Olívia.
E mais uma vez eu estava parada na frente da porta de Cecília. Não tinha nenhum carro na garagem, o que significava que eu estaria sozinha com ela.
Por um instante eu me perguntei quando eu poderia conhecer seus pais, não que eu quisesse, mas Cecília tinha conhecido minha avó. E senti que estávamos em um empasse, e fiquei insegura. Me perguntei se eles sabiam que ela gostava de mulher.
Droga, por que ela sempre me deixava assim?
Ela demorou para abrir a porta e eu tive tempo o suficiente para olhar para minhas roupas e me sentir desconfortável nelas. Do nada, minha blusa pareceu larga demais, minha bermuda masculina demais e meu rosto muito pálido. Eu me sentia desleixada, mesmo que não tivesse indo para nenhum lugar importante de fato.
A porta foi aberta e de trás dela surgiu a garota que ocupava meus pensamentos. Meus cabelos estavam soltos, moldando perfeitamente seu rosto. Eu a medi da cabeça aos pés, prestando atenção nas suas roupas, quase iguais as minhas. Seu cheiro me deixou tonta, ela falava e eu não conseguia prestar atenção em nada que não fosse seus lábios grossos se mexendo.
-...Vem.- Foi a ultima coisa que eu ouvi antes dela estralar os dedos na frente do meu rosto e segurar minha mão, entrelaçando nossos dedos.- Eu to falando com você, Olivia!
-O que? Hm...Perdão- Eu consegui falar. As palavras estavam presas na minha garganta, eu não conseguia pensar direito enquanto sua mão macia estava apertando a minha. Seus dedos estavam entrelaçados nos meus e o toque era carinhoso. Era diferente.
-Vamos subir, a gente pode assistir um filme se você quiser.- Cecília falou e sorriu. Sorriu de verdade, fazendo seus olhos ficarem pequenos e seu rosto ainda mais atraente. Isso e sua mão na minha fez com que eu sentisse que essa seria minha perdição. Eu me sentia rendia à Cecilia.
-Tudo bem.- Eu falei enquanto a garota me puxava pelas escadas, ainda segurando minha mão.
Tudo bem, só respira fundo.
-Olha só, eu quero assistir um romance...-Cecília disse ao entrarmos em seu quarto, ela parou na minha frente e ia sentar na cama, até que seus olhos desceram para nossas mãos, só então ela pareceu perceber o que ela tinha feito. Ela limpou a garganta e me soltou lentamente, parecendo estar relutante. Eu quase pedi para que ela não me largasse, mas seria estúpido, afinal, se ela quisesse não teria afastado sua mão.
-Por que? Tem medo de assistir filme de terror?- Eu impliquei, dando um sorriso de lado.
-Não, eu só...Me deixa, ok?- Cecília se sentou na cama e apalpou o colchão ao seu lado, para que eu me sentasse.- Você pode escolher se quiser...
-Tudo bem, eu me recuso a assistir um romance meloso entre um homem e uma mulher.- Eu falei e peguei o computador, colocando no meu colo.
-Qual você quer assistir então?- Ela me perguntou baixo, parecendo incerta sobre minha decisão.
-Não sei, qual é seu romance lésbico favorito?- Eu perguntei, e percebi que foi a primeira vez que perguntei algo sobre Cecília, por vontade própria.
-Eu...Eu nunca assisti nenhum...-Cecília disse e coçou sua sobrancelha perfeita.
-Como não? Você tem certeza que é gay?- Eu perguntei, não conseguindo acreditar na garota ao meu lado. Eu quis dar risada, mas segurei.
Cecília não me respondeu, apenas olhou para mim, com uma expressão difícil de ler em seu rosto. Eu percebi quando seus olhos desceram para meus lábios e ela se inclinou na minha direção lentamente. Ela me beijou com cuidado, selando nossas bocas. O selinho durou pouco e antes que ela pudesse se afastar eu puxei sua nuca para que eu pudesse a beijar de novo, dessa vez nossas línguas se encontravam e Cecília acariciava minha coxa, sem malicia.
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A um passo do amor (lésbico)
RomanceAos 17 anos, Cecília Gomez tinha o intuito de aproveitar a vida ao máximo. Sua mãe, não chegando nem perto de ser a melhor, dizia que sua filha era a típica adolescente rebelde. Na escola, Cecília chamava a atenção de todos por conta de sua beleza...