010.𝕭𝖆𝖉

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— Olha, um idiota apaixonado.

Sam disse, colocando a mão em cima das sobrancelhas fingindo me avistar depois do que falou.

— Como foi a sua grande grande grandee..— Ele abriu os braços enquanto demorava para terminar com a palavra que estava enfatizando e repetindo. —...noite? — Se sentou ao meu lado no banco da Universidade. Estávamos sem a última aula, nosso professor teve um indicente com a esposa e não pode comparecer. Eu decidi ficar porque havia combinado de esperar Any para a levar até o trabalho, uma vez que ela disse que iria a pé ao trabalho.

— Ela gostou do presente. — me limitei a dizer.

Me permiti sorrir para meu amigo que fez o mesmo. Em forma de gozação como era de se esperar de Sam, ao contrário da minha orgulhosa pela escolha.

— É claro que gostou. Eu que dei a ideia de dar uma jóia! — O encarei e fiz cara feia.

— Metade do crédito é seu.

— E o lugar? Fui eu quem dei a ideia.
— retrucou contrariado.

— Ok Samuel, oitenta por cento. —

— Só? — ele afinou propositalmente a voz que se perdeu em várias oitavas.

— Samuel, vai foder uma. — Sugeri, checando as horas. Eu estava aqui faziam apenas cinco míseros minutos e ainda faltava uma hora e meia pela frente para que todos começassem a sair e eu pudesse encontrar Any.

— NOAH acredita que já é a hora de ver a sua grande paixão mas percebe que ainda falta mais que uma hora. Frustado ele olha para as salas na espera de um milagre.... — Ele narra com uma voz de locutor.

Encarei Sam, talvez eu desse novas pintas para o seu rosto, na verdade mais que pintas. Manchas de sangue de tantos socos que ele merecia por provocar minha paz depois da noite de ontem. Nossa relação era basicamente isso, ele me irritando e eu quero lhe socar, ou eu irritando ele e ele querendo me socar. Bastante saudável eu diria.

— Eu vou antes que você se esqueça que sou seu amigo. — Ele passa a mão pelo cabelo e olha ao redor.

— Bar hoje de noite? Não é porque começou a namorar que tem que esquecer do amigo.

— Claro, o mesmo de sempre. E eu estou solteito, Samuel. — suspiro cansado de fazer ele entender que era apenas mais um lance, que apenas estava durando mais que o habitual.

— Claro, claro...o mesmo de sempre? — Indagou erguendo a cabeça na minha direção em um aceno.

— O mesmo de sempre. — acenei de volta.

— Só mais uma? — continuou ele.

— Só mais uma. — minhas palavras pesaram, verdadeiras porém pesadas. Eu não podia deixar ela ser mais que isso, ia além de quem sou. Ela não podia ser mais.

Samuel foi embora e em menos de dois minutos eu avistei Any saindo de uma das salas do prédio, descendo os degraus da escadaria de forma rápida e bastante estressada.

Levantei do banco e corri na direção dela antes que a mesma fosse embora sem me esperar, visto que ele sequer me reparou aqui.

Hoje ela estava irritada. A sua testa estava franzida e o rosto vermelho, provavelmente por alguma raiva que ela passou, ela resmungava várias coisas quando eu cheguei perto o suficiente dela. Nem tinha reparado na minha presença.

— Boneca? — Chamei. Ela se virou com a expressão zangada e quando me reconheceu a sua irritação visivelmente relaxou, os ombros relaxaram e o seu pescoço, bem mais abaixo da clávicula sendo mais exato, me chamou toda a atenção.

Ao redor dele estava a corrente que eu lhe presentiei ontem. E ela estava ainda mais linda com o presente ao redor do pescoço e essa blusa branca de tecido justo. Eu não pude me impedir de sorrir, convencido, para ela.

— Ah, oi Noah. — Murmurou, a voz arrastada em ira tentando sair suave.

Ainda mais fascinante.

