaginei que seria.

- Aconteceu algo bom? - Me perguntou curiosa.

- Eu acho que sim - Digo me lembrando do João Victor - Um menino da minha turma me falou um pouco sobre a escola e também me ajudou um pouco - Bom, na verdade nós nem saímos do lugar, para ser mais exato. Mas, creio que haverá tempo para ver todo o colégio.

- Isso é bom. E você, gostou de estar com ele? - Voltou para o lugar onde estava sentada quando eu cheguei e só agora eu percebi que ela estava jantando. Nós temos um certo costume em jantar um pouco cedo demais.

- Sim, bastante. Eu acho que talvez sejamos bons amigos. Ele até me passou seu número.

- Viu, não há com o que se preocupar, você agora tem um amigo e talvez antes de terminarem o ensino médio, faça mais alguns amigos - Diz sorrindo.

Isso faz com que meus pensamentos voltem a instantes atrás, quando eu basicamente fui ameaçado por aquele troglodita ignorante. Não sei o que levou ele a bater em dois alunos, mas eu não quero ser o terceiro aluno a levar uma surra dele.

Me lembro também de que João Victor me falou que me enviaria uma mensagem quando ele chegasse em casa. Mas, deixo para checar isso depois de jantar e tomar banho, assim me sinto mais confortável.

- Você não quer jantar?

-Eu quero e muito!

Já fazem alguns instantes que estou esfregando o pano com gelo no meu braço, logo sinto que ele já está derretendo e então levo até a pia e deixo lá o que restou das pedras de gelo.

- O que você fez para o jantar? - Vou em direção às panelas no fogão e olho.

- Bom, na verdade ainda tem um pouco daquela lasanha congelada. Esses dias estou com preguiça de cozinhar - Ri - No forno do fogão tem a metade da lasanha, pode comer.

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora