Capítulo trinta e dois

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Jimin 

Três dias se passaram após a visita do Jungkook, me alegrei um pouco recebendo o carinho do mais novo, mas depois que ele foi embora as coisas não estavam tão boas assim. Na noite passada sonhei com desastres e me acordei com medo, me sentindo vazio e nervoso. Estava revoltado por conta da rotina, mal podia cuidar das crianças pois estava com muita dor e eu chorava escondido, não queria desesperá-los, mas é uma missão difícil, as dores são fortes demais, como se meus ossos fossem quebrados. Novamente estava no mesmo estado, ainda pior na verdade, não adiantou nada procurar o Félix. 

Os sintomas eram diferentes, não sentia fome e muitas vezes esquecia de muitas coisas, até de como escrever algumas palavras, eu me sentia perdido. Minhas madeixas começaram a cair de novo e agora estou sem cabelos, já havia cansado de lutar, acabei desistindo de ter esperança, só estou esperando o dia da minha morte, torcia para que fosse logo.

Antes de dormir imaginava como era bom estar saudável, voava com as outras fadas perto do lago e jogava água nelas, pois sempre fui o engraçadinho da turma. Tocávamos nossos instrumentos musicais e faziamos árvores lindas crescerem na floresta, brincávamos de pique-esconde até cansar sem pensar no dia de amanhã. 

Tudo era mágico, nunca imaginei que iria acabar assim. Sentia falta de tudo, até do colégio onde ria com Taehyung e juntos fiz novos amigos que agora estão lutando para salvar o país. Me sentia mal por não fazer nada, não merecia o título de herói. 

Olhe para a janela e acabo vendo um vulto preto passar e depois um barulho de sirene irritante, que me fez tampar os ouvidos, estou mais nervoso que nunca. 

— PARA! ALICE, VEM CÁ. — gritei alto. 

— O que foi? — entrou no quarto brava. 

— Vai ver quem está lá fora, essa sirene está alta demais.

— Do que está falando? Não tem sirene nenhuma. 

— O que? Você é maluca? Não ouve? — bufei.

— Maluco é você que ouve coisas, não tem ninguém lá fora. 

— M-mas...

— Ontem foi a mesma coisa, você disse que alguém estava te chamando, fui ver quem era e não tinha ninguém. 

— Eu não estou louco, juro. 

— Acho que essa doença está mexendo com você. Até meu nome se esqueceu, parece um velho gaga. Isso é preocupante, não pode cuidar da gente assim. Faz dias que não come, parece uma caveira. 

— Eu estou bem, hoje vou fazer o almoço de vocês, certo? Não é justo cuidarem de mim. — levantei aos poucos, mas minhas pernas tremeram. Me apoiei na parede andando bem devagar até a cozinha, sendo acompanhado pela adolescente. 

— Papai Jimin, não pode se esforçar. — Max reclamou quando me viu. — Vai se machucar. 

— Eu vou cuidar de vocês como prometi. 

— Mas é teimoso, se cair vai machucar seu filho que está no ventre. Jungkook vai amar quando souber que se esforça assim. — debochou. 

— Você não ver que eu estou cansado de ficar na cama? Todo mundo faz algo e só eu fico assim. — revirei os olhos, olhando a geladeira. — Querem lasanha? 

— Olha, você tá abusando da sorte. Não ver que você está morrendo? — falou e eu parei o que estava fazendo, abaixando a cabeça triste. — Que droga, a gente está sofrendo com você, acha que é fácil te ver assim? Jungkook morre de preocupação querendo fazer algo por você, Max chora todos os dias e eu faço todo o serviço de casa e cuido de todos que nem uma louca. E adivinha? Max vomitou ontem e hoje acordou sentindo dor no corpo, suspeito que sua doença acabou passando pra ele. 

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