Capítulo dezenove

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Jungkook

Durante dias, passei deitado na cama com dores e incômodos. Os efeitos colaterais dos experimentos eram aparentes em meu corpo, boca seca, gengiva ferida e pele vermelha com coceira. A cada dia ia piorando, até não poder me dar conta do tempo e espaço, no cubículo do quarto frio, pensei no meu destino e em tudo que estava acontecendo, não tinha futuro, nem vida, nada iria mudar. 

Não fazia mais questão de sair do quarto, apenas saia para mais torturas, mais experimentos sem sentido e a cada momento poderia morrer, não queria lutar mais, tive que aceitar que minha vida não irá passar disso. 

Tive raiva de mim mesmo por não ter feito o que era certo, fui fraco e um completo imbecil, mesmo se eu ficasse livre, ninguém iria me adorar como antes. Jimin me fazia falta, todas as noites e manhãs pensava nele, imaginava um vida tranquila e felizes, mesmo hyung me machucando no começo, no fim ele me amou e eu estraguei tudo por pura ambição. Estava ficando doente por ele, viciado em Jimin, me fazia até raiva quando lembro que estou longe dele. 

Dylan como sempre ficou ao meu lado de manhã cedo, assistindo desenho comigo. Ele fez de tudo para me fazer sorrir, mas acabou cansando. 

— Hoje vai ter lasanha no almoço, a gente poderia comer juntos no refeitório, não nesse quarto. — Comentou sorridente, ele é muito esperançoso, isso admiro. 

— Isso não vai mudar, depois disso vamos tomar mais drogas daqueles cientistas e ver no que dá. Sinto falta da minha vida, agora estou sozinho sem destino. 

— Você não tá sozinho, estamos no mesmo barco. A gente vai sair daqui... 

— Mas quando? — interrompo. — Vai fazer um ano que estou aqui, isso é uma prisão. Agora entendo o porquê dos seus amigos se matarem, eles não suportaram essa merda. Eu quero fazer o mesmo, não tenho nada a perder. 

— Não, você não vai fazer isso. Não vou aguentar perder outro amigo, ainda há esperança, Jungkook. Eu tenho esperança, por favor, não fala isso. — segurou minha mão.

— Me diz um motivo, porque juro que tentei ver algum motivo e nenhum foi convincente. — ri sem humor. — A pessoa que eu amo me odeia, meus amigos tem medo de mim e minha família pouco se importa comigo. 

— Você é o cérebro disso tudo, você faz parte dos heróis e das criaturas mágicas de todo o universo. Você faz o coração de todos bater a cada segundo, é o único que pode manter todos de pé, se você morrer a gente vai ficar na merda. — falou revoltado. — É omnipotente, tem o mundo em suas mãos, não pode só pensar em você, seus poderes é o motivo da terra girar e do sol nascer, sem eles vamos morrer. Muitos não sabem disso, mas eu sei. Quem te matar é um criminoso e quer se destruir? É muito valioso, Jeon! É rico, é poderoso, não quer enxergar porque seu Jimin te odeia, foda-se, ele não sabe de nada, pensa em você por algum momento. 

— Foda-se?! Não importa quem eu seja, todos me veem como um monstro, destruí famílias. Isso não é bom pra ninguém, não trás benefícios, prefiro estar morto. Ninguém vai me impedir de fazer o que eu quero. — bufei. — Nem Jk quer viver, por que eu iria querer? 

— Os dois são fracos, mas para fazer merda os dois são bem rápidos não é? — sorriu fraco e saiu do quarto. Abracei minhas pernas, chorando. 

No início da tarde os cientistas nos reuniram no pátio, ninguém fazia ideia do que iria acontecer. 

— Reunimos vocês aqui para uma nova atividade, já que todos evoluíram e não teve nenhuma reclamação ou erros, vamos liberar vocês para ir para o mundo externo. 

— Mentira?! — Dylan e Ayla ficaram animados. 

— Ei, não comemorem tão cedo. Apenas vão sair para uma missão e vão voltar em duas horas para o laboratório. Vamos construir uma arma poderosa, mas precisamos de algumas pedras valiosas. Vocês são capacitados para encontrá-las, cada um irá receber uma pulseira rastreadora para não correr risco de fuga. — colocaram as pulseiras de metal em nossos pulsos. Era por isso que eles nos deram roupas normais para nos vestir. 

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