CAPITULO 15

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POV Parceira

Passei a tarde angustiada, não imaginei que ficaria assim. Eu quase abri um buraco no chão do quarto de tanto que caminhei em círculos nele. Eu me questionava se Azriel estava bem, se tinha entrado em algum conflito no acampamento. Pelos deuses até me preocupei se ele tinha se alimentado, quando uma das criadas de Hera trouxe um café da tarde para mim. Isso é ridículo! Eu preciso me acalmar. O laço está cada vez mais forte. Se isso ocorre pelo fato de eu estar cada vez mais apaixonada pelo Az ou por estarmos com mais contato físico agora, eu não sei. Sei que gosto da sensação quente no meu peito que o laço provoca. Eu o sinto do outro lado. Sinto meu parceiro. Tenso, um pouco agitado, mas vivo.

E é com esse pensamento que me olho no espelho. Eu estou divina. O vestido dourado que escolhi com as meninas parece abraçar o meu corpo, todas as minhas curvas estão destacadas de uma forma positiva. Os cabelos soltos e cheios de pérolas só tornam tudo mais maravilhoso. Não paro de pensar em como gostaria que ele me visse assim. Merda, Azriel. Volte logo!

Respiro fundo quando ouço três batidas na porta.

-Pode entrar.

-Você está linda, pequena.

Me viro dando de cara com Rhysand. As mãos no bolso, o terno preto com detalhes prateados. Impecável. Bonito e mortal.

-Obrigada. - Sinto as minhas bochechas esquentarem. - Ele voltou? - Não consigo evitar a pergunta.

O grão-senhor respira fundo e caminha até mim.

-Ainda não. Por isso estou aqui. Me daria a honra de acompanhar a mim e a minha parceira a Celebração da Colheita? - Ele me oferece o braço e me dá um sorriso de canto de boca.

-Seria uma honra, grão-senhor. - Faço uma pequena reverência arrancando uma risada de Rhysand.

A festa ocorre em um grande salão no alto do palácio. O espaço é enorme, dourado e branco se espalham desde o chão de mármore branco aos lustres do mais brilhante ouro. As largas janelas estão abertas e a leve brisa passa por elas. Eu estou em um canto do salão bebendo a minha segunda taça de vinho. Observo as centenas de feéricos que estão por ali. Todos parecem felizes e contentes com seus pares. Pelos deuses! Até Amren está em um canto conversando com um príncipe de Adriata que agora sei que se chama Varian.

-A festa está tão ruim assim?

Giro nos calcanhares e avisto Lucien.

-Bela coroa. - Não só a coroa. Ele está lindo. O terno branco de linho o veste como uma luva, os anéis e brincos dourados conseguem destacar ainda mais o seu tom de pele e os cabelos meio solto e meio trançados apenas completam o visual.

-Agradeça a minha mãe. Obra dela.

-Hera tem muito bom gosto.

-Não deixe o meu pai ouvir isso. O seu ego já é inflado o suficiente, sem incentivos.

Eu nao me aguentei e ri. Dei uma risada verdadeira. Senti a tensão saindo do meu corpo e o relaxamento chegando. Lucien tinha esse poder. Me acalmar.

-Agora sim. Te fiz sorrir. Missão concluída com sucesso.

-Então quer dizer que tudo foi de caso pensado?

-Jamais. Valorize o meu improviso. - dou outra risada.

-Eu adoro passar o tempo contigo. Vou sentir saudades das nossas conversas, Lucien.

-Pela mãe! Você mesma me disse ontem que nós somos amigos. Me chame de Luci, gostei quando me chamou assim ontem.

Fico surpresa com o pedido. Mas logo meu sorriso se alarga no rosto.

-Ok, Luci. Me daria o prazer desta dança? - faço uma pequena mesura para ele e aponto para o meio do salão.

Corte de Memórias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora