Bati a porta do meu apartamento, apoiando as mãos contra a madeira fitando o vidro mágico.
Beber não me fez esquecer Any.
Beber não fez nada além de foder ainda mais com a minha cabeça e com a porra da desgraça do meu coração que pela primeira vez entendia o que as garotas com que me relacionei sentiam ao colocar essa merda para jogo.
Beber apenas me fez lembrar de Any cada vez mais e me odiar cada vez mais por causa disso.
Em cada maldita vez que eu fechava os olhos, eu via ela, quando eu abria os olhos eu pensava nela, tudo era ela, ela não saía da minha cabeça.
Eu havia perdido a conta de quantas garrafas havia bebido e quantas canecas de cerveja ficaram vazias, tudo o que eu sei é que, eu havido bebido para tentar esquecer Any e agora eu não conseguia parar de pensar nela. Eu havia bebido o suficiente para entrar em coma álcoolico e no entanto, eu estou aqui, de pé e lembrando da única pessoa que eu queria esquecer.
Soquei a porta uma vez, e uma segunda vez, e uma terceira vez, uma quarta vez, uma quinta vez, uma sétima vez, uma oitava vez, uma nona vez, uma décima vez. As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu socava a porta na esperança de me sentir melhor.
— Porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê, porquê,porquê....— Eu me perguntava, caindo ajoelhado no chão.
Tirei meu celular do bolso, a minha visão estava uma merda, e, eu não sei como mas eu consegui encontrar o contato da Any em meio a todos os outros que lotavam a minha agenda.
Cliquei para chamar e coloquei o telefone contra a orelha, fechei os olhos socando de novo a porta, pressionando a minha cabeça contra a madeira ainda forte o suficiente como estava antes de eu descontar toda a minha dor nela. Mesmo apanhando ela ainda estava firme, já eu estava rachado e com dor. Solucei gritando de raiva.
A ligação começou a chamar. Demorada e longa. Na quarta chamada ela não tinha atendido ainda, e conforme as chamadas se prologavam me dei conta do que estava fazendo, eu estava ligando bêbado, para Any, para dizer que a amo, e apenas deixar ela ainda pior.
Joguei o telefone em direção a parede e o observei quebrar, antes que Any me atendesse e fosse tarde demais, tarde demais para poupar ela de se dar conta do quão patético eu me encontrava. Do quão estúpido sou.
Me levantei, cambaleando e com a visão toda embaçada, devagar comecei a andar até a cozinha. Abri a porta da geladeira e tirei as últimas quatro garrafas de cerveja e de bebida que eu ainda tinha. Me sentei no chão contra o metal do armário abaixo da pia, e dei o primeiro gole em mais uma garrafa, com os olhos fechados e o som de uma música na rádio ressoando baixinho apenas para ferrar comigo cada vez mais.
— Eu estou rezando para que Deus me dê mais uma chance, garota — Dei mais um gole da cerveja enquanto a música prosseguia o ritmo.
—....E..estarei lá por você, estas cinco palavas eu juro para você, quando você respira, eu quero ser o ar para você, eu estarei lá para você...— Joguei a cerveja vazia contra o chão, peguei a outra ao meu lado e a abri, as minhas lágrimas molhavam a garrafa assim como a minha camisa e o meu corpo.—....Eu viveria e morreria por você
— Escondi o rosto entre as mãos soluçando.—...Eu roubaria o sol do céu para você — A música foi se perdendo cada vez mais. Até que em um determinado momento eu não conseguisse escutar um verso sequer, ou o som da bateria, ou a voz do cantor. Até que tudo que eu conseguisse escutar fosse o meu próprio choro, e me desse conta de que eu estava chorando, e que a causa dessas lágrimas era alguém, e que esse alguém era uma garota. E que ela tinha o meu coração e sempre o teria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸ
Fanfiction【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. + 🎨 】 Noah Urrea é um dos solteiros mais cobiçado de toda a universidade. Bonito, mau, viciante, tatuado e dono de uma incrível lábia eram uns dos básicos detalhes que o transformavam no desejo de qualquer garota que tivesse a c...