Corte de Memórias Perdidas

CAPITULO 18

POV Rhysand

Não faço ideia de como vamos fazer o Az despertar, mas o meu irmão precisa entender que um amor como esse não surge na sua porta sem motivos. Estou tão absorto em pensamentos que nem percebo quando Cass aparece no escritório. Abro uma conexão entre nós.

"Preocupado?"

"Eu vi o que aconteceu na Diurna e percebi a raiva ainda presente no corpo da Pequena hoje."

"Tão ruim assim?"

"Ele olhava o Lucien como se fosse decepá-lo, apenas por ele dançar com ela."

"Ele já ameaçou oponentes antes."

"Não diante de um salão lotado de feéricos e ameaçando claramente o futuro governante do lugar." Cass bufa uma risada, claramente se divertindo com a cena.

"Você tem razão, ele costuma ser mais cauteloso."

"Azriel é uma rocha quando o assunto são sentimentos, Cass! Nós convivemos com ele há mais de 500 anos e eu nunca o vi deixar as sombras descontroladas ou resfriar um ambiente apenas com a raiva do seu corpo." Vejo um levantar de sobrancelha.

"A parceria é algo que mexe conosco. Especialmente Ilirianos."

"O que não é uma desculpa."

"Concordo!"

"Ela disse que está apaixonada por ele..." Dou um sorriso de lado e recebo o mais largo sorriso do meu irmão, que bate palmas animado.

"Pelas tetas da Mãe! Onde está o seu vinho! Precisamos brindar a isso."

"Ainda não." Ele faz uma cara de confusão que me dá até vontade de rir. "Ele deu a entender que não a merecia."

"Mas é um bastardo filho de uma boa mãe! Vamos enfiar um pouco de juízo nele. Nem que seja pelos punhos!"

Sinto então Az pousar na varanda. Uso magia para abrir as portas.

-Mais calmo, irmão? - Sei que ele foi até o acampamento iliriano. Sei que espancou alguns daqueles machos até a quase morte. Isso não ajuda muito a confusão que acontece por lá. Ouvirei Theron e Nyx reclamando sobre como isso atrasou as negociações, mas que se foda! Eles merecem e ele precisava esfriar a cabeça.

-Não muito. - Cass ri enquanto o mais velho entre nós se encaminha até o bar. Bebe um copo de whiskey e já enche outra dose.

-Nem para oferecer.

-Você já deve ter atacado a adega do Rhys. Não venha com falsa modéstia pra cima de mim. - Acido até o ultimo fio de cabelo.

Cass tem a decência de se sentar, enquanto a magia dos seus sifões faz um vinho e uma taça surgirem à sua frente. "A noite vai ser longa, irmão."

"Espero que não tenhamos que ir para as vias de fato. Ainda tenho planos com Feyre na nossa cama e um olho roxo não ajudaria em nada." Vejo o olhar malicioso de Cass enquanto faço minha magia me servir um copo do vinho que vou fingir não saber que ele não roubou da minha adega.

-Você deveria estar mais feliz. As coisas entre vocês evoluíram na Diurna, não?

Pelo caldeirão, Cass quer mesmo rolar na grama com Azriel. "Nestha não está te dando trabalho o suficiente, irmão?" Ele gargalha entre mentes.

Az tem uma reação totalmente diferente do que eu imaginava, ele não soca Cassian ou o lança um olhar mortal. Apenas encolhe os ombros e se afunda na poltrona e vira o copo em um único gole. Eu troco um olhar com Cass. Isso não está certo.

-Eu não sei como agir. - Outro copo de whiskey. - Eu nunca me senti assim. Quando eu a olho, vejo meu presente e meu futuro. Vejo a pureza e a beleza de um sentimento que eu nunca senti. Vejo verdade, esperança e paz. Pela Mãe e o caldeirão juntos eu me sinto leve como nunca me senti antes. - Mais whiskey. - Eu nunca tive paz. - Fala mais pra si do que pra nós.