CAPITULO 50

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POV Azriel

Não consigo desviar o olhar do que se passava à minha frente, no centro do salão. Os círculos concêntricos de humanos, entoando cânticos em uma língua tão antiga quanto a própria Prythian, se movem como um ser vivo. Thyra, Neith, Zuri e Arion tem as tatuagens em seus corpos brilhando como se quatro sóis estivessem entre nós. E Elain no centro do altar é o centro de tudo. Onde tudo começa e termina. A herdeira de Demira começa a flutuar assim que o cajado para em sua mão. A pedra, que antes era translúcida, brilha vivamente em um rosa intenso. Ela se eleva e estende os braços, neste momento parece que o ritual chega no seu ápice, ouço um forte estampido e então uma onda de magia explode do altar reverberando por todo o espaço. Protejo os olhos. Esse foi o meu erro.

Assim que a luz se vai, olho novamente para o centro do salão e logo percebo que os cinco não estão mais ali. Nenhum dos herdeiros está onde segundos atrás participavam do ritual. Dou um passo a frente por puro instinto, atravesso os círculos de humanos, mas logo sou barrado pela asa com escamas pretas que parece uma muralha.

-Eivor, me deixe passar.

O dragão finca as garras no chão, e contorce o pescoço até que nossos olhares estejam alinhados, posso sentir as baforadas quentes que rompem do seu focinho, um aviso para que eu fique onde estou.

Olho para o lado e observo a quimera praticamente na mesma posição na frente de Lucien, que tem pequenas labaredas saindo das pontas dos dedos.

-Ela ainda está conectada. - ouço o sussurro de Rhys, que de alguma forma chegou ao meu lado.

Acompanho seu olhar e observo Mama Archeron sobre o altar, ajoelhada, com os braços abertos e o rosto voltado para o céu. Os olhos são duas bolas de luz. O cajado verde brilha intensamente flutuando atrás de si.

-O que caralhos está acontecendo! - fecho firme os punhos.

-Consegue sentir o laço? - Rhys me olha no fundo dos olhos, sinto a mão no meu ombro, tentando me tranquilizar.

Fecho os olhos e me concentro naquela ponte azul e prata que ainda pulsa forte. Intacta, viva e forte.

"Amor?". Silêncio. "Princesa?". Nada, apenas o vazio.

-Eu a sinto, mas não a alcanço.

-O mesmo comigo. - o ruivo se aproxima. - Sabe o que pode ter acontecido?

Mio, a primeira dos ocultos, a espiã que vigiava esse Império, estala os dedos freneticamente.

-Não faço ideia. Também sinto o meu parceiro, mas sem resposta. Pelos putos deuses! - ela ajeita o terno preto que veste e só então reparo na adaga que ela retira de um dos bolsos e começa a manusear como uma brinquedo. - Não temos os cinco herdeiros ativos há milênios! Mas ao que parece o ritual ainda não terminou. E eles. - aponta os guardiões postados para a batalha - Não vão nos deixar passar.

Merda!

"Volte pra mim, princesa."

"

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