— Aconteceu alguma coisa? — Indaguei, por mais terrível de óbvio que fosse, precisei fazer a pergunta para descobrir o que fez ela sair antes do previsto e tão abalada.

— Debati na sala e acabei estrapolando, fui convidada a deixar a sala e foi o que eu fiz. — esbravejou vermelha de raiva, mexendo as mãos quase acertando—me em cheio no rosto. Recuei para evitar um tapa forte.

— Ei, calma, isso acontece...— Me aproximei dela e a segurei pela cintura obrigando—a de uma forma sutil a parar com o ataque de raiva antes que eu acabesse sendo tapeado, o que era bastante comum apesar de ser em circunstâncias diferentes.

— É mas...— Segurei o rosto dela e a beijei com toda a raiva em seu corpo, a puxei contra o meu acabando com toda a sua ira com um beijo. Ela retribuiu puxando meu rosto ainda mais na direção do seu, os seus dedos percorrendo minha nuca e as mechas do meu cabelo no qual ela apertou da forma suave que apenas ela conseguia fazer era uma das melhores sensações do mundo.

— Melhor? — Murmurei, afastando os meus lábios dos dela. Sorri sentindo a respiração ofegante dela, ela fez o mesmo enquanto aproximava o rosto ainda mais do meu em busca dos meus lábios, recuei com o rosto e ela abriu os olhos fitando—me confusa.

— Falam que um beijinho sara tudo, é verdade, Any? — sussurei roçando nossos lábios. Apoiando meu nariz contra o dela rindo, exatamente como ela fazia.

— É verdade, Noah. —A mão dela alisou o lado esquerdo do meu rosto.

— Mas, eu vou precisar de mais de um beijinho. — Aquele foi meu limite.

Acabei com a distância que existia entre os nossos lábios a beijando com voracidade, desejando imensamente poder estar com ela no meu apartamento fazendo muito mais que beijos, seja lá onde os meus beijos iriam estar pelos próximos minutos, e as minhas mãos.

— Ainda falta uma hora e meia para você pegar no trabalho...— comentei quando paramos o beijo. Ela concordou mexendo a cabeça sutilmente e eu vi isso como incentivo para prosseguir meu convite.

— Não quer ir no meu apartamento por hora? É perto do seu trabalho. — Sugeri, segurando a cintura dela com firmeza, a cintura pela qual eu cobiçei por dias, assim como toda a garota incrível bem aqui contra o meu corpo, nos meus braços, com os lábios nos meus. Ela enfim estava comigo.

— Tudo bem, vamos! — Se animou oferecendo um sorriso discreto na direção do meu. Coloquei uma mecha levemente cacheada do seu cabelo atrás da sua orelha, acarriciando com o polegar a região perto do rosto, sentindo a sua pele macia.

— Belo cordão esse o seu. —

Elogiei, começando a andar com ela ao meu lado. Pensei em dar a mão para ela, mas a mesma estava andando ao meu lado de braços cruzados. E, por que diabos eu queria lhe dar a mão??

— É...— Ela tocou em uma das borboletas e sorriu presunçosa. — um cara aí, um tal de Noah, me deu, conhece? — Perguntou de forma debochada.

— Ouvi algumas coisas sobre ele...— entrei na sua brincadeira.

Movimentei o meu rosto na direção do dela, sorrindo maldoso.

— É, ele até que tem um bom gosto. — A sobrancelha dela se ergueu para o lado em deboche.

Rimos, antes de eu lhe roubar um beijo, ainda andando com ela ao meu lado.

— Ele me fez ter o melhor aniversário da minha vida. — ela comentou, ainda na brincadeira, embora eu soubesse da verdade.

A girei, prensando seu corpo contra o meu carro, ela riu e esse som foi novamente como música para os meus ouvidos. Acho que sempre seria.

— Eu ouvi dizer que foi a melhor noite dele também. — murmurei, ignorando todas as regras e sem pensar se eu quebraria o coração dela hoje, amanhã ao acordar ou depois que não a desejasse mais.

Eu não me importava mais.

Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora