CAPITULO 44

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POV Azriel

Quando os pelos do meu corpo se acalmaram naquela madrugada no salão de jogos. Eu a vi fechar os olhos e tombar na cadeira. Arion não estava muito melhor amparado por Zion.

-Mães! - a urgência na voz do jovem macho despertou a todos.

-Droga! - Zuri parecia fora de si naquele momento, observando a parceira tocar o Atlante e apenas balançar a cabeça de maneira afirmativa para ela. - Leve-o para o andar dele, Z. Yen, o monitore sim? Precisamos saber se ele tiver qualquer alteração na parte física. - A fêmea de olhos violetas seguiu o primo elevador acima.

Eu estava completamente desesperado ao chegar até a minha parceira quando percebi Neith se aproximando.

-Calma. Ela só teve que usar o comando. Deixe-me vê-la. - ela me guiou com minha parceira nos braços até deitá-la em um sofá, então a herdeira de Thedes se concentrou em seu poder com as mãos sobre ela.

-Ela comandou um fluxo de conexão. - Por incrível que pareça, Amren parece tão preocupada quanto admirada enquanto observa a minha parceira. - Ela dobrou um fluxo divino. Há quanto tempo ela foi invocada? 

-Ela tinha cem anos quando aconteceu. - Zuri se posta ao meu lado, observando atentamente cada movimento de Neith.

-O poder já se assentou. - a pequena dragão reflete observando o horizonte. - Incorporada?

-Nunca. Nenhum de nós.

Neith começa a sussurrar, recitando algo em uma língua que eu desconheço. As tatuagens da minha princesa se acendem brevemente e sinto o laço vibrar. Isso é um bom sinal, não é mesmo? O pânico ameaça despertar em mim, só de me lembrar de quando ela ficou desacordada por um mês assim que chegou a noturna os pelos do meu corpo já se arrepiam.

-Poderiam traduzir o que estão falando? - Feyre questiona de onde está.

O anjo da morte se vira para a minha grã-senhora, com uma postura de professora antiga e sábia. Zuri ignora o pedido, não ousa desviar os olhos de Neith e Thyra.

-Quando os deuses retornaram ao Cosmos prometeram à Mãe que não interfeririam diretamente na criação novamente. Eles já tinham feito demais, modificado demais. Esse, a princípio, foi um dos motivos para restringir tanto o acesso a Olympia. Porém durante a guerra, Odes tinha se corrompido e arquitetado tudo. Ele atuou verdadeiramente na guerra, corrompeu o coração dos habitantes de Havoc e se embrenhou na mente de Koschei, no seu ser. Para não desapontarem a Mãe, como o irmão tinha feito, primeiro os deuses enviaram as espadas e deixaram que anjos descessem, se assim o quisessem. - ela respira fundo. - Absolutum. Espadas mágicas que carregam a essência dos que a possuem, magníficas, leais e mortais. Mas apenas isso não bastou. A balança da guerra se equilibrou, mas não o suficiente para que a virada acontecesse. Então eles mesmos vieram, não em carne, osso e materialização como tinham prometido à Mãe, mas em espírito. Através da sua linhagem. - ela indica as três fêmeas herdeiras. - Os cinco herdeiros no período da guerra dos seis reinos receberam a essência dos deuses em seus próprios corpos e assim a balança pesou para as cinco ilhas e o rumo da guerra mudou. - ela observa atentamente a minha parceira. - A partir de então as invocações começaram a acontecer. O herdeiro invocado é o receptáculo para os deuses se assim precisarem. - ela observa as interrogações gravadas em nossas faces e respira impaciente com a nossa falta de entendimento. - Se vocês pararem pra pensar, existem diversos herdeiros espalhados pelas ilhas. Os herdeiros originais tiveram múltiplos filhos e casamentos. Esse garoto, por exemplo. - ela aponta Bjorn com as mãos. - Ele também é compatível com a essência de Etia. Porém existem apenas cinco deuses. A invocação é a forma pela qual os deuses deixam claro qual herdeiro é o escolhido para um caso de necessidade.

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