011. 𝕬𝖗𝖙

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   O lugar é calmo. Parece que nem estamos em uma cidade super movimentada que não para nem quando a noite chega.

Eu não conseguia me lembrar da última vez que a minha casa mergulhou em tamanho silêncio e paz. E muito menos da última vez em que eu dormi tranquila porque tudo estava relativamente bem, como não esteve ontem quando eu cheguei em casa e o meu pai resolveu surtar.

A verdade é que eu nem me lembrava da última vez em que eu tive paz.

— Quer beber algo? — Noah perguntou, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Não, obrigada. — Agradeci.

— Vem. — a mão dele deslizou pelas minhas costas me conduzindo pela sala até estarmos acomodados no seu sofá.

Olhei para a grande janela e o céu azul límpido. O dia estava bastante agradável, e o estresse na sala de aula estava cada vez mais distante.

Descansei a minha cabeça no sofá ainda olhando para o céu. Um vento entrava pela janela tornando a sala ventilada e ainda mais agradável.

— Você quer me contar sobre o que te deixou aborrecida? — Senti o dedão dele acarriciando em movimentos circulares a minha bochecha, descendo para perto da minha boca e retornando ao ponto de origem.

— É o meu pai. — Murmurei. Porque o real motivo para que eu tenha perdido os freios na sala de aula de hoje era o estresse de ontem com meu pai. Ele me fez acabar estrapolando demais por toda a raiva que ainda estava guardada aqui dentro.

— Vocês brigaram? — A mão dele segurou a lateral do meu rosto.

— É complicado...— sussurei, virando o meu rosto para olhar nos olhos dele.

— Eu acho que sou capaz de entender.
— Comprimi devagar meus lábios e mordi o inferior, lembrando da grande discussão na noite passada.

Eu tinha medo de contar a minha história para alguém que não pretendia ficar. Alguém que não me queira por completo. Alguém que não se importava de verdade. Sempre foi apenas mamãe e eu mantendo nossa história, apenas nós duas e claro, o causador de toda ela, que me abrir para outras pessoas se tornou constragedor e muito difícil.

Eu tinha medo da reação. Medo de rirem, ou de fazerem pouco caso, de falarem besteiras ou até mesmo me culparem. Eu tinha medo. Medo de me abrir com alguém, medo de confiar e medo de como tudo seguiria depois.

— Ele tem alguns, vícios. — Fiz uma careta, e me sentei ficando longe do corpo e das mãos de Noah. Eu não queria falar sobre isso agora, eu não queria estragar esse momento com as minhas memórias recheadas de um homem bêbado demais para ser um pai. Eu não queria destruir essa paz.

— Ei, não precisa falar sobre agora boneca — A mão dele alisou as minhas costas, ele se sentou ao meu lado e nós dois trocamos um olhar. — Eu espero o tempo que for.

Murmurou, colocando as mechas que escondiam um lado do meu rosto para trás da orelha. Eu sorri de lado em agradecimento e a mão dele segurou o meu rosto puxando ele na direção dele, meus lábios encontraram os dele e nós dois nos beijamos.

A mão de Noah desceu firme pelas minhas costas e rodeiou a minha cintura, me puxando contra o seu corpo. Enlacei meus braços ao redor dele sentindo o corpo dele se inclinando cada vez mais para trás até que ele estivesse deitado no sofá e com a cabeça apoiada mais no alto.

As duas mãos dele agarraram minhas pernas me posicionado em cima do seu corpo com cada uma de cada lado do sofá, pude sentir a sua ereção contra o pano da minha jeans conforme meu corpo se movimentada em cima do dele e nos beijávamos como se estivessemos dependendo disso para sobreviver.

Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora