Corte de Memórias Perdidas

CAPITULO 34

**AVISO: Esse cap vai ser longo... Neste e no próximo eu vou mudar ligeiramente algumas historias dos livros da Sarah, para que se encaixem no universo que eu criei. Nada que afete a história principal da Feyre, do Rhys e do círculo íntimo. Boa leitura pra vocês ;)**

POV Thyra

-Okay eu preciso de uma bebida.

-Não é nem a hora do almoço ainda, Zuri! - Neith fala indignada.

-Nós vamos entrar em uma sessão tenebrosa de histórias do passado, não é mesmo? - eu apenas aceno positivamente para ela. - Então eu preciso beber. Não tem condições de eu falar sobre deuses, guerras e traições sem beber.

Mio revira os olhos e eu apenas me aconchego mais nos braços de Azriel, por mim fico aqui até o fim dos meus dias.

-Vocês são valquírias?! - Nestha continua em estado catatônico.

-De tudo que foi feito e dito aqui você ficou focada nisso, mãe?

Theron recebe um tapa na nuca do pai.

-Thy, mova as asas e nos tire logo daqui. - Levanto as sobrancelhas para Zuri. - Eu derramei sangue por você, me ofereci em sacrifício pelo seu bem, dei parte da minha magia em ritual. Mereço um descanso e uma taça cheia.

-Fez tudo isso para esfregar na minha cara depois?

-Com toda certeza! - ela fala dando o maior sorriso debochado que tem e apontando para o céu.

-Ingrata!

Ela faz uma pequena reverência claramente gozando da minha cara. Reviro os olhos enquanto abro as asas e subo até ficar acima de todos eles. Me concentro chegando até o meu poço de poder. Deuses! A sensação de me sentir completa é absurda. Me concentro na ponte entre mundos, o salto seria rápido. Muitos corpos ao mesmo tempo, mas eu preciso gastar um pouco de magia. Me sinto então ser banhada pela bifrost. Em um momento estamos na clareira no meio da floresta e em outro nos jardins da Casa do Rio.

-Príncipe! - Zuri se vira para Nyx. - Seja um bom anfitrião e me arrume uma bebida.

-Com todo o respeito, mas você é um tanto dramática, minha cara. - Nyx diz com um charme que lembra demais Rhysand, mas logo está adentrando a casa atrás de vinho e taças carregando o primo a tiracolo.

Vou até um dos sofás da área externa e me sento recolhendo minhas asas. Dou leves batidinhas no lugar ao meu lado. E olho com carinho para Az. Se vamos fazer isso, que seja no conforto dos braços do meu parceiro. Todos começam a se acomodar nas poltronas, cadeiras, almofadas e mantas estendidas na grama macia. Reparo em Nyx e Theron voltando com os braços carregados.

Mio sentou na poltrona ao meu lado. Senti a tensão vindo dela, seus olhos estavam vidrados em um ponto à frente, e suas mãos tremiam. Ela carrega um fardo de culpa que não lhe pertence. Acredita que não havia feito o suficiente para me manter segura. No entanto, agora mais do que nunca, eu sei que essa carga emocional é injusta e irracional. Minha captura não é culpa dela. De nenhuma delas. Com ternura, coloquei minha mão sobre a dela e apertei levemente.

-Mio, escute-me com atenção. O que aconteceu não foi sua culpa.

-Não diga isso, Thy. Eu sou a primeira dos Ocultos, merda! - ela me olha com olhos marejados. - Invasões são inadmissíveis! Não sob a minha vigilância.

-Nem mesmo a bruxinha conseguiu prever aquilo, sua teimosa.

-Acredite que ela se culpa como todas nós por não ter antecipado, irmã. - Zuri tem o olhar consternado, sentada ao chão entre as pernas de Neith que está em uma poltrona logo a minha frente.