Deitei Any na cama. Ela estava em sono pesado desde que a levamos para o hospital.
Sentei na ponta da cama e toquei o seu rosto, deslizando com cuidado meu dedo até chegar nas mechas úmidas do seu cabelo.
Tínhamos acabado de retornar do hospital, eu precisei dar um banho nela e colocar minhas roupas nela porque não tinha nenhuma dela aqui, agora que ela estava aqui, comigo, segura, eu conseguia me acalmar conforme meus olhos percorriam seu rosto e meus dedos tocavam sua pele, o seu cabelo, e eu podia sentir o seu cheiro.
Haviam quebrado ela.
Haviam deixado marcas por todo o seu corpo. Haviam marcado tanto ela que, agora haviam imobilizado o seu braço porque o antebraço havia sido deslocado, não gravemente, alguma coisa assim, eu nem me lembrava mais, haviam roxos no seu corpo. Havia uma garota incrível sofrendo por causa de um homem que não merece ser o seu pai.
— Ah boneca, eu queria ter impedido isso. — murmurei pressionando a minha testa contra dela, antes de mesmo contragosto, me levantar para que pudesse deixar ela descansar o tempo que fosse preciso.
Cobri ela e apaguei as luzes. Fechei a porta e respirei fundo, pensando em tudo o que tinha acontecido em menos de duas horas, duas míseras horas.
Depois que Sam e eu tiramos Any da casa dela. Fomos direto para o hospital, lá o médico cuidou do braço dela e bateu um raio X das costelas dela e várias partes do corpo que foram atingidas assim como o braço dela. Por uma sorte incrível, a costela dela não havia sido danificada ou quebrada, o braço não estava quebrado como pensamos mas havia sido meio que sofrido uma luxação, e precisaria de algumas semanas para ela poder tirar o gesso, fisioterapia também eu me recordava de escutar essa palavra, nada fazia sentido desde que encontrei ela e acho que quando ela desmaiou meu cérebro parou de funcionar junto.O restante do corpo dela, deduzido pelo médico, foi espancado, havia marcas de cinto de couro espalhadas pelas costas dela, como se ela tivesse sido chicoteada, ou melhor dizendo, porque ela foi chicoteada por aquele homem que infelizmente é o pai dela.
O médico passou a receita com pomadas e mais remédios que ajudariam Any com as dores e os ematonas bastante evidentes. Eu tinha comprado tudo e assim que ela acordasse a ajudaria com isso.
Durante o tempo que o médico estava consultando ela, ainda desacordada, o telefone dela que Sam tinha trago com ele não parava de tocar, era a mãe dela. E, mesmo sentindo que Any não queria que a mãe dela soubesse disso eu não podia simplesmente ignorar o fato de que ela foi agredida fisicamente, verbalmente e que a sua mãe devia não somente saber como fazer algo sobre isso. Por essa razão eu aceitei a ligação e a contei tudo, a mãe dela estava a caminho da cidade e eu esperava que Any ainda estivesse dormindo quando ela chegasse porque eu queria respostas, eu queria entender o que realmente tinha acontecido com a família dela e porquê ela morava com o pai.
— Cara eu preciso ir, ainda tenho umas coisas para fazer. — Samuel apareceu no final do corredor.
— Certeza de que não precisa mais da minha ajuda?
— Tenho. Pode ir comprar incenso. — Ele tentou fazer a maior expressão de surpresa que ele conseguia para mim.
— Eu sei que tem ido comprar incenso por causa da Joalin. Aproveita e compra o meu. — Pedi parando na frente dele, que suspirou desistindo de fingir que estava se dando ao trabalho de ficar indo na loja de artigos religiosos, com a desculpa de comprar incensos, apenas para conversar com Joalin e se interessar ainda mais, tentando conseguir o telefone dela.
— Só toma cuidado para não ficar sem dinheiro, tenho certeza de que ela não faz fiado. — sorri maldoso, ele revirou os olhos erguendo o dedo do meio e me mostrando dele.
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Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸ
Fanfiction【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. + 🎨 】 Noah Urrea é um dos solteiros mais cobiçado de toda a universidade. Bonito, mau, viciante, tatuado e dono de uma incrível lábia eram uns dos básicos detalhes que o transformavam no desejo de qualquer garota que tivesse a c...