Capítulo dezessete

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Jungkook 

Acordei sentindo minha pele fria como um cubo de gelo, minha boca estava seca e com rachaduras, não lembrava de muita coisa, apenas de vozes e luzes. Levantei da cama fofinha olhando ao redor vendo que tudo era branco, me lembrava um hospital psiquiátrico. Minhas roupas eram da mesma cor, tão finas que podiam rasgar, o cheiro de álcool em gel se espalhava pelo cômodo. 

Olhei para minha mão vendo cortes e cicatrizes, não sei como vim parar aqui. Talvez enlouqueci e me internaram, torço para que seja isso. Em frente tinha um vidro transparente, revelando homens de jaleco com papéis e canetas, se assustaram em me ver acordar. Um se aproximou com um belo sorriso no rosto, se orgulhando de algo. Apenas sentia vontade de vomitar, a cabeça doía tanto que poderia explodir. 

— JK finalmente acordou, seja bem vindo, rapaz. 

— O-onde estou? — Questionei com medo. 

— No meu laboratório de pesquisa é claro, faz seis dias que esperei você acordar. Não sabe o quanto estou admirado com o seu poder, vamos fazer mais experimentos. 

— Experimentos? — franzi o cenho. — Senhor, se está esperando algo de mim irá se decepcionar, não sei controlar nada. Eu sou Jungkook não JK, é ele que está por trás de tudo não eu. O senhor deve tirar esse mal de mim. 

— Não seja tolo, Jungkook e JK são a mesma pessoa, JK é sua outra personalidade. Você é uma máquina de guerra, o governo se beneficiou bastante, uma pena que usou seus poderes para o mal. Graças aos heróis te encontramos, seus poderes são um mistério. — afirmou — Sente algo diferente? Injetamos um calmante na sua veia, assim não atacará a minha equipe. JK é imprevisível! 

— Só estou tonto. — fiquei de pé. — Quero voltar pra casa. 

— Infelizmente não poderá voltar, é perigoso Jeon. Uma bomba relógio, não deve conviver com a sociedade por enquanto, até termos certeza que sabe controlar seu poder. Você tem visita, fique a vontade. — Se retirou e eu curioso me aproximei do vidro, vendo Jimin vindo até mim, com uma expressão neutra, ser ter nenhuma reação. Me deu um arrepiou na espinha, ele sabe quem eu sou. 

— J-jimin?! Me desculpe por tudo, não queria te machucar, entenda o meu lado, eu tentei controlar o JK, mas não deu. — Ele continuou em silêncio. — De verdade eu sinto muito mesmo. 

— Sente? — riu debochado. — Você estava com tudo, no dia que disse que me queria, deixei você me enganar completamente. Eu fui tão estúpido para te dar minha atenção, porque o jeito que brincou comigo mostrou sua verdadeira intenção. 

— Hyung eu não te enganei. 

— Mentiu pra mim, ficou ao meu lado enquanto aprontava pelas minhas costas. Matou as pessoas que amo, deixou crianças sem família e ainda me deixou incapaz de andar. Você dizia que me amava, mas era tudo mentira. Você nunca prestou, fingiu ser uma boa pessoa. Não sabe o quanto me traumatizou, é um monstro. 

— Eu sei... — solucei. — Se eu não tivesse fugido para floresta, não me encontraria com o Félix. 

— Ah, então ele está por trás disso também. Pior que você aceitou tudo, sabendo que ele é um demônio, os dois se combinam. — falou raivoso. 

— Ele é o meu pai biológico, falou a verdade pra mim, mas não sabia que iria ser tão difícil. 

— Tá explicado, pai e filho não prestam. Tenho nojo de ter se envolvido com você. Um dia vou te ver de joelhos, você mexeu comigo e com tudo que eu amo. Então senhor manipulador, se sente como homem agora? — Questionou e eu fiquei em silêncio. — Fui tudo apenas um jogo, Boa sorte Jeon! — foi embora e eu gritei pelo seu nome, Perdi o amor do hyung para sempre e todos os meus amigos. 

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