Um ano antes
Eu acho que o natal sempre foi um dos meus dias favoritos do ano — apesar de não acontecer quase nada de diferente durante o dia.
Desde que eu conheci os meus amigos Igor, Maria e Bruna, eu os convidei para comemorarmos o nosso natal juntos. Nunca foi algo muito elaborado, sempre foi muito simples. Nos reunimos apenas para comermos e conversamos. Nós nos conhecemos no início do primeiro ano do ensino fundamental e desde lá até aqui, nunca mais nos separamos.
Desde que nos conhecemos, combinamos de anualmente nos reunirmos no dia do natal para aproveitarmos juntos — apenas durante o primeiro natal foi um pouquinho difícil de isso acontecer, mas aconteceu. A minha mãe convidou também os pais dos meus amigos para que viessem à nossa casa e nos anos seguintes os meus amigos puderam vir sem que os pais viessem juntos. Eles vieram para a minha casa de manhã bem cedo e nós ajudamos a minha mãe a preparar tudo e deixar tudo em ordem para o jantar.
Às vezes morar no sítio apenas com a minha mãe é um pouco solitário — embora eu goste bastante disso. Mas sempre que os meus amigos vêm aqui, faz com que eu me sinta rodeado de pessoas que eu amo e adoro.
Quando eles chegaram de manhã, fomos andar um pouco e ficamos embaixo de uma árvore bem grande e sempre faz sombra em frente à nossa casa conversando até perto do horário do almoço e depois disso, começamos a ajudar a minha mãe a preparar tudo o que iríamos jantar.
De manhã bem cedo, a minha mãe havia começado a fazer um panetone e no final da tarde, ajudamos ela a preparar uma lasanha, salada e também assar um pequeno frango e a fazer farofa, que seria o suficiente para nós cinco.
Durante o natal não jantamos tarde e fazemos um pouco diferente de como é de costume. Ao invés de jantarmos a meia noite do dia vinte e cinco, jantamos de fato no dia vinte e cinco a partir das oito horas da noite.
A nossa casa é bem simples, fica em um sítio muito aconchegante — como eu sempre gosto de dizer —, diga-se de passagem. Sempre moramos aqui, ao menos desde que eu me entendo. Eu acho que eu sempre vou gostar de morar aqui.
A minha mãe e eu chamamos a nossa casa de pequeno doce lar, porque a nossa casa não é grande. Tem um alpendre, uma sala, uma cozinha, dois quartos e um banheiro. O alpendre da nossa casa é rodeado por um ''murinho'' de tijolos e uma espécie de grade feita de madeira, assim como um pequeno portão feito também de madeira. Durante a noite de natal nós deixamos uma árvore enfeitada no alpendre, mas logo colocamos ela para dentro.
Talvez por sermos apenas nós dois em casa, minha mãe e eu nunca nos preocupamos em enfeitar tudo para o natal ou então fazermos várias comidas e jantar tão tarde. Acabamos nos preocupando mais em estarmos juntos do que com a comida e os enfeites em si. Mas de qualquer forma, eu adoro esta noite, porque sempre estou perto de pessoas que amo.
Nós arrumamos a nossa mesa, que fica na cozinha, quase no centro. Ela é de madeira, assim como as cadeiras. A minha mãe tem uma toalha vermelha com alguns enfeites, que remetem bastante ao natal. Depois de arrumarmos ela, colocamos todos os pratos que fizemos juntos com a minha mãe e nos sentamos à mesa.
— Mais um natal juntos — Minha mãe disse assim que se sentou à mesa — Eu espero que os pais de você não me matem por sempre chamá-los para cá — Riu — Eu agradeço de verdade a vocês por terem vindo e aos seus pais por terem permitido..., bom, eu acho que eles iriam querer que estivessem juntos..., eu lembro o quão difícil foi da primeira vez para vocês vierem para cá, eles quase não deixaram, mas eu entendo.
— Não tem problema, tia — Igor disse rindo e me olhou — Nós gostamos de vir para cá e meus pais nunca se importam muito, apenas durante a virada do ano que eles querem que eu fique junto deles — Disse sorrindo.
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O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1
Romance- ROMANCE GAY - Mudar de cidade é sempre uma tortura, novas pessoas, novos amigos(?). Gabriel Silva, um rapaz de dezessete anos, que acaba de mudar de cidade, com a sua mãe. O jovem está preocupado em como será a nova vizinhança e seu último ano esc...