005. 𝕬𝖗𝖙

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Ela continua tão linda quanto da última vez em que nos encontramos.

Os mesmos cabelos castanhos que eu via no espelho quando acordava nela eram longos e estavam com belas ondulações. O corpo de modelo de capa de revista ainda era de tirar o fôlego e o seu rosto de boneca é o mais gracioso que eu já vi.

A minha mãe continua tão linda quanto no dia em que ela deixou papai antes que acabasse destruída que nem ele. E hoje, ela não poderia estar mais radiante que o próprio sol encoberto dando lugar para apenas ela brilhar.

Me levantei devagar da cadeira e esperei que o garçom indicasse à ela onde eu estava lhe esperando.

Quando seu rosto se virou e me encontrou, a mão delicada dela segurou os óculos escuros abaixando—os e ela correu na minha direção com a classe que apenas ela conseguia ter com um trilhão de emoções correndo pelo corpo em cima de um salto alto.

— Filha! — Ela exclamou me rodeando com os seus carinhosos e acolhedores braços.

Me aconcheguei nela a envolvendo com os meus braços o máximo que eu podia. Fazia tanto tempo desde a última vez que só então a ficha tinha me caído. Eu estava sentindo mais saudades do que eu poderia imaginar estar sentindo. O pouco tempo que passaríamos juntas jamais poderia ser capaz de preencher tudo, mas, eram o bastante para eu saber que apesar de tudo eu tinha alguém que lutava por mim e me amava muito.

— Minha boneca, você está tão linda! Meu Deus. — Ela se afastou e segurou o meu rosto com as mãos trêmulas, acarriciando meu rosto ela beijou minhas bochechas e me abraçou outra vez.

— Eu estava com tanta saudade. — Ela sussurou perto na minha orelha. A sua voz doce acalmou o meu coração.

— Eu estava com mais. — Sussurei, segurando as mãos dela para poder me afastar, olhar em seus olhos e ver a doçura rondando eles. O tempo tinha se passado e ela ainda continuava a mesma. Estava ainda mais bonita e tinha mais determinação que eu poderia ser capaz de ter um dia.

— Vamos nos sentar, eu quero olhar para você com mais atenção. — Nos sentamos no banco estofado preto do café&doceria em que marcamos nosso encontro. Eu amava esse lugar. O ambiente era calmo, a comida e os cafés deliciosos.

— Só se passou dois anos e mesmo assim você mudou tanto. Está tão linda minha boneca. — Ela disse orgulhosa, passando a mão pela minha bochecha e sorrindo toda boba.

— A senhora está ótima, mãe. —Comentei, perdida na áurea maravilhosa que ela tinha. Agora sem nuvens para encobrir como antigamente. Ela tinha se encontrado e eu não poderia me sentir mais feliz por ela.

— Céus, feliz aniversário filha. Feliz aniversário. — Me desejou, abraçando—me mais uma vez, dessa vez apertado e necessitado, deixando todos esses dois anos explícitos em toda a nossa saudade matada nesse encontro e em dezenas de abraços.

Assim que nos separamos, ela abriu a bolsa e tirou um embrulho de dentro dela. O embrulho era vermelho, lindo.

— Você sabe que não precisava gastar dinheiro comigo.

— Besteira, eu sou rica querida, você é rica. É só uma bobagem, mas, que eu comprei com muito carinho...vamos abra! — Me incentivou mexendo as mãos.

Coloquei o embrulho em cima da mesa e com as mãos trêmulas eu desfiz ele, encontrando uma linda blusa de mangas de amarrar na frente, o tecido era macio e a estampa eram de pequenas flores roxas com caule verde espalhadas pelo tecido branco por baixo. Além da blusa tinha uma uma saia jeans, eu amava usar jeans.

— Você só usa calça! Achei que seria bom trazer algo de diferente para este dia e o seu guarda—roupa de pernas tampadas. — ela disse, fazendo—me dar risada enquanto guardava tudo de volta.

Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora