Capítulo 31 - parte II

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9 anos de idade

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9 anos de idade...

Eu estava animado, pois finalmente teria a chance de conhecer o homem que me colocou no mundo. Mamãe não parecia muito feliz, mas mesmo assim sorriu lindamente, aquele sorriso que aquece meu coração infantil.

Eu a amo muito!

— Você não precisa ir, bebê — disse, fechando a minha blusa de frio azul. A minha favorita.

— Mas eu quero, mamãe, todas as crianças da minha sala têm pai, menos eu.

Meus olhos se desviaram para o tênis branco em meus pés, para evitar que lágrimas deslizassem por meu rosto.

Eu odeio ser o único que não tem pai.

— Seu pai tem outra família, meu amor, é por isso que nunca se veem — ela explicou outra vez. — Você acha que só eu não basto? — o tom dramático em sua voz doce me fez sorrir.

Mamãe sempre faz isso quando fico triste por não ter um pai como os outros.

— Você basta, mamãe, mas eu quero muito conhecer o meu pai. Não fica com ciúmes.

Ela riu e me abraçou com força, quase esmagando os meus membros.

— Você está me sufocando — protestei.

— Porque você é meu bebezinho mais fofo.

— Eu já sou bem grande, mamãe. Agora tenho nove, lembra? — Ela riu outra vez, então bagunçou um pouco meu cabelo, espalhando os fios escuros em meus olhos.

— Sempre vai ser meu bebezinho, meu amor. — Apertou minhas bochechas, como sempre faz. — Agora vamos, antes que eu te prenda aqui comigo e não solte nunca mais.

Apesar de ser brincadeira, eu sei que mamãe faria isso. Ela disse que sempre vai fazer de tudo para me proteger. Porém, eu quero conhecer o papai, e se ele não gostar de mim, pelo menos terei tentado.

Mamãe sempre diz que tenho que tentar antes de desistir.

Segurei na mão macia dela e descemos juntos até a sala enorme. Nossa casa é bem grande. Então saímos para fora, onde o Sr. Rubens nos esperava no carro da mamãe.

É ele quem vai nos levar até a casa do meu pai.

— E aí, garotão, está animado? — Rubens bagunçou meu cabelo, como a mamãe faz, e sorri para ele assentindo de maneira animada.

Eu estou muito empolgado.

— Vamos lá então!

Minha mãe passou o cinto em meu corpo e se sentou ao meu lado, deixando que o nosso motorista fosse sozinho na parte da frente, mas ele conversou com a gente durante todo o caminho, contando como foi seu dia. É algo que fazemos todos os dias, já que não tenho muitos amigos.

Mamãe acha que sou muito solitário, eu, no entanto, penso que são as outras crianças que não gostam de mim, porque quando tento me aproximar, elas saem de perto ou apenas me ignoram.

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