Any Gabrielly não aparecia no online faziam horas.
Talvez eu estivesse sendo obsessivo. Talvez eu estivesse ficando louco.
Talvez eu estivesse apenas desejando que ela me digitasse falando que tudo não passava de uma brincadeira, de que ela ainda queria ficar comigo e tentar. Só que é claro que eu sabia que nada disso iria acontecer. E que tudo era verdade, cada palavra.
Ela tinha ido embora, tinha me deixado, e ela não iria mais voltar.
Pressionei o telefone contra o rosto, apertando-o com força, ainda preso no campus, ainda preso em Any, ainda preso nas palavras que deixavam a sua boca e a forma como eu não tinha como negar mais da metade delas, nem de ter tido coragem suficiente para dizer a ela que eu queria o mesmo, ou, ao menos queria tentar fazer dar certo.
— Cara você está grudado nesse celular tem horas...qual é??? Achei que queria beber, para de ser um viciado..— Lembrei de Sam quando a sua voz começou a entrar na minha cabeça pondo um fim temporário nos meus pensamentos. Olhei para ele, que balançava os braços na frente do meu rosto. Eu tinha chamado ele para beber algumas horas atrás.
— Eu não aguento mais essa sua cara de fossa, o que aconteceu? Você não disse que ia passar o dia com a Any? Por que essa mudança súbita de planos? Eu podia estar em casa assistindo algum filme essa hora mas você me arrastou para esse lugar cheio de bêbados... — Ele sinalizou para a garçonete que queria mais duas cervejas ao mesmo tempo que piscou para ela jogando todo o seu charme, a garçonete corou, e eu lembrei de Any corando quando eu fazia coisas estúpidas do tipo com ela. Estar sentado essa hora da noite, nesse bar com bêbados, jogadores e viciados que em qualquer minuto estariam em alguma briga, me fazia lembrar da lanchonete que eu levei Any para comemorar o seu aniversário e em como esses dois lugares eram completamente opostos, assim como eu ela. E que se fôssemos mais parecidos as coisas teriam dado certo.
Olhei para a tela do celular. Não tinha nenhuma mensagem de Any. Eram onze horas e certamente ela estaria dormindo, talvez se odiando por ter um dia me dado atenção pela primeira vez no campus, ela certamente queria poder me esquecer agora. E tudo o que eu mais queria era me encher dela para nunca ter a possibilidade de esquece-la. Mesmo sabendo que, apenas com o pouco que tivemos, eu nunca vou deixar isso acontecer. Eu sempre me lembraria dela.
— Noah, o que aconteceu? — Uma mão puxou o telefone das minhas. Sam me encarava com os olhos arregalados e as sobrancelhas elevadas, ele mexeu a cabeça de um lado para o outro sinalizando que estava querendo uma resposta.
— Ela foi embora. — O respondi, segurando na alça da caneca de cerveja, antes de colocar a boca na borda e beber a metade em um gole só. Talvez ficar bebado fosse me ajudar a passar esse dia, ou melhor dizendo, o restante dele que havia sido cada vez pior desde que eu decidi soltar a mão da única garota cujo o coração eu queria segurar.
— A Any se mudou? — San perguntou franzindo a testa e unindo as sobrancelhas cada vez mais.
— Ela disse que deveríamos parar. Ela me deixou. — Esclareci, quando abaixei a caneca de cerveja vazia. Fitei o fundo dela, cada vez mais sendo atingindo pela dor de estar sem ela e saber que não seria algo passageiro. Eu precisaria de mais do que uma caneca e mais do que cerveja para conseguir dormir e, esquecer o que aconteceu por algumas horas.
— Deveriam parar? Mas vocês não conversaram???
— Conversamos...— mexi a cabeça em concordância. —...ela me disse o que aconteceu para deixar a festa sem mais nem menos, disse que me viu com aquela garota na festa, ela disse a verdade...
— Que verdade?
— Você sabe de que verdade eu estou falando. — A garçonete recolheu minha caneca vazia e deslizou outra cheia. A deixei vazia em questão de segundos e entreguei para a garçonete pedindo mais duas.
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Bad Drug ⁿᵒᵃⁿʸ
Fanfiction【 adp. 𝗻𝗼𝗮𝗻𝘆. + 🎨 】 Noah Urrea é um dos solteiros mais cobiçado de toda a universidade. Bonito, mau, viciante, tatuado e dono de uma incrível lábia eram uns dos básicos detalhes que o transformavam no desejo de qualquer garota que tivesse a c...