CAPITULO 48

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POV Elain

Todos os Olimpianos tinham voltado a seus afazeres e assim que Rheyna regressa com Rhys e Fey vejo a oportunidade de realizar a nossa escapada.

-Aleluia! - Me levanto assim que eles saem do elevador. - É impossível permanecer aqui com Az e Thyra competindo para ver quem grita mais por tesão.

-Acho que esta é a minha deixa para voltar a Arcana. Nos vemos mais tarde.- Rheyna beija o irmão e a cunhada e sobe pelo elevador.

Deuses! Quem eu quero enganar, eu quero mesmo é que Fey e Ness conheçam nossa família. Só eu sei o quão importante e transformador entrar na Arvore a primeira vez foi pra mim.

Assim que chegamos ao portal externo, abro as minhas pulseiras e ajusto o caminho para o centro de Amina. Observo todos aqueles feéricos e me recordo de quando cheguei a Olympia. O baque que toda essa modernidade causou em mim.

-Este é um portal...

-Fique tranquila, tia. - Theron me interrompe. - Usamos um para chegar até aqui.

-E com isso a parte de explicação sobre tecnologia foi por água abaixo. Como estão lidando com isso? Pra mim foi no mínimo confuso no começo. Eu me lembro de esquecer minha pulseira ligada e falar mal do burocrata que eu tinha acabado de conversar. Foi um dos maiores constrangimentos da minha vida.

-Estamos nos adaptando, tia. - Nyx se aproxima de mim. - Posso?

-Por favor. - digo apontando o portal por onde ele passa sem pestanejar.

E assim um por um eles atravessam, até que eu sou a última da fila. Respiro fundo ao sentir o cheiro das flores exóticas, típico de Amina. O clima ameno de final de tarde me abraça como um antigo amante. Abro os olhos lentamente e então percebo como todos estão surpresos e observando algo ao seu redor.

-Nós estamos em Amina, a principal colônia humana do clã Archeron.

-Tudo é tão.... verde. - Amren fala espantando um pássaro que tenta pousar em seu ombro.

-O clã Archeron é guardião do poder Natural. O equilíbrio entre civilização, fauna e flora é o que torna tudo mais mágico por aqui. Carros e motos são estritamente proibidos dentro da colônia. - desço os degraus da estação. - Por isso o transporte público... - aponto o vagão do metrô logo atrás de nós - ...é gratuito. Além disso, é o local em Olympia em que mais vocês vão ver esse tipo de cena. - aponto para um cavaleiro e seu cavalo atravessando a rua. - Animais são os meios de transporte mais utilizados por aqui, e portais, obviamente.

Assim que alcançamos a esquina da praça central de Amina ouço um burburinho e gritos infantis.

-HERDEIRA DE DEMIRA!!!!! HERDEIRA....

Estanco no lugar e começo a olhar ao redor, buscando de onde vem tanto alvoroço. Logo sinto um par de braços me envolvendo na altura do joelho. Outro baque me atinge, e assim um par vira dois, que viram três e eu preciso abrir os braços para me equilibrar o melhor possível para não cair no chão e carregar todas as crianças humanas comigo.

-A senhora está bem...

-Os poderes despertaram...

-Nós estávamos tão preocupados...

-Crianças! Deixem ela respirar! Isso são modos?! - olho mais a frente e vejo a bela bruxa humana de cabelos roxos fazer uma pequena reverência, movimento que é imitado pelas sete crianças que a acompanham. - Herdeira Elain, é um prazer vê-la bem. Que a graça de Demira se derrame sobre você.

-Boa tarde, professora. - repito a mesura. Tradições humanas ainda me intrigam, como esse povo pode ser tão formal para com aqueles que não fazem parte de seu círculo íntimo, mas parecem bebuns desvairados em uma festa da colheita com seus amigos e familiares. - E boa tarde a vocês também. - Uso a capa para uma reverência mais exagerada para as crianças que dão boas gargalhadas. - Agradeço pelas boas-vindas, mas algo me diz que os pais de vocês devem estar preocupados pelo adiantado da hora. - observo o sol se pondo no horizonte.

Corte de Memórias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora