Vitor mentiu para mim.
O idiota mentiu sem sentir remorso. E agora, eu precisava saber o motivo, porque senão precisaria dar razão aquela voz chata no fundo da minha mente, que trazia a desconfiança e a insegurança como um tsunami desenfreado.
Outra vez...
Eu sei que meu noivo não é mesmo de antes, sei que tem feito coisas que normalmente não faria, mas eu não podia acreditar que era pelo motivo que vagava em minha mente.
A vozinha chata me repreendeu, dizendo que eu deveria investigar, que eu deveria abrir os meus olhos. No entanto, eu não podia fazer isso, era o Vitor poxa, essa desconfiança não deveria existir.
Ele é uma boa pessoa, e mesmo que esteja me afastando de novo, se importa comigo, com a minha felicidade. Então, por que minha mente não sossegava? Por que tantas dúvidas vinham me assombrar?
Fui tomada por lágrimas, que fizeram minha garganta queimar. Eu estava me sentindo emocionalmente instável, com todas essas dúvidas, o medo de sair machucada de mais um relacionamento, em que havia depositado todos as minhas fichas.
Encolhi meu corpo em posição fetal e fiquei ali sozinha, tendo como companhia o silêncio da madrugada calma. Aqui era solitário e aconchegante, eu poderia sofrer minhas dores sem ninguém sentindo pena de mim. Odiei os olhares que recebi mais cedo, a forma como seus rostos pareciam assustados e temeroso, e odiei ter chorado tanto na frente do Bernardo.
O homem não se incomodou aparentemente, mas a forma como me agarrei a ele em desespero... foi tão vergonhoso. E eu sempre consigo lidar com a minha dor, porém, quando seus olhos me encontraram tão cheios de preocupação, só desmoronei por completo.
Tudo isso, graças a seu melhor amigo, que estragou as coisas mais uma vez, e na frente de todos ainda por cima. Ele parece ter esquecido da nossa regra sobre respirar fundo e dizer que não quer conversar. Aquele idiota sabe que odeio que gritem comigo, sabe o quanto isso me dá gatilho às vezes.
Talvez isso indique que já não temos mais conserto.
Com esse pensamento vagando por minha cabeça, resolvi ir até a cozinha pegar algo para beber, assim eu conseguiria apaziguar a guerra acontecendo dentro de mim.
Sentei-me na banqueta na grande ilha, depois de pegar um pouco de vodca, e fiquei encarando a bebida incolor em meu copo, com a mente vazia.
A queimação em minha garganta foi muito bem-vinda, quando tomei um grande gole. Soltei o ar em uma lufada espessa e encarei o jardim através da janela, perdida demais para notar alguém se aproximando.
— Está tudo bem?
Gritei de susto enquanto levava minha mão a boca, e virei-me para encarar o culpado por meu grande assombro.
— Meu Deus, não se chega assim em ninguém.
Meu peito acelerou um pouco mais ao focar no rosto anguloso e bem esculpido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Obra do Destino - Série Obras Livro 1
Roman d'amour+18| Romance proibido| Amizade colorida| Fast burn| Soulmates CAMILLA é uma mulher encantadora e, como muitos dizem: uma romântica incurável. Em seu sonho de conseguir um amor sólido e mágico, a produtora de moda fica noiva de um homem aparentement...