CAPITULO 12

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POV Parceira

Eu e Lucien conversamos por toda a tarde, ele me mostrou o restante do castelo. Até chegarmos à biblioteca e decidirmos ajudar Amren na pesquisa. Até porque a maior interessada no resultado positivo da jornada da pequeno demônio era eu mesma.

Eu fiquei particularmente impressionada com aquela biblioteca. Não era tão extensa como a que fica abaixo da casa do vento, mas ela era com certeza mais velha do que a que temos na noturna. Amren pulava de escada em escada procurando e empilhando livros cada vez mais empoeirados. Alguns eu tinha até medo de abrir e virar pó bem na minha mão.

-Todos são enfeitiçados para não se desfazerem. - Lucien disse quando percebeu meu receio. - O mantra principal da minha família por parte de pai é que conhecimento jamais deve ser perdido. Arrisco dizer que alguns dos livros mais antigos de Prythian estejam aqui. Sob esse teto, gerações de grão-senhores diurnos juraram proteger cada grama de conhecimento. - eu podia sentir orgulho em cada palavra. - Em pensar que Amarantha quase invadiu essa parte do palácio.

-Mas não o fez. A vaca bem que tentou. - a cara de nojo de Amren era evidente. Me lembro das historias que Feyre e Nestha me contaram. Um arrepio percorre o meu corpo. Morta! A maldita está morta!

-O feitiço da verdade a impediu de entrar. - ele me olha antes de explicar - Há muitos anos atrás, um dos meus ancestrais criou um feitiço que permite que apenas aqueles que busquem conhecimento e verdade possam passar por aquelas portas. - ele aponta o portal dourado pelo qual passamos. - É a única forma de entrar ou sair daqui.

Agora com ele falando reparo no meu redor, a biblioteca é imensa, pelo menos 3 andares que eu consegui contar, mas ele tem razão, não existem janelas ou claraboias, apenas estantes e mais estantes espalhadas pelas paredes de baixo a cima.

-Magia torna tudo tão claro e confortável?

-Sim, você pode vir à meia-noite e parecerá que é meio-dia aqui dentro.

-Impressionante!

-Coisa de viciados em trabalho. - Amren fala. - Nada saudável.

-Que você gosta. - a provoco.

-Não posso reclamar. - ela diz levando outra taça de vinho à boca.

-Está tarde, vocês deveriam descansar um pouco antes do jantar.

Amren apenas encara o ruivo e vira a página do livro que tem em mãos, como se fizesse pouco da sugestão. Aquilo me revolta, por mais que eu queira ficar, não vou apenas ignorar Lucien como ela.

-Eu aceito a pausa. - me levanto.

-Te levo até a ala de vocês. - Lucien já oferece o braço para que eu o enlace.

-Não é necessário. Apenas aponte o caminho que eu me viro.

-Não seja mal educada, garota!

-Olha só quem fala! Você nem o respondeu.

-Ele fez uma sugestão. Não me senti obrigada a dar uma resposta.

-Pela Mãe! Vamos embora logo. - Lucien diz já me levando para a porta.

-Porque você age assim? - questiono assim que já estamos longe o suficiente dos ouvidos da filha de Thanatos.

-Assim como?

-Como se a temesse.

-Mas eu a temo. - ele fala tremendo levemente - Ela é o demônio que os pais usam para assustar as crianças levadas.

-Mas ela é apenas um anjo caído.

-Anjo caído ou não, eu tenho medo dela.

-Pois não deveria. - falo tentando encorajá-lo.

Corte de Memórias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora