Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸ

058. 𝕭𝖆𝖉

no dia do desfile.

Will me embarrera nos bastidores do desfile prestes a iniciar. Cogito acertar um soco nele apenas para poder entrar mas ele percebe meus planos e nega com o indicador na minha direção rente meu nariz.

Bufo revirando os bolhos.

— Will, me deixe passar agora — esbravejo nervoso a procura de Any em meio as dúzias de modeletes andando de um lado para o outro.

— Any está se arrumando! Ela já está nervosa demais, se ela te olhar vai ter um treco homem, você está uma pilha de nervos!!! — briga comigo.

— Will é a minha noiva que está aí dentro!!! — quase grito.

— Noiva essa que nem sabe que é noiva, né? — ironiza. — Primeiro precisa fazer o pedido, garanhão. —bate em meu ombro, solidário contudo debochado.

— Eu quero ver ela, Will. Não a vejo fazem semanas.

— E pode aguentar mais dez minutos, senta bonito desse jeito na fileira porque se a Any não te encontrar sentado lá vai cair para trás — Will ajeitou minha gravata cuja Any não pode fazer como eu esperava que fizesse quando pus os pés no desfile e descobri que não poderia encontrar minha namorada-quase-noiva.

— Anda ela está vindo, vai vai vai senta lá! — Will abana as mãos e me expulsa. Desisto e saio das cortinas contornando as cadeiras enfileiradas e parando na fileira que Any reservou para mim e nossos amigos.

Desde que Any e eu finalmente iniciamos nosso namoro ela foi convencida por todos nós a dar uma chance para o mundo das passarelas depois daquele primeiro ensaio que repercursou estrandosamente em tudo quanto é canto, bem, ela realmente é excelente como modelo e acabou se tornando oficial. Minha namorada é atualmente uma modelo e hoje é o primeiro desfile internacional que ela irá abrir e fechar.

Eu estava tão, tão orgulhoso da minha namorada-quase-noiva. Ela é uma modelo incrível e esforçada como é em pessoa. A sua carreira deslanchava e poder estar ao seu lado a apoiando, mesmo que pela porra de um telefone um mês inteiro, me deixava tão feliz.

Era a minha garota, minha boneca. Era ela nos holofotes. Era ela nervosa prestes a subir no palco como da primeira vez, e eu estava aqui, como estive na primeira e em todas as anteriores e estaria nas próximas. Me deixava feliz só de ve-la conquistando sonhos antigos e novos.

Hoje Paris a recebia de braços abertos e todos comentavam sobre ela e as outras modelos. Any abriria e encerraria o desfile. Dona Moly daria início a abertura do desfile. Há mais ou menos duas semanas foi anunciado que o desfile ocorreria em Paris e, Any precisou viajar com antecedência, ou seja, faziam umas quatro semanas que apenas conversava com ela pelo telefone e não escutava nem via sua voz porque ela não tivera tempo. Foi um inferno, a saudade que sinto dela era terrivel, foi quando me dei conta de que eu não queria mais ser apenas namorado da Any.

Eu queria, eu precisava, te-la como esposa e ser seu marido. Eu queria casar com essa mulher e passar o resto dos meus dias usando nossa aliança de casamento. Eu estava cogitando subir no palco para matar a saudade mas Will e minha sogra me matariam.

Giulia, Sam e Lamar estavam sentados quando apareci na nossa fileira. Eles me perceberam me aproximando.

— Conseguiu? — Sam me perguntou, sentado ao lado de Giulia.

— Olha a cara dele — Giulia apontou o dedo para meu rosto. —...é claro que não.

— Will não me deixou passar. — resmunguei recostando na cadeira.

— Olha a Any ali!!! — Lamar me acertou e sinalizou. Sam e Giulia se inclinaram e aceneram.

Eu olhei para a frecha perto do palco e encontrei meu mundo ali brilhando como uma estrela. A estrela mais linda e brilhante. Any me encarava do outro lado do palco e sorria deslumbrante, deslumbrante. Eu sorri admirado e um eterno amante por essa mulher. O corpo dela coberto por um roupão de seda preto, seus longos cabelos castanhos e a maquiagem prepraradas perfeitamente a tornando mais preciosa e bonita do que é. O dia em que a vi pela primeira vez e hoje fundiram-se virando um só. E enquanto eu olhava para ela, e ela olhava para mim, eu só pude pensar no mesmo que eu pensei quando eu a vi pela primeira vez.
 
  
Ela é arte. E eu nunca me cansaria de aprecia-la.