Corte de Memórias Perdidas

CAPITULO 28 (+18)

POV Azriel

Meu coração estava em minhas mãos, pulsando com uma intensidade que eu nunca tinha sentido antes. Cada palavra dela me atingia como uma onda, e eu lutava para processar o que estava acontecendo. Aquelas palavras eram mais do que eu jamais ousara imaginar. Depois de tudo que ela falou na entrada da nossa casa eu já estava inquieto, ansioso e me sentindo amado de uma forma que nunca antes senti. Eu não tinha ideia do que estava prestes a acontecer. Um nervosismo sutil pairava ao nosso redor, mas eu não conseguia decifrar a razão. Nada jamais me preparou para aquela cena. A sala estava lindamente decorada, velas por todos os lados, como no primeiro jantar que eu a trouxe até aqui, mas a mesa posta de forma impecável com velas e flores frescas foi o meu fim. Aquele único lugar posto prendeu minha atenção.

-Eu sou SUA. E a partir de hoje ninguém poderá negar isso.

Cada parte minha treme respondendo àquela frase. Quando finalmente consigo desfocar do souplat, olho para ela. O sorriso encantador que derrete meu coração está ali. Ela está tão radiante, com uma luz especial em seus olhos. A cada momento, a ansiedade se misturava com a antecipação. Algo maravilhoso estava prestes a acontecer, mas eu não sei como agir. Não consigo nem respondê-la. Desde que estamos morando juntos eu sempre cozinho ou compro comida, tentando deixá-la o mais confortável possível. Ela não era obrigada a aceitar a parceria. Se fossemos viver apenas como amantes para o resto da vida eu estaria feliz. Mas aquilo era demais.

-Ande logo, Mestre. - ela aperta o encosto da cadeira. - Se sente.

Não sei como, mas meus pés se movem até que eu esteja sentado, acomodo as asas e tento relaxar o máximo possível. Ela vai até o forno e o acende.

-Amor. - De alguma forma recupero o comando sobre as minhas cordas vocais. - Você não precisa fazer nada disso.

-Você está enganado, Amor. - Ela se vira para mim. Vejo seu peitoral subir e descer com intensidade, ela também está agitada e ansiosa. - Eu preciso fazer isso. Cada célula do meu corpo clama por isso. Por ser sua completa e definitivamente. Eu te amo mais do que as palavras podem expressar. Você é meu amigo, meu companheiro, minha paixão. Quero enfrentar todos os desafios ao seu lado, celebrar todas as vitórias ao seu lado, e construir nossos sonhos juntos. Então apenas me aceite, sim?

Sou brindado com o sorriso mais singelo que posso receber. Ela se vira novamente para o forno e após alguns minutos entre forno e armários, ela se volta em minha direção novamente. Eu não consigo desviar o olhar do prato em suas mãos. Purê de batatas e carne assada.

-Espero que esteja bom.

-Eu tenho certeza que vai ser a melhor comida que os meus lábios provarão na vida.

-Então, coma. - ela me serve e se senta na mesa logo ao lado do prato, cruza as pernas e praticamente se deita na mesa, me observando apoiada nos cotovelos.

Levo a primeira garfada à minha boca. Divino! A cada pedaço da comida que engulo o laço se torna algo quase vivo entre nós dois, pulsante. Vejo suas pupilas dilatando, seu corpo relaxar e se acalmar, entrando em sintonia com o meu. Quando engulo a última garfada, afasto o prato e a puxo para a minha frente. Ela naturalmente abre as pernas para que eu me encaixe ali.

-Eu preciso me preocupar em avisar a alguém sobre o nosso sumiço?

-Não, eu tive ajuda no planejamento disso tudo, Mestre. Quando nós não voltamos, as meninas devem ter contato o nosso plano.

-Bom, pois eu tenho diversos planos e o último deles é informar aos meus grão-senhores o porquê da minha ausência. - ela eleva uma sobrancelha.

-E qual o seu plano mais urgente?