Capítulo trinta

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Jimin 

Mais um vez tive dado um tempo para tudo, escola, amigos e Jungkook. Estava cansado da rotina escolar, mas o resto... Apenas queria me esconder, ficar no meu canto ignorando o mundo. Meu tio começou a trabalhar em um restaurante no fim da tarde, às vezes trocava de turno, então ficava sozinho em casa cuidando dos serviços domésticos e das crianças. Nunca desejei isso, mas parece que ando fazendo tudo errado e não merecia ser herói e nem o amor do Jungkook.

Não dei um tempo por conta de raiva ou ódio, me afastei por causa do perigo que era estar por perto, ele iria ficar triste se soubesse que ando tendo contato com Félix, pior ainda fazendo favores a ele, como matar inocentes. Lembro disso todo santo dia, vi que não valia a pena, então dei um basta nos assassinatos. 

Mas eu já estava sujo, como o demônio afirmou, aos poucos iria começar a ficar doente de novo. Há alguns dias sinto os sintomas como: Cansaço, enjoo, dores no corpo e tontura. Meus pelos se arrepiavam com cada dorzinha que sentia, chorava lembrando do sofrimento que passei e ele iria voltar a me assombrar. 

Jeon não merecia estar perto de um egoísta como eu, um homem doente que nem sequer tem forças para levantar, não o quero por perto. Ele tinha saúde e muito o que viver, não deve perder tempo comigo. Eu aceitei meu destino, não tinha muito o que fazer. 

Em uma manhã de sábado, lavava as roupas das crianças, já que elas sujavam bastante. Às vezes as dores me consomem, mas aguentava tudo e escondia para que ninguém percebesse, queria morrer sozinho. 

Quando terminei tudo e dei uma pausa para descansar antes de fazer o almoço, vejo nas mensagens dizendo que Félix tinha aparecido em carne e osso na escola, ameaçando matar todos os heróis e os humanos, mas pra mim isso não fazia diferença. Jungkook e os meninos poderiam derrotá-lo, eles estão preparados para isso. 

Dei de ombros indo para a cozinha, temperando a carne tranquilamente. Max veio correndo me abraçar.

— Bom dia papai, como o senhor está? 

— Bom dia, filho! Eu estou bem. Acordou tarde hoje, ficou vendo desenhos a noite? 

— Sim, me desculpe, mas não deu pra resistir. Eu não achei nada de mau dormir tarde já que hoje é sábado. Vai me castigar? — fez biquinho. 

— Não, mas não se acostume! — ri — Tem leite na geladeira e cereal no armário. 

— Uhum, o que teremos no almoço? — Max pega a tigela e despeja o leite com cereal, sentando na mesa. 

— Macarrão com almôndegas. 

— Meu prato favorito, hoje poderíamos andar de bicicleta, o dia está lindo. Chama o Jungkook também, gosto de ver vocês juntos. — Falou empolgado.

— Filho, hoje não posso sair, estou cansado. 

— Mas o senhor sempre está cansado, está com aquela doença de novo? Vai perder seus cabelinhos. 

— N-não, é apenas a idade! você deveria chamar seus amigos da escola para brincar, eu deixo. 

— Papai, mas eu quero brincar com você. Todos os meus amigos falam que viajam com os pais e até brincam juntos, a gente nunca brincou ou fez um piquenique, você sempre está assim, nunca quer nada. — Afirmou triste e eu suspirei. — Apenas queria que me desse mais carinho e se importasse comigo. Você prometeu! 

— Eu realmente me importo com você, não fale assim. Sei que prometi sair com você e Jeon, mas não somos mais namorados e agora estou mais atarefado. 

— Deixa de falar desculpas, Jimin! — Alice apareceu brava. — Você não se importa mais com ninguém, vive falando que tá doente. Bem Jungkook te deixou porque você é um mala. 

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