CAPITULO 26 (+18)

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POV Parceira

Abro os olhos e me espreguiço na cama ainda morna, sentindo o conforto dos lençóis ao meu redor. Tateio ao meu redor e percebo imediatamente que Az não está mais aqui. Uma onda de curiosidade e surpresa misturada com um toque de excitação percorre meu corpo quando ouço o tilintar de louças vindas da cozinha. Ele está preparando o café da manhã, e isso me traz um sorriso ao rosto. Porém me lembro que desde que vim morar aqui ou ele cozinha ou trazemos algo da rua, e ele sempre se precipita para fazermos isso. As inseguranças batendo nas paredes das barreiras dele. Eu o amo, tenho certeza disso e outra certeza que eu tenho é que preciso cozinhar para ele. 

Com um sorriso no rosto e o coração mais quentinho me sento na cama analisando o cenário. Me levanto e visto a camisa que ele usava no jantar de ontem e estava largada no chão do quarto.  Sigo o som suave dos utensílios, que se tornam mais audíveis conforme desço as escadas. Porém ao passar pelo corredor vejo que a porta que sempre esteve trancada, a qual nunca abri sem permissão, está agora entreaberta. Meu coração começa a bater mais rápido à medida que a curiosidade se transforma em antecipação.

Com passos hesitantes, aproximo-me da porta e a empurro suavemente. Ela range, revelando um ambiente misterioso e intrigante. As paredes são pintadas de preto e lisas, nenhuma decoração além das prateleiras, tudo é iluminado por uma luz suave, baixa que dá um clima de mistério ao lugar. Há móveis luxuosos e uma cama de dossel majestosa no centro do quarto, lençóis vermelhos a cobrem, seda pura noto daqui. Olho para o teto e vejo um tecido descendo desde o teto até a cama, também vermelho.

Meu coração começa a bater mais rápido enquanto observo os detalhes. Correntes, algemas, instrumentos e acessórios cuidadosamente organizados nos móveis e prateleiras. É um quarto que transpira sensualidade, dominação e submissão. Há uma sensação de mistério, mas também de intimidade. Ele guardou isso tudo de mim até agora. Um espaço onde ele guarda seus desejos e fantasias mais profundos.

Meu núcleo se aquece e sinto o meu baixo ventre pulsar. Merda! Eu não deveria estar aqui, ele vai me mostrar quando se sentir à vontade. Tento controlar meus sentimentos e sensações e me viro para a porta. E é aí que meu corpo todo se acende. Ele está parado, encostado no batente da porta, totalmente relaxado, os braços cruzados em frente ao peitoral, apenas com a calça de moletom. Ele me olha como um caçador observa a presa. Aquela visão é o meu inferno astral, tenho certeza! Involuntariamente tento aliviar a tensão entre as minhas pernas ao friccionar minhas coxas uma contra a outra. Ele levanta as sobrancelhas. Eu fui pega no pulo.

-Me desculpe, Mestre. - falo com a voz profunda e muito mais baixa do que imaginei.

O bendito apelido faz seu trabalho, ele dilata as narinas absorvendo o meu cheiro de excitação que até eu aprecio no momento, e joga a cabeça ligeiramente para trás. - Eu não queria ter invadido, mas a porta estava entreaberta e eu fui uma maldita curiosa...

Ele levanta as mãos, me parando. Caminha até estar na minha frente. E me olha de cima com exalando todo o poderio masculino e sensual que possui.

-Não peça desculpas. A porta estava aberta, porque eu pretendia te trazer aqui. Conversar com você sobre isso. - Olho ao redor para tentar me recompor, o que só me prejudica porque meu olhar para em uma venda e, pelos deuses, eu queria que ele a usasse em mim. Sinto o toque do indicador dele conduzindo o meu queixo até que nós estivéssemos nos olhando novamente. Ele respira fundo, reparo na pupila completamente dilatada, na respiração entrecortada, mas ele tenta se conter. - Essa parte da minha vida é complicada. - ele respira fundo. - Às vezes eu tenho gosto peculiares.

-Meu amor. - Agora sou eu que estou tentando me conter, porque a combinação de safado, mas cuidadoso dele bota a minha calcinha em risco. Eu preciso que ele entenda algo aqui. Então dou um passo para trás e começo a desabotoar a camisa lentamente. - Nada em você é complicado o suficiente para mim. Nós somos parceiros, Mestre. - Sei que o apelido tem o mesmo efeito nele que tem em mim. Termino de abrir os botões e deixo a camisa escorrer pelo meu corpo até se amontoar no chão. Meus seios pesam de desejo, ergo os braços até acima da minha cabeça. O olho no fundo da alma. - Me amarre. - Indico o tecido acima da cama com a cabeça.

Corte de Memórias PerdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora