POV Thyra (tão feliz de poder escrever o nome dela! A pronuncia é 'Taira'. É um nome vyking)
Era como se o tempo tivesse congelado quando me vi diante dele. Uma mistura de medo, revolta e uma espécie de reconhecimento dilacerante tomou conta de mim. Aquele ser, cujo rosto eu não conseguia esquecer apesar da amnésia que me assolava, representava meu pesadelo em carne e osso.
Senti um formigamento nervoso percorrendo minha espinha, minhas mãos tremiam ligeiramente, tanto que soltei a espada no chão. Nem me importei com o tilintar que ela fez, enquanto eu me ajoelhava e olhava para os escombros no chão. Fraca. A atmosfera ao redor pareceu ficar densa, impregnada de uma energia carregada e opressiva. Apesar da minha mente estar confusa, meu corpo reagia instintivamente à presença dele. Era como se meu corpo guardasse as marcas invisíveis da tormenta que ele representava.
-Sentiu a minha falta, Thyra?
Essa simples frase significou tudo. As palavras dele pareciam distantes, ecoando em meus ouvidos enquanto eu tentava assimilar tudo. Os fragmentos de memória tentavam emergir, como peças de um quebra-cabeça sendo juntadas em um esforço desesperado. Vislumbres do passado, imagens borradas de tortura e dor, faziam meu coração bater com força e minha respiração se tornar curta. Aquela reação visceral era a chave que me indicava a verdade, mesmo que meu cérebro relutasse em aceitá-la. Eu sou Thyra.
Foi então que o observei novamente. Senti uma centelha de coragem que se erguia da escuridão. A magia que antes se chocava contra a tranca agora estava praticamente incontrolável. Uma força que eu desconhecia, uma determinação feroz que parecia brotar do mais profundo do meu ser. Aquele encontro não me enfraquecia, pelo contrário, deveria fortalecer. Era um sinal de que eu havia sobrevivido e que estava pronta para enfrentar o desconhecido com a coragem que renascia em mim. Quando finalmente percebi isso, me deixei afundar naquela tormenta que girava dentro de mim, a dor foi dilacerante, senti cada nervo fraquejar, parecia que meu corpo estava liquefazendo, até que senti o primeiro raio se chocando contra o chão, perto de mim. Abri os olhos. Eu estou no comando. Eu sabia que não tinha arrebentado a tranca, mas rachei o suficiente para tivesse um pouco de domínio sobre o meu corpo.
-Como me achou? - me levantei enquanto o encarava.
-A quantidade de pulsos de magia que você libertou na ultima semana, pareciam um localizador gigante para quem soubesse o que procurar. - ele então inclinou a cabeça. - Você volta comigo, princesinha.
Dei um sorriso viperino para ele. Senti então o dragão pousar atrás de mim e liberar um pouco de energia, nos conectando, me dando forças e incentivo.
-Só se for por cima do meu cadáver. - Abro então a mão direita e recito algo que sobe do meu âmago. Sinto o dragão rugir. - Beskytt og server (proteger e servir).
Uma espada dourada surgiu ali. Sua lâmina brilhava com um tom dourado intenso, como se o sol estivesse encapsulado em sua superfície polida. O pomo da espada era adornado com a representação esculpida de uma cabeça de dragão majestosa. As escamas do dragão pareciam reais. Seus olhos eram rubis incrustados, faiscando como brasas, emanando uma intensa força interior. As presas eram afiadas e pareciam prontas para desafiar qualquer adversário. A guarda da espada era ainda mais espetacular. Duas asas douradas se estendiam graciosamente de cada lado da guarda. Girei a espada e ela parecia uma extensão do meu braço.
Me entrego ao instinto e logo estou pulando o Sidra. Pouso desferindo um golpe em direção ao pescoço do demônio, que logo é defendido.
-Impossível. Você não deveria ser capaz de invocá-la. - vejo os olhos amarelos se arregalarem.
-E você não deveria respirar. Ambos estamos insatisfeitos.
Nossas espadas começaram a dançar no ar em um duelo de agilidade e técnica, enquanto trocávamos golpes calculados. Senti a força de seus ataques, mas mantive minha determinação. Meus músculos já estavam tensos. Eu me esquivava e contra-atacava, buscando qualquer brecha em sua defesa. Ele era hábil, suas investidas eram precisas e cheias de força. Em um momento de desatenção, ele tentou me acertar com um golpe certeiro, mas consegui desviar a tempo e dar-lhe um golpe rápido na cabeça. No entanto, antes que eu pudesse aproveitar a vantagem, ele ergueu seu pulso esquerdo, com uma expressão sinistra, convocando uma manada de soldados para auxiliá-lo. Em um momento estava na minha frente e em outro atrás da parede de soldados.
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Corte de Memórias Perdidas
Fantasy"Cuidar!" "Proteger!" "Ferida!" "Rápido!" As sombras formam um redemoinho ao meu redor, extremamente agitadas, nunca as vi ou senti assim. Agoniadas, quase sinto uma dor física com a bagunça que fazem ao meu redor, me desorientando. ----- Azriel vê...