Ela não vem.
É claro que ela não vem, e honestamente, por que motivo ela viria?
Eu tenho uma reputação de cafajeste, e eu faço um puta jus à esta reputação, ela tem todos os motivos desse mundo para manter distância então, por que droga ela ignoraria os avisos e viria me encontrar?
— Seu merda — Bati no volante, algo bateu de volta e por segundo eu pensei que estivesse ficando maluco. Bateram de novo enquanto eu encarava o volante de cenho franzido, percebi que o som da batida vinha de outro lugar. Olhei ao redor e percebi que tinha alguém batendo no vidro do carro, que era ela. Ela tinha vindo. Ela estava aqui. Ela tinha ignorado a merda de todos os avisos e aqueles rumores, em grande parte verdadeiros sobre o quão ruim eu sou. Ela estava aqui mesmo sabendo que não deveria.
E eu não podia estar mais feliz por ela ter ignorado cada um dos vários motivos que pediam exatamente o contrário.
Me estiquei destracando a porta deixando que ela entrasse e iluminasse a porra de todo o meu mundo escuro e frio. Tudo ficou quente quando meus olhos focaram em seu rosto de boneca.
— Desculpa a demora, eu tive uns probleminhas. — Prendi a respiração vendo aquele par de pernas nuas em uma saia jeans de ziper na frente, e a curva da cintura à mostra na blusa amarrada entre os seios, entrando no meu carro. Os cabelos estavam mais cacheados, sem repartição, brilhantes e com algumas mechas mais claras. O rosto de boneca se virou para encontrar o meu e aquele sorriso foi sem dúvida o soco que me levou à nocaute. E mais uma vez eu tive a merda de uma falta de ar. Em alguns dias precisaria de um bombinha.
Any nessa roupa tinha se tornado a porra da oitava maravilha desse mundo e eu quis desesperadamente te—la mais do que nunca. A roupa não era nada fora do comum mas ela havia transformado as peças em algo de outro mundo. Eu precisava muito estar nessa mulher antes que eu acabesse louco, tentando senti—la em outras até realmente poder te—la.
— Oi, aniversariante. — Murmurei, subindo o meu olhar até que encontrasse os olhos castanhos dela e a vermelhidão em suas bochechas. No canto de seus olhos se puxavam um fino e sutil delineado, e, apenas isso incrementava o seu rosto de boneca com pintas castanhas lindas. Quente como o inferno. Iluminada como um anjo no paraíso, no meio entre o céu e o inferno. Eu a seguiria como um cão arrependido não importasse qual fosse o seu destino final. A onde ela estivesse, eu estaria ali de quatro.
— Oi, Noah — ela sorriu, colocando algumas mechas atrás da orelha.
— Você está linda. — Murmurei, estendendo uma flor que eu peguei no jardim do vizinho, na direção dela. Era pequena, delicada e linda, assim como ela. A coloquei na orelha dela, e como se fosse possível Any se tornou ainda mais bonita e iluminada. Me surpreendi quando senti dois brincos em sua orelha, pequenos e metálicos. Eram como alguns dos meus.
— Obrigada...— ela sussurou encolhendo os ombros.
— Não é absolutamente nada....é só o começo da sua comemoração.
— O seu suspense está me matando. — resmungou, quando dei a partida no carro e comecei a sair da rua em que ela morava. Eu não tinha reparado em qual das casas ela morava, o que me frustou, o meu surto dentro do carro era o maldito culpado.
— Bom, essa não é a intenção. — sorri fazendo—a rir em reprovação.
— Para onde está me levando, Noah?— perguntou—me, se remexendo no banco. Eu tinha limpado o carro todo antes de sair de casa, ele estava uma pequena zona e isso vinha me angustiando fazia semanas. Eu tinha ficado sem tempo mas, com Any na minha vida qualquer coisa que ligasse ela eu trataria de arrumar tempo para fazer.
— Para onde você quer ir, boneca? — Perguntei. Olhando por um rápido momento o rosto belo dela. O seu olhar não estava mais triste como estava de tarde, havia o mesmo brilho e ousadia que eu vi quando a percebi pela primeira vez. Eu podia até não saber a causa desse brilho mas gostava de pensar que eu podia ser um dos motivos. Apesar disso ser ruim, eu gostava.
— Para onde você quer me levar. — Respondeu sem hesitação. O que me deixou feliz e nervoso, feliz porque ela queria mesmo estar lá, e nervoso pelo lugar não suprir todas as suas expectativas.
— Estamos chegando. — Falei, prestando atenção na rua.
Penso no presente no banco de trás.
Eu pretendia entregar ele somente quando estivéssemos indo embora, para o caso de tudo dar errado e esse ser uma espécie de salvação chamada Samuel, uma vez que ele me ajudou a comprar o presente e pensar em um local nem ruim, nem barra pesada e nem tedioso. Apenas um lugar que pessoas comuns da nossa idade frequentam para se distrair.
E esse lugar era uma lanchonete com Karaokê aqui por perto. Era tranquilo e eu fui lá algumas vezes, essa hora costuma estar com universitários e pode proporcionar bastante risadas. É um ambiente bom do qual eu não fui expulso por acabar em alguma briga ou coisa do tipo. Eu tinha sido expulso de uns três, era pouco, e na verdade nenhum deles me fazia falta. Não eram eles que preenchiam o meu vazio, eles eram básicos apenas.
— Por que você está fazendo tudo isso? — Olhei para o rosto de Any, ela olhava para a janela de forma atenta, os seus olhos acompanhavam cada vulto rápido que passava e era deixado para trás com a velocidade do carro.
— Tudo isso o quê? — Perguntei, mesmo sabendo o que a sua pergunta queria dizer. E bem, se eu revelasse os meus verdadeiros motivos para ela provavelmente eu levaria um tapa, não, não, eu com certeza levaria um tapa. Que tipo de garota reage bem quando um cara diz que está fazendo isso porque quer leva—la para a cama ou qualquer outro canto em que se pode transar.
Eu não consigo imaginar Any com raiva, e sem sombras de dúvidas eu quero ver essa versão. A mão dela não parece pesada, mas, eu não vou julgar um livro pela capa. Já levei tapas de mãos leves que me deixaram belas marcas ardidas.
— Bom, demonstrando todo esse interesse repetido por mim.
— Talvez eu esteja muito interessado em você. — respondi em descaso, eu não queria entrar nesse assunto antes de começar tudo. Geralmente elas sabiam sobre o que eu fazia e isso me poupava de falar, na realidade eu nunca falo. Porque todos sabem quem sou eu. Com Any estava sendo diferente e isso era terrível na mesma forma que incrível.
— As pessoas falam muita coisa sobre você, sobre a sua má reputação.....
— Eu não dou a mínima para a minha má reputação e blá blá blá. — Rebati irritado, virando à esquerda com o carro, reduzi a velocidade e parei com o carro em frente a lanchonete. Uma voz terrível no karaokê alcançou o carro. Diminuindo o silêncio entre nós dois e a forma estranha como enterrei um assunto ainda pior.
Olhei para o rosto de Any, pensando se eu tinha estragado tudo antes mesmo de começar. Era o que eu costumava fazer. Eu estragava as coisas até mesmo quando era a última coisa que eu queria fazer. Tinha acabado de fazer isso. Tanto tempo destruindo corações de garotas que agora nem sabia manter o de uma.
Continuei fitando o rosto de Any esperando pela a sua resposta. Ela não me encarava e isso era agonizante porque assim eu não conseguia saber o que se passava pela a sua cabeça.
— Eu não sou só a minha má reputação. — murmurei, tentando amenizar o clima ruim com algo relativamente "bom" por mais que grande parte do que sou seja verdadeiro sobre a minha reputação.
— É aqui? — ela perguntou se referindo à lanchonete na nossa frente, olhando a janela ao meu lado e evitando contato visual.
— Sim. — respondi, sem entender o que ela estava fazendo e o motivo pelo qual ela tinha ignorado o que eu acabei de dizer sobre minha reputação e o assunto que a mesma tinha trago.
— Ótimo! Vamos entrar! — ela abriu a porta e saiu do carro em pura euforia.
Elevei as sombrancelhas surpreso, era a primeira vez que uma garota que eu estava saindo tinha fugido desse assunto e feito tão pouco caso. Elas geralmente gritavam, me batiam, faziam ameaças, choravam e jogavam dúzias de insultos em cima de mim. E isso sempre acontecia depois que eu as tinha.
Any Gabrielly definitivamente iria me enlouquecer pelo simples fato de ser diferente das outras.
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Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸ
Fanfiction【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. + 🎨 】 Noah Urrea é um dos solteiros mais cobiçado de toda a universidade. Bonito, mau, viciante, tatuado e dono de uma incrível lábia eram uns dos básicos detalhes que o transformavam no desejo de qualquer garota que tivesse a c...