GABRIEL:
Ontem realmente foi um bom dia, eu diria. Não fiz nada, a não ser passar o dia inteiro na casa do Henrique. Felizmente, a minha mãe não está implicando com isso — isso é realmente um milagre. Eu realmente achava que ela só iria deixar que tivéssemos contato somente até o fim do trabalho de história, mas felizmente ela parece ter deixado de lado toda aquela visão horrível que ela tinha sobre o Henrique.
Enquanto estava na sua casa, me veio a ideia de fazer uma videochamada para as minhas amigas e assim poder apresentar de fato o Henrique para elas — como o meu então namorado —, incluindo o Igor, mesmo que nós não tenhamos nos falado nos últimos dias — por uma simples besteira dele —, mas ao menos pareceu reagir ''bem''. Durante toda a chamada, ele ficou dizendo algumas piadinhas estranhas e sem sentido, mas tentei ignorar. Maria e Bruna, por outro lado, aceitaram super bem a notícia. Mas assim que encerramos a chamada, elas enviaram algumas mensagens no grupo, dizendo que se ele me fizesse algum mal, mandariam matá-lo.
Agora mais do que nunca eu quero voltar a minha cidade rever todos eles. Talvez quando eu conseguir fazer e conversar pessoalmente com o Igor, tudo se resolva, mesmo que eu ache que isso seja apenas uma besteirinha, mas ao menos nos resolveremos.
Quando eu ainda estava na casa do Henrique, eu recebi uma mensagem da Bianca, avisando que não iriamos naquela noite visitar a Amanda, porque eles ficaram encarregados de fazerem algumas coisas e acabaram terminando muito tarde. Eu realmente não entendi muito bem o que era, apenas que não iríamos e que o faríamos no dia seguinte — hoje, agora.
Desde ontem que eu estou com uma pulga atrás da orelha em relação ao que o Victor quer conversar comigo. Eu chego a ter uma teoria sobre isso, mas não sei se é de fato cabível. De qualquer forma, esperarei que ele me conte. Felizmente ontem eu passei todo o dia com a mente ocupada e assim foi difícil pensar sobre isso, caso contrário, acho que eu poderia ter morrido de tanta ansiedade.
Espero que o que ele tenha a me dizer não seja nada grave. Contudo, quando nos encontrarmos no hospital, é possível que ele possa me dizer de fato o que tanto quer falar. Só de imaginar eu já fico eufórico para saber do que se trata. Ele poderia ter sido empático e não ter mencionado absolutamente nada e apenas dizer quando estivéssemos juntos.
Havíamos combinado de nos encontrar em frente ao hospital — que bom plano para um domingo. Quando o Henrique e eu chegamos, o Victor, a Bianca e o Marcelo — amigo do Henrique —, também estavam em frente, nos esperando. A princípio eu não entendi o que ele estaria fazendo ali, já que ninguém nos avisou. Eu olhei rapidamente para o Henrique e ele também parece não entender o que está acontecendo.
Assim que chegamos, eles nos disseram que o haviam convidado para vir também e ele se desculpou pelo fato de que o Henrique e eu não estávamos sabendo disso. Não havia a necessidade de se desculpar por causa disso, não é como se fosse o fim do mundo ou algo muito estranho. Além disso, quando a Amanda acordar, vai notar que muita aconteceu e mudou, então isso pode ser um começo para uma grande amizade. De qualquer forma, acho que agora todos nós somos amigos, então é de bom-tom que ele participe disso — eu acho.
Contudo, o que ainda tem me deixado bem ansioso desde ontem é o fato de que o Victor ainda não me disse nada. Eu quero muito saber o que ele tem a me contar, pois ele me deixou bem curioso, por sorte, mantive minha cabeça ocupada durante todo o dia e mal consegui pensar nisso, mas agora eu quero realmente saber. Eu mal posso esperar para saber o que ele tem a dizer. Já que ele fez todo esse mistério, espero que valha apenas ter esperado mais de vinte e quatro horas para saber dessa notícia.
Assim que entramos, nos apresentamos à recepção e fomos encaminhados para uma espécie de sala de espera e depois disso, um por vez pôde ir até o quarto onde ela está — a Bianca foi a primeira e depois o Victor. Demorou alguns instantes até que chegasse a minha vez e consegui vê-la por alguns poucos minutos, ao menos eu sei que ela está ''bem''. Pelo menos não se veem mais manchas roxas em seu corpo como a Bianca havia dito dias atrás. Mas é muito doloroso vê-la nesse estado, com tantos aparelhos ao seu corpo. Realmente espero ela consiga acordar o mais breve possível.
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O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1
Romance- ROMANCE GAY - Mudar de cidade é sempre uma tortura, novas pessoas, novos amigos(?). Gabriel Silva, um rapaz de dezessete anos, que acaba de mudar de cidade, com a sua mãe. O jovem está preocupado em como será a nova vizinhança e seu último ano esc...