Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸ

050. 𝕬𝖗𝖙

— Eu nunca fingi que não gostava de alguém! — Lamar gritou, já virando o copo mais bêbado do que nunca. Todos nós também o viramos, cansados de tanta bebida e tantas perguntas.

Eu como esperado, havia sido a que menos bebeu por motivos muitos óbvios, principalmente porque os demais só estavam interessados nas histórias mais cabeludas das quais eu sequer havia pensando um dia em toda a minha vida.

O que me proporcionou uma leve sobriedade para me recordar de todos os podres de cada um dos quatro. Eu havia descoberto coisas, principalmente dos meus amigos, que eu jamais iria pensar em toda a minha vida.

Noah, Sam e suas aventuras não eram uma grande surpresa para mim, no entanto eu também descobri coisas bastante picantes dos dois e o que aconteceu em suas vidas agitadas e rodeadas de garotas, bebidas e festas.

— Eu nuncaaa....— Giulia caiu para trás antes mesmo de conseguir terminar. Dei risada.

— Eu nunca desmaiei de tanto beber...
— falei, me levantando devagar e olhando o estado de todos.

Lamar também estava estirado no chão dormindo. Sam era outro. Eles haviam bebido tanto que eu tinha ficado bêbada só de vê-los virando os copos.

Noah era o único com teor alcoólico alto o suficiente para estar acordado assim como eu, apesar de ter bebido mais do que eu. Ele estava com as costas apoiadas na poltrona, uma perna erguida e os olhos escuros com as pupilas dilatadas focados nos meus movimentos. Noah Urrea estava parecendo um predador, e me fazia eu sentir uma presa, a sua presa. E eu queria que ele me atacasse.

— O que faremos com eles? — Ele me perguntou, subindo devagar os seus olhos, passando pelas minhas pernas, minha cintura, meus seios, meu pescoço, lábios e nariz até parar nos meus olhos. Não era preciso que ele me contasse cada um dos seus pensamentos porque somente com o olhar que ele me lançava, eu sabia cada um deles. E eles queimavam, quentes como o inferno. E eu queria queimar com cada um deles se isso me fizesse alcançar a altura do paraíso.

— Colocaremos no quarto de hóspedes. — Respondi.

— Todos? — Sinalizei que sim. Ele se levantou devagar, já eu me inclinei no chão agarrando o tronco de Pérola e a suspendendo do chão. Travis a segurou pegando-a no colo a tirando dos meus braços.

— Eu levo eles. Limpa as coisas que eu te ajudo a terminar. — Concordei. O olhei sumir no corredor com Giulia nos braços.

Nervosa, porque não parava de pensar no que podia acontecer essa noite, ou melhor dizendo, essa madrugada porque nosso jogo se estendeu tanto que tivemos que comprar mais duas garrafas, as outras duas não foram suficiente.

Deixei as garrafas vazias na pia, no intuito de joga-las fora depois. Lavei a tigela dos salgadinhos e os copos em que bebemos, movi o sofá e a mesa colocando-os de volta no lugar, com um pouco de esforço e perseverança.

Estava fechando a porta da varanda, fitando a lua e as estrelas, quando senti Noah me abraçando por trás.

— Eu vou pegar umas roupas no meu apartamento, conhecendo Sam ele vai vomitar em si mesmo...volto já — Ri baixinho mas concordei. Quando escutei a porta fechando passei as cortinas e corri para o banheiro, precisei parar porque fiquei tonta, o álcool e eu realmente não somos amigos. Meu teor alcoólico deve estar chorando por ser tão baixo.

Abri a porta do meu quarto e peguei um conjunto dentro do armário. Will havia me dado quando veio com mamãe para saber como eu estava depois de tudo que aconteceu. Ele me disse que uma lingerie nunca é demais na gaveta de uma mulher.

Disparei para o banheiro e parei em frente ao espelho, pendurei as duas peças respirando bem fundo e entrando no box debaixo da água fria, que me ajudaria a diminuor um pouco a bebida no meu corpo, ou pelo menos, era o que eu esperava.