Capítulo 35

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Quando Miguel me ligou, confesso que fiquei bem preocupado

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Quando Miguel me ligou, confesso que fiquei bem preocupado. Entretanto, isso foi só até ouvi-lo, bem atentamente, contar sobre as previsões que fez.

Antes de eu aceitar a parceria com a Shine e precisar voltar, já estava amadurecendo a ideia de abrir uma filial no Brasil, mas claro, não estava seguro sobre isso, porque não tinha ninguém em mente que pudesse gerir a empresa aqui. Isso até ouvir a sugestão do meu amigo.

Miguel acha que seria interessante ele vir e cuidar de tudo, já que não tenho planos de ficar, e de acordo com todas as pesquisas que ele fez as chances de a Eliro fazer sucesso aqui são altíssimas, pois muitos de nossos clientes moram no Brasil.

As suas pesquisas são um ótimo indicativo, no entanto, o que não para de martelar minha mente é ideia de ter que deixar tudo e voltar quando dezembro chegar. E apesar de saber que falta muito, não consigo relaxar. Daqui a dois meses a coleção será lançada, tudo está saindo como o planejado.

Menos o meu coração.

A ideia de não ver mais minha diabinha está me matando a cada dia que passa. E não imaginei que estivesse tão apegado a ela, mas percebi ontem, que isso aconteceu antes mesmo que eu sequer pudesse beijar sua boca pela primeira vez. Já estava acostumado com sua presença desde que me viu na copa da empresa e decidiu que precisava me apresentar cada canto do lugar.

Eu deveria ficar bem com a ideia de ir embora, aliviado. Entretanto, não estou. A pessoa que me impedia de voltar vai morrer em breve, então não precisarei mais me importar com ele, mas sendo bem sincero, se Antônio não tivesse esse diagnóstico, eu ainda assim me sentiria mal por precisar ir, porque agora não tem mais nada a ver com ele, é sobre minha relação com a Camilla. Nossa amizade incrível, a forma como nos entendemos sem ao menos precisar dizer algo. A forma como nos conectamos e conseguimos fazer a tempestade acalmar.

É sobre ela, sobre nós. Por isso não quero ir, só a ideia de ficar longe, sabendo que não vou vê-la já me mata, então imagina se isso de fato acontecer. Não sei se vou resistir.

Sou eu quem sempre decido ir embora, longe demais para não me ferir novamente. Mas talvez eu pudesse me arriscar, talvez eu pudesse ver onde isso vai nos levar, talvez eu pudesse abrir meu coração.

Sei que no amor sempre corremos o risco de nos machucar, no entanto, eu sei, sei mesmo, que se eu pudesse me abrir. ela faria valer a pena. Camilla não me deixaria para estar com outro, porque quando se entrega é pra valer. Ela não destruiria meu coração com uma carta escrita às pressas, porque se importa demais, para machucar alguém sem motivo. Ela não me deixaria cair, pelo contrário, seguraria a minha mão e me puxaria com força, até que eu estivesse seguro outra vez.

O problema, porém, é que eu não posso. Não posso me arriscar desse jeito. Não posso dar a outra pessoa a chance de quebrar meu coração. Simplesmente não posso.

Mesmo confiando nela e tendo as provas mais nítidas do que a água bem na minha cara. Só não consigo, por mais que eu tente ou queira. Essa cicatriz dentro de mim não permite.

Obra do Destino - Série Obras Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora