Capítulo 114 - Parte III

1K 93 91
                                    

Finalmente a última parte, com tranquilidades e calmaria

GABRIEL:

Me sinto tão atormentado por tudo isso que aconteceu que eu não quero mais pensar sobre absolutamente nada, apenas fechar os olhos, dormir e fingir que isso não aconteceu. Seria realmente pedir muito para que isso acontecesse.

Talvez sumir fosse a solução para tudo ou apenas uma ilusão, pois continuaria igual ou pior, mas eu não sei o que fazer.

Quando saímos do carro do pai do Henrique, fomos direto para casa, em um grande e ensurdecedor silêncio. O Victor e a Bianca acabaram nos acompanhando, mas acho que esse pode não ser um bom momento para eles estarem aqui, mas realmente agradeço que eles tenham vindo conosco.

De qualquer forma, eles não ficaram por muito tempo, pois a Bianca recebeu uma ligação do Hospital, referente a Amanda, pois alguém tentou invadir o quarto onde ela estava, para lhe fazer mal, mas felizmente um funcionário do próprio hospital conseguiu deter a pessoa responsável e acionaram a polícia, para assim, prendê-la. Ao que parece, o ex-companheiro da Amanda invadiu o hospital para lhe fazer mal.

Essa notícia acabou me deixando ainda mais nervoso, pois eu não sei como as coisas serão a partir de agora, mas ao menos eles conseguiram capturar o homem e assim ficamos mais tranquilos, mas eles precisaram ir para o hospital, de modo que assim saberão de mais coisas a respeito do acontecido.

Depois que eles foram embora, só consegui pensar no que eu farei a partir desse momento ou o que não farei. Mesmo que a situação da Amanda tenha sido assustadora, agora eu devo me preocupar com os meus próprios problemas — pelo menos até então.

Na sala de casa, estou sentado no sofá e olhando para a minha mãe, que parece me analisar, mas já estamos assim há alguns instantes e não trocamos nenhuma palavra. É possível ouvir a nossa respiração diante de tamanho silêncio. Eu gostaria de um lugar onde eu pudesse me esconder e não me preocupar com absolutamente nada — mais precisamente um lugar para me esconder dessa situação.

Graças ao meu pai, acho que a minha vida agora está destruída.

— Eu não sei muito bem o que dizer... — Respirou fundo — Eu me sinto um pouco enganada por tudo isso — Disse — Não sei se enganada é o certo a se dizer..., mas eu gostaria de ter tido o conhecimento de tudo isso desde o início — Sua expressão é tão séria, que não consigo nem sequer deduzir o que ela pode estar pensando. Talvez ela esteja pensando em mil e uma maneiras de me xingar e me expulsar.

— C-como? — Me deixou um pouco confuso, mas acho que posso adivinhar o que está por vir.

— Eu achei que você me contaria ou qualquer outra coisa — Respondeu — Me sinto um pouco traída, pois você nem sequer me disse o que estava acontecendo. Você não confiou em mim.

— Eu ainda não estou entendendo...

— Eu já estava desconfiada de tudo isso — Ela disse — Eu esperava que você ao menos me dissesse a verdade, não custaria nada! — Seu tom de voz ainda parece calmo — Não custaria nada você ter me contato isso.

— Mas...

— Você não confiou em mim, Gabriel. Eu sou a sua mãe e eu tenho o direito de saber com quem o meu filho está se relacionando ou pelo menos se você gosta de garotas, garotos, ambos, nenhum... eu merecia saber — Disse firme — Me sinto bem chateada com tudo isso, mas mais ainda por conta de todo aquele papelão do seu pai, é óbvio que não é sua culpa, mas eu preciso digerir tudo isso que aconteceu — Ela se levantou — Mas eu quero que você saiba que o apoio em relação a isso, eu só preciso... bem, fingir que o meu filho não confiou em mim, para me contar algo tão importante na vida dele. — Ela foi em direção ao seu quarto, mas antes de entrar — O problema não é quem você é... o problema é não ter confiado em mim.

O Idiota do Meu Vizinho - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora