CAPITULO 4

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POV Azriel

-Ela é uma ameaça - a voz de Rhys corta o ar como uma lâmina. Eu, Cass e ele estamos no escritório do general na Casa do Vento. Sentados próximos à lareira e com copos de whisky nas mãos.

-Tolice - Cass retruca e aquilo chama a minha atenção.

Até aquele momento apenas ouvi Rhysand despejando todas as suas desconfianças e pensamentos. Como se estivesse em uma sessão de confissão e livramento com uma das sacerdotisa dos templos. Minha cabeça já doía de raiva, frustração e  confusão sobre tudo que foi atirado a mim sem que eu pedisse nas últimas horas e dias.

-Como?! Nem eu ou Feyre conseguimos ler seus pensamentos. Amren está claramente desconfortável e...

-Acho que esta não é a palavra que descreve Amren neste momento, irmão - Cass ri sarcasticamente - Ela ficou curiosa, até intrigada, eu diria. Ela a olha como se ela fosse a peça final de um quebra-cabeça de 10 mil peças. E todos nós sabemos como aquele demônio ama mistérios e desafios. Já deve estar enfurnada naquele bendito apartamento relendo os milhares de livros que possui tentando entender o que a parceira do nosso irmão é. - Parceira, pela Mãe! Eu tenho uma parceira! - Porém desconfortável é a última coisa que ela está, Rhys.

Rhysand se remexe onde está. Sabe que Cassian está certo. Amren, dentre todos do círculo íntimo, é a que representa a menor ameaça à fêmea que retornou ao quarto junto com as gêmeas espectros, que pedi que a ajudassem no que precisasse.

-Quero que você se aproxime dela, Az. - levanto a cabeça para Rhys - Explore esse laço se for preciso. Use-o - Mas que merda... - Precisamos estar um passo à frente dela. Saber quais são suas intenções e como quer nos atingir. - Aquela é a voz do grão-senhor. Minha indignação é tão grande que travo meu maxilar de forma que meus dentes rangem.

-Não. - é a única resposta que dou a ele. A surpresa em sua face é imediata. Era a segunda vez que eu desobedecia uma ordem sua.

-Você só pode estar maluco de pedir algo assim a ele! - Cassian está possesso.

-Ela é uma ameaça a esta corte, não a conhecemos e precisamos lidar com isso de uma maneira unida e forte.

-Se olhe no espelho, Rhysand! - Cass perde completamente o controle - Você soa como o idiota do Tamlin falando desta forma. - Raiva estampa a cara de Rhys agora - Você também não conhecia Feyre quando a ajudou em sob a montanha...

-Mas conseguia ler seus pensamentos...

-Ah! - o sorriso vitorioso aponta no rosto do meu irmão - Então isso é ego ferido do grande grão-senhor?! Nos poupe! Aceite que não consegue lê-la, mas não a trate como uma ameaça quando têm sinais contrários a isso.

-Que sinais? - ouço o copo bater contra a mesa à nossa frente tão alto quanto o tom de voz dele.

-A casa a acolheu, as sombras de Az não a vêem como uma inimiga. Até Amren parece gostar da fêmea. Pelas tetas da Mãe! Amren não gosta nem de si própria.

-Cass tem razão, meu amor. - Feyre se aproxima, estou tão esgotado que nem a percebi se aproximando e o fato de estar sem as minhas sombras não me ajuda em nada. - Entendo que não seja o melhor sentimento do mundo não conseguir pelo menos sentir a sua mente, mas ela não fez nada que a torne nossa inimiga ou uma ameaça a nossa família e corte. - ela se senta no colo de Rhys e começa a passar as mãos pelos seus cabelos, ele quase ronrona. - Não é porque algo foge do seu conhecimento que é algo ruim, Rhys. - um tapa doeria menos - Neste momento precisamos acolhê-la e ajudá-la. Ainda mais pelo que ela representa para o Az. - levanto o olhar, minha cunhada tem afeto nas feições, mas a minha cabeça está uma confusão.

Corte de Memórias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora