Capítulo dois

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Jungkook 

O tempo passou bem rápido, já que estudava bastante, várias vezes pensei em desistir, porém meus novos amigos fizeram questão de me animar. Faz exatamente uma semana que estava por aqui, as aulas são tão interessantes que não queria voltar mais pra casa, queria logo fazer porções mágicas, porém não podia, por conta de ser um humano. Me sentia excluido, era invisível, ninguém falava comigo ou olhava direito na minha cara, fez lembrar da minha infância deprimente. 

Voltava pra casa triste, mesmo eu tendo Namjoon e Hoseok como amigos e trocado números de telefone, eles mal falavam quando estavamos longe um do outro. Devem ter coisas melhores pra fazer, chega até esquecer que eu existo. 

Caminhava pela escola abraçando meu livro de biologia, olhando para o chão, quase me esbarrando nas pessoas, o único lugar que me sentia seguro era na biblioteca, lá tinha de tudo. Quase ninguém entrava lá, pois os alunos gostavam mais de computadores de alta tecnologia que tinha. 

Não quis almoçar hoje, apenas fiquei na biblioteca lendo livros de mágia e coisinhas bobas, nem poderia dar muita atenção. Sentei na mesa de madeira de boa qualidade, passando as folhas branquinhas, vendo que as letras não era do nosso idioma, eram apenas símbolos estranhos, como se fosse um código. Franzi o cenho, tentando decifrar aquilo, mas é impossível, não sou inteligente o bastante pra isso. 

A porta da biblioteca foi aberta bem devagar, nem me dei trabalho de olhar quem era, mas tive que olhar, pois o garoto que me ameaçou e um outro garoto alto, sentaram na mesa, o mais baixo colocou os dois pés em cima da mesa sem educação. Me encolhi morrendo de medo, não quero ser enforcado de novo. 

— Você deveria estar com seus amigos. — Comentou o loiro. — Qual é o seu nome, novato? 

— J-jeon Jungkook. 

— Hum... Sou Park Jimin, fiquei a semana toda te procurando, você sumiu depois do nosso acordo. 

— Que acordo? 

— Agora deu uma de esquecido? Por causa da sua curiosidade, vai servir a mim até eu cansar de olhar pra sua cara. Agora lembra? — sorriu. 

— L-lembro, achei que não falava sério. 

— E eu tenho cara de palhaço? Você vai fazer o que eu quero. Hoje tenho algumas tarefas pra você. — pegou um papel — Tem que limpar meu armário, organizar meus livros, lavar minhas roupas do treinamento, fazer massagem em meus pés, comprar um burrito. Se você fizer tudo isso e ainda sobrar tempo, te dou mais trabalho até acabar as aulas. 

— O que? Mas isso... 

— Não reclame, se reclamar vou te dar uma surra. 

— Porque você me escolheu pra isso? No meio de tantas pessoas. — suspirei frustrado. 

— Você viu o que estavamos fazendo no corredor e estou te ajudando por dó, se eu não fosse atrás de você, os outros caras iriam e não ia ser legal, não tem piedade que nem eu. Estaria fodido, Jeon, agradeça. 

— O-obrigado! — falei baixo, ele levanta e vai até a máquina de salgadinhos, o seu amigo me olhou e riu. — O que foi?

— Jimin é uma figura, garotinho esperto. — riu de novo. — Ele tem razão, se não tivesse avisado para os caras que você estava nas mãos dele, iriam te foder bonito. Acham que Jimin vai acabar com você, ele está pegando muito leve. Foi um favor que fez, te salvou. 

— É uma maneira bem estranha de salvar alguém, não sou ameaça pra ninguém. 

— Exatamente, você é frágil! Qualquer um pode te fazer de saco de pancadas, até os heróis mais fracos. Faça o que ele mandar que rapidinho você escapa, é um bom caminho. 

